sexta-feira, 17 de abril de 2009

Carniça

Quando entrei no Bordon conheci o Fernando Pinto Gomes (conhecido como Fernando Carniça) sinceramente, não sei até hoje o significado do apelido, mas o Fernando era Geraldo Bordon dos pés a cabeça. Quando recebíamos varias carretas no tendal da filial Rio do Bordon , sendo algumas de vacas, o Fernando pegava o pessoal dos supermercados que ia lá para escolher a carne para mandar para suas lojas e os levava para tomar uns goró num bar, um pouco distante acompando de quitudes e caldos para não verem os embarques. Quando ele já tinha imaginado que o Silvestre e companhia já haviam completado os caminhões com as vacas, que logicamente o povo dos mercados por estar com ele não viu, chamava-os de volta para a filial depois de pagar a conta. O povo só saberia que comprou gato por lebre se alguma loja reclamasse depois... Não tinha jeito, mesmo que o povo reclamasse com ele , essa dava um jeito de manipular os caras e tome vaca... O Fernando tinha a pele clara, cabelos escuros e os dedos amarelados pelo cigarro. Era gente da melhor qualidade , sempre te jogando um verde para pescar alguma coisa. Cansou de pegar os mignons escondido de mim ,quando eu comprava alguns traseiros para fazer churrasco na faculdade com a turma (afinal o mignon no churrasco não dá muito certo mesmo...). Gostava muito de mim e eu dele tanto é que quando ia realmente se aposentar me indicou para substitui-lo na gerência, na Swift Armour. Nunca deixei de manter contato ,assim como ele nunca deixou de reclamar do Pedro Colavitti, companheiro inseparável. Eles viviam reclamando um do outro, mas eram muito amigos, assim como também era o Fernando amigo do Elcio Filgueiras e Izidro Ducraux e Humberto Margon e Jorge (ex-balança). Sempre que ia a Copacabana eu dava um jeito de tomar umas cervejas com ele e conversar sobre esse ou aquele outro, o homem queria sempre saber como estavam as coisas. Da última vez que eu o vi, estava com um machucado feio no pé, disse que o medico falou que ele estava diabético mas que não ia mais lá porque ele queria interná-lo e como vi que não ia conseguir mudar a ideia dele, ao chegar no escritório liguei para o Humberto, o Helcio, Jorge e falei sobre o que vi e esses então foram obriga-lo a se tratar. Essa foi a ultima vez que vi o meu amigo... na Viveiros de Castro em Copacabana em frente ao 20.