sábado, 18 de julho de 2009

Receita pode isentar frigoríficos de tributos nas vendas ao varejo

Atendendo a um pedido antigo dos frigoríficos, o Ministério da Fazenda anunciou nesta 6ª feira (17) que está disposto a alterar a forma de tributação da carne bovina no mercado interno e de alguns subprodutos, como couro, osso, sebo e chifre. Com a mudança, que deverá ser avaliada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana, o frigorífico ou o produtor independente deixará de pagar tributos no momento da venda para os supermercados. O objetivo é o de estimular a venda de carne legal no País, evitando o abate clandestino, com sonegação. Como se trata apenas de um rearranjo, já que os tributos continuarão a ser pagos pelo varejo, a Receita Federal não deixará de arrecadar com a alteração. "Aliás, a Receita tende a ganhar, pois quem atua na clandestinidade poderá passar a pagar impostos", avaliou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias dos Exportadores de Carnes (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca. Segundo a Fazenda, a incidência da contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) nessas vendas de carne bovina será zerada. Já os supermercados e outros comerciantes poderão adquirir um porcentual do crédito presumido, que hoje é de 60% e que passará a ser de 50%. "Resumo da ópera: é uma conta de equilíbrio. Ninguém terá prejuízo ou lucro com a mudança", avaliou Giannetti da Fonseca. O subsecretário de tributação e contencioso da Receita Federal, Sandro Serpa, disse que a expectativa do governo é a de aumentar o mercado formal de carnes no País e, com isso, contribuir com a qualidade do produto comercializado. Ele destacou que, para implementar a mudança de tributação, houve um acordo com o setor de frigoríficos para que haja uma redução dos preços da carne vendida aos supermercados por conta da diminuição dos impostos. Este acerto não tem prazo de vigência, segundo o subsecretário. "A gente vai monitorar de perto esse compromisso", garantiu. Caso não seja cumprido o acertado, de acordo com Serpa, o modelo antigo de tributação voltará a vigorar. Como uma parcela significativa do setor é composta por grandes exportadores, a Fazenda reconheceu que esses frigoríficos não encontravam uma forma de aproveitamento dos créditos obtidos, o que passou a causar desequilíbrio do mercado e perda de eficiência das empresas. "A crise mundial agravou estas distorções, tendo em conta a valorização cambial vigente e o mercado internacional ainda recessivo", explicou o Ministério da Fazenda, em nota.(AE) Fonte; Cruzeiro do Sul

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Frigorífico Margen segue plano à risca e está mais perto da recuperação

Está marcado para agosto a assembléia com os credores do grupo, cujo passivo é de R$ 390 milhões Um dos maiores frigoríficos do país, o Margen se aproxima de uma data decisiva em sua história. Está marcada para 6 de agosto a assembléia geral de credores, quando será colocado em votação o plano de recuperação judicial apresentado pela empresa. A proposta já foi protocolada na 2ª Vara Cível de Rio Verde (GO). O ponto nevrálgico é o modelo de pagamento das dívidas do frigorífico – o passivo total beira R$ 390 milhões. No caso dos credores com garantia real, notadamente instituições financeiras, o Margen propõe dois anos de carência, um deságio de 50% no valor total (cerca de R$ 250 milhões) e a quitação em 20 parcelas anuais. O passivo trabalhista, da ordem de R$ 14 milhões, será pago em 12 meses. Por sua vez, os credores quirografários receberão em três prestações anuais, com correção de 2% – neste caso, a dívida beira os R$ 65 milhões. Da mesma forma proposta aos credores com garantia real, o pagamento seria iniciado dentro de dois anos. Entre os controladores do Margen é grande a expectativa de que o plano de recuperação seja aprovado sem problemas. As tratativas com os credores têm evoluído dentro do roteiro e dos prazos traçados pela companhia. Entre as instituições financeiras e fornecedores do Margen, há o consenso de que a rápida aprovação da proposta será determinante para a plena retomada das atividades operacionais do frigorífico. Hoje, a empresa funciona com quatro unidades de abate. Das outras seis que estavam em operação antes do agravamento da crise financeira, cinco permanecem desativadas e outra foi arrendada. Mesmo longe de sua capacidade total de produção, a reestruturação feita pela empresa nos últimos meses tem garantido um bom desempenho comercial. A expectativa do Margen é faturar neste ano algo próximo dos R$ 700 milhões. Fonte : Relatório Reservado

CNA recebe plano de recuperação judicial do Frigorífico Independência

O presidente do Frigorífico Independência, Miguel Russo, apresentou hoje (16/7) à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a proposta de recuperação judicial da empresa, anunciada na última segunda-feira à justiça do município paulista de Cajamar e que visa à renegociação do passivo total da empresa junto aos seus credores. O encontro reuniu o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, o vice-presidente da entidade e presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar Silva Júnior, e representantes do setor de pecuária de corte das Federações de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Goiás (Faeg) e Minas Gerais (Faemg).Segundo Antenor Nogueira, a entidade e as federações solicitaram ao frigorífico informações adicionais referentes aos fornecedores de animais e ficaram de analisar a proposta depois de receberem estes dados. Ele informou também que será marcada uma nova reunião para retomar o assunto, ainda sem data definida. “Depois de avaliarmos minuciosamente o plano de recuperação, decidiremos se apoiamos ou não o plano. A princípio, o que foi exposto por eles hoje não tem o respaldo da CNA”, afirmou Nogueira. Entre as proposições que constam no plano de recuperação do frigorífico, estão a obtenção de um financiamento de R$ 330 milhões para viabilizar o pagamento a pecuaristas e fornecedores, de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), débitos trabalhistas, além do reforço de capital de giro e da reestruturação societária, entre outros pontos. Fonte: Acessoria

Sexta-Feira

Os compradores acreditam na queda do mercado da carne bovina. As vendas essa semana não foram boas de forma geral. Alcatra e contra querem pagar até a R$ 8,20 kg a prazo, isso quando se encontra um comprador, mas os frigorificos firmes em no minimo R$ 8,30 kg.

Frigoríficos catarinenses aderem ao Programa de Abate Humanitário

O secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Antonio Ceron esteve reunido, no último dia 14, com o presidente da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc), Paulo Roberto Garcia, com a gerente de Animais de Produção da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, na sigla em inglês), Charli Ludtke e o diretor de Defesa Agropecuária de SC, Roni Barbosa com o propósito de discutir a implantação do Programa Nacional de Abate Humanitário.O Programa conhecido como STEPS (etapas em inglês) promoverá treinamentos nos abatedouros com Serviço de Inspeção Federal, Estadual e Municipal em Santa Catarina. Serão capacitados todos os médicos veterinários oficiais, agentes de inspeção e demais profissionais recomendados pelos sistemas de inspeção. Segundo Ludtke, os treinamentos também deverão ser oferecidos à equipe técnica do frigorífico, sendo fundamental sua capacitação para que harmonize os critérios relacionados ao bem-estar dos animais no manejo pré-abate entre a Inspeção e o Controle de Qualidade.O Governo do Estado assinou um termo cooperação técnica, através da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), com a WSPA para a execução do programa de capacitação. O objetivo é propiciar um melhor entendimento e aplicação dos dispositivos legais para atender as boas práticas de abate humanitário, incluindo os padrões internacionais e as diretrizes da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) e da União Européia."Fomos escolhidos para sermos os pioneiros na implantação desse programa porque Santa Catarina é o único Estado livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecido pela OIE", afirma Ceron. O Programa STEPS será aplicado em aproximadamente 150 municípios durante um ano, de acordo com o termo de cooperação, e envolverá as áreas de abate de bovinos, suínos e aves. Atualmente em Santa Catarina são 188 frigoríficos com o serviço de inspeção estadual, 56 com o municipal e 49 com o federal.FONTE : Secretaria da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Santa Catarina

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Quinta-Feira

O mercado aqui no Rio continuo muito parado, parte devido a festividade de entregas de prémios na BGA-RJ , onde compradores de vários supermercados estiveram presentes e ainda devido a muitos estarem bem abastecidos. Foi vendido alcatra e contra a R$ 8,20 a vista .

PIS e COFINS nos Frigorificos

O governo vai publicar uma medida provisória (MP) mudando o sistema de cobrança das contribuições PIS e Cofins na cadeia produtiva da carne bovina.A desoneração atingirá todos os elos da cadeia, mas o mais beneficiado será o dos frigoríficos, que ficará livre dessa carga. As alíquotas, somadas, são de 9,25% sobre o faturamento. A informação é de Roberto Giannetti da Fonseca, diretor de comércio exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). A medida foi acertada na terça-feira, em reunião entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e as indústrias.Além da suspensão da cobrança de PIS e Cofins nas indústrias de carne bovina, Giannetti informou que o segmento do varejo terá 40% de crédito presumido na entrada dos produtos (hoje o percentual é de 60%), mas fica mantida sua carga normal na saída. O crédito presumido dos exportadores passa de 60% para 50%, mas o setor ganhará liquidez porque poderá realizar compensações de PIS e Cofins com qualquer outro tributo federal.A estimativa, segundo o diretor-executivo da Abiec, Otávio Cançado, é que esses créditos presumidos somem entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões. A liberação dos créditos antigos dos exportadores será negociada, mas os créditos futuros terão liquidez imediata, com pagamento em 90 dias, disse."É uma minirreforma tributária para o setor. O governo reequilibrou a estrutura tributária em toda a cadeia produtiva", afirmou Giannetti. O benefício, segundo ele, estende-se a frigoríficos, pecuaristas, indústrias processadoras e varejo. Na opinião dele, essa estrutura tributária mais racional não vai provocar perdas de arrecadação. Giannetti argumentou que, no mercado de carne bovina, a informalidade chega a aproximadamente 30% das 40 milhões de cabeças abatidas em 2008. Além da sonegação, existe também o grave problema do risco sanitário que os consumidores enfrentam.Com as novas normas que retiram dos frigoríficos a incidência de PIS e Cofins, Giannetti acredita que fica anulada a vantagem do mercado informal. Atualmente, o desequilíbrio existe porque há carga de 9,25% na saída e crédito presumido de 60% na entrada de mercadorias.Cançado, da Abiec, lembrou que a desoneração no mercado interno era uma reivindicação que o setor vinha fazendo há cinco anos, e disse que a medida é definitiva e não apenas um socorro para o setor. Admitiu, porém, que a crise acelerou a decisão negociada na terça-feira. Além de reduzir a informalidade, a expectativa é que a desoneração diminua os preços da carne no mercado interno . "Muitas empresas concorrem com outras que não pagam imposto algum e comercializam um produto sem sanidade e sem qualidade".A cadeia produtiva da carne bovina, com todos os segmentos, inclusive o do couro, é responsável por 8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Abiec. Somente os frigoríficos empregam, diretamente, 400 mil pessoas no país. Em 2008, as exportações do setor foram de US$ 5,3 bilhões. (Colaborou Fernando Lopes, de São Paulo) - Valor Economico

Quarta-Feira

O mercado no Rio na quarta-feira foi parado. Chovia e o povo sumiu. Todo mundo que se conseguia achar e ofertar algum produto empurrava com a barriga dizendo que ia esperar as vendas e promoções. Hoje quinta o mercado deve ter uma definição.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Minc: pode ter injustiça em punição de frigoríficos do PA

Durante encontro com prefeitos em Brasília, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, admitiu nesta segunda-feira que pode ter havido injustiça no caso em que pecuaristas e frigoríficos do Pará foram punidos em ação do Ministério Público Federal (MPF) acusados de causar desmatamento na Amazônia. Segundo questionou o prefeito de Ananindeua (PA), Helder Barbalho, algumas fazendas sofreram injustiça porque foram punidas com base apenas na notificação, sem que o caso tivesse sido julgado. Na avaliação de Minc, "pode ter sido cometida alguma injustiça" no caso do Pará, mas a medida foi importante porque grandes frigoríficos firmaram termos de ajuste para se adequar às exigências ambientais. No início de junho, o MP ajuizou ações contra pecuaristas e frigoríficos do Estado por causarem devastação da Floresta Amazônica. Alguns dias depois, três grandes redes de supermercados - Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart - decidiram suspender a compra de carne de 11 frigoríficos localizados em áreas apontadas como de desmatamento na região amazônica. Minc disse ainda que o caso do Pará acelerou a discussão sobre a necessidade de reforço na rastreabilidade do gado. "Logo em seguida a Câmara aprovou uma lei sobre rastreabilidade e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou um crédito especial para colocar isso na ordem", disse. O ministro defendeu que os produtos brasileiros precisam tem um "selo verde", caso contrário não vendem no exterior. "Isso vai melhorar a nossa carne e vai abrir mais mercado externo", apontou. Agência Brasil

terça-feira, 14 de julho de 2009

Marfrig no sul .

O Marfrig Alimentos firmou um protocolo de intenções, em caráter irrevogável e irretratável, com a empresa Extremo Sul para arrendar, por 36 meses, um frigorífico na região de Pelotas (RS). A unidade tem capacidade para abater 400 cabeças de gado por dia. O contrato está condicionado à validação em processo de análise a ser conduzido pela companhia. A unidade de Pelotas possui habilitações para exportar para a União Europeia, a Rússia e o Chile. Localizada a 51 quilômetros do Porto de Rio Grande, o frigorífico vai fortalecer a logística de exportação e a sinergia de abastecimento da Marfrig Alimentos com a unidade de abate de São Gabriel e a unidade de produção de industrializados Pampeano, em Bagé na Região Sul. Atualmente, a Marfrig Alimentos também atua no Estado do Rio Grande do Sul com produtos elaborados a partir de suínos, frangos e perus, nas cidades de Caxias do Sul, Roca Sales e Frederico Westphalen. O início das atividades da Marfrig, na unidade de Pelotas, está previsto para 1º de agosto deste ano. Fonte : Investidor Informado

segunda-feira, 13 de julho de 2009

PREÇOS SUGERIDOS DE MIUDOS PARA VENDA NO RIO DE JANEIRO

PRODUTO PREÇO R$ BUCHO 5,80 RABO 6,60 CORAÇÃO 2,00 FÍGADO 3,60 LÍNGUA 3,80 MOCOTÓ 2,50 CORTES AGREGADOS PRODUTOS PREÇO R$ FRALDA 6,50 LOMBINHO 5,30 FRALDINHA DIAFRAGMA 4,20 COSTELA 3 RIPAS 5,70 COSTELA GAUCHA 5,30 COSTELA GROSSA 5,30 COSTELA EM TIRAS 4,80 COSTELA JANELA 5,00 COSTELA SEM OSSO 7,20

PREÇOS SUGERIDOS DE CORTES BOVINOS NO MERCADO DO RIO

CORTES R$ ACÉM 5,80 PALETA COMPLETA 5,80 PEITO 5,80 NOIX - PONTA DO CONTRA FILÉ 8,20 PICANHA NOBRE 14,70 PICANHA B S/PELE CONG. 12,00 FILÉ MIGNON S/ CORDÃO 4/5 15,30 CONTRA FILE SEM NOIX 9,10 CONTRA FILE COM NOIX 8,60 MIOLO DE ALCATRA 9,10 ALCATRA C/ MAMINHA 8,60 MAMINHA 9,20 COXÃO MOLE 7,80 COXÃO DURO 7,40 PATINHO 7,80 LAGARTO 7,80 MÚSCULO 6,10 CAPA CONTRA-FILÉ 5,50 FRALDINHA 6,90 ALCATRA COMPLETA ESPECIAL 11,70 ALCATRA COMPLETA COMUM 9,90 CUPIM COMERCIAL 5,80

Cotação da Bga-RJ

Para melhor visualização clicar na cotação.

Segunda-feira

Hoje ainda tem oferta de alcatra e contra a R$ 8,50 kg com menos oferta de contra-filet. Coxão mole R$ 7,70 , lagarto e patinho R$ 7,60 e dianteiro sem osso entre R% 5,50 a R$ 5,70 kg. Boi com osso (castrado) R$ 5,80 x 4,20 x 3,80 e boi inteiro menos R$ 0,20 no traseiro.

Vaca com 30 dias - MT

Data: 10/07/2009 Fonte: IMEA Cidade Valor Cuiaba 66.23 Juara 65.51 Matupa 60.18 Mirassol dOeste 66.00 Nova Canaa do Norte 62.00 Paranatinga 66.00 Rondonopolis 66.53 Sinop 62.00 Tangara da Serra 64.00

Boi com 30 dias - MT

Data: 10/07/2009 Fonte: IMEA Cidade Valor Cuiaba 70.71 Juara 70.62 Matupa 67.18 Mirassol dOeste 69.00 Nova Canaa do Norte 68.00 Paranatinga 70.00 Rondonopolis 70.62 Sinop 68.00 Tangara da Serra 70.00

Grupo Guaporé arrenda frigorífico do Independência

O arrendamento das plantas do Frigorífico Quatro Marcos pela JBS-Friboi pode ser só o começo de uma reestruturação no segmento de carne bovina. Além da possibilidade de fusão entre as gigantes Bertin e Marfrig, outras empresas do setor começam a ganhar espaço. Uma delas é o Grupo Guaporé Carnes que adquiriu uma das plantas do Independência no Mato Grosso, em uma negociação da ordem de R$ 60 milhões - valor superior à dívida de mais de R$ 50 milhões que o frigorífico tem com 600 pecuaristas do estado. Os cerca de 500 funcionários da planta, instalada no Município de Colíder, começam a ser realocados e os abates poderão ser retomados já a partir da próxima semana. No mês passado, a companhia inaugurou uma nova planta em São Miguel do Guaporé, em Rondônia. Com um investimento de R$ 25 milhões, a unidade terá capacidade para abater 600 animais por dia. De acordo com a empresa, o frigorífico é o maior investimento privado da cidade. "Rondônia vive um ciclo de crescimento muito acima da média nacional, principalmente ligado ao agronegócio", avalia Anésio Elias Júnior, presidente da Guaporé. Atualmente a empresa tem cinco plantas industriais, além de uma empresa fabricante de biocombustíveis, a Agrodiesel, a holding GTSA e a Fazenda Carol Mila. A movimentação no segmento da pecuária, iniciado pelos pedidos de recuperação judicial de empresas do setor, também está motivando os próprios pecuaristas a entrarem no ramo da agroindústria. Na região do Araguaia e Alto Xingú, no Mato Grosso, um grupo de fornecedores e credores dos frigoríficos Independência, Margen, Arantes e Quatro Marcos, está à procura de uma unidade industrial para realizar um arrendamento. De acordo com o pecuarista Carlito Guimarães, presidente da Associação dos Fazendeiros do Xingu (Asfax), cuja empresa tem Coopercarne como razão social, com o agravamento do processo de endividamento das empresas da região os pecuaristas estão buscando uma aquisição como forma de viabilizar os abates. "Antes nós tínhamos sete opções para vender nossa produção, hoje apenas três frigoríficos estão abatendo na região", diz Guimarães. Segundo ele, muitos pecuaristas estão tendo que levar os animais para abater em outros estados, como Goiás e São Paulo, realizando trajetos que chegam a ultrapassar 1 mil quilômetros. "Isso acaba dobrando custo do frete da carne e resultando na perda de peso dos animais", avalia. Guimarães aponta quatro opções de arrendamento: uma planta do Arantes, na cidade de Canarana, uma antiga planta do International Food Company (IFC) em Nova Xavantina, que já havia sido arrendada pelo Independência, uma unidade do Margen, em Barra do Garças e uma do Independência, na cidade de Confresa. A Coopercarne já teria tentado negociar com as três companhias, além do Grupo Quatro Marcos, mas tem enfrentado uma certa resistência. "Eles não aceitam que estão falidos e acreditam que vão conseguir renegociar todas as dívidas", afirmou Guimarães. Caso não seja fechado negócio com nenhuma das empresas, que estão com as unidades industriais paralisadas, a própria Cooperativa poderá construir um frigorífico na região. A iniciativa dos produtores em avançar na cadeia da carne deve ganhar mais forma com as novas aquisições da JBS já que, se por um lado, comemoram a retomada de cinco unidades, por outro, a maioria dos pecuaristas temem a concentração no setor. Endividamento Os produtores do Mato Grosso continuam firmes no propósito da venda de gado apenas sob pagamento à vista. Segundo a Federação de Agricultura do Mato Grosso (Famato), atualmente 60% das negociações estão sendo praticadas à vista, devido aos inúmeros pedidos de recuperação judicial dos frigoríficos, que determina a prática, e pela adesão de algumas plantas por conta da concorrência. "Vemos que há um cenário mais otimista quanto a estas questões e essa campanha é bastante oportuna para que possamos de uma vez ajustar essa prática de comercialização equivocada", afirmou o consultor de pecuária Luiz Carlos Meister.