sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Credores fecham acordo com MARGEN

Em pouco menos de uma hora, credores do Frigorífico Margen, reunidos ontem, no Centro de Tradições Gaúchas (CTG), em Rio Verde, oficializaram o acordo que já estava definido nos bastidores – a aprovação do Plano de Recuperação Judicial (PJR) da empresa. A proposta foi aceita por unanimidade pelos trabalhadores, por 95,13% dos quirografários (fornecedores) e por 84,28% dos que com garantia real. A aprovação da proposta abre caminho para o surgimento da NewM S.A., em no máximo 180 dias, com sede em Rio Verde, e que poderá se posicionar entre os cinco maiores players do País. A nova empresa, que tem valor de mercado estimado em R$ 1 bilhão, terá capacidade de abate de 3.600 bovinos por dia e atuará em Goiás, Mato Grosso, Pará e Rondônia. Antes da votação, o advogado Murillo Lobo, representante do Grupo Margen, apresentou as alterações feitas no plano de recuperação. A principal delas foi o deságio de 80% da dívida do Fundo Alemanha Multicarteira, que tinha a receber R$ 122 milhões, mas reivindicava uma atualização para R$ 144 milhões. O frigorífico reconheceu a correção e o Fundo vai receber R$ 30 milhões em até um ano. Os recursos virão da venda da unidade de Paranavaí (PR). Além de Paranavaí, o acordo também prevê a alienação das unidades de Ribeirão Cascalheira (MT) e de Coxim (MS). Com a venda das unidades, 60% dos recursos serão utilizados para a formação de capital de giro do Margen Ltda. Um banco será indicado pelo frigorífico para realizar a operação dos três ativos, mas a indicação dependerá do aval do Fundo Multicarteira. Estão cotados o J.P Morgan, o Goldman Sachs e o UBS. De acordo com o juiz Fernando Salgado, da Vara de Fazendas Públicas de Rio Verde, caberá à Justiça gerenciar a formação da nova empresa e a respectiva conversão dos créditos em ações ordinárias nominativas, com direito a voto.“Também vamos promover o imediato pagamento dos créditos trabalhistas.” Com créditos de R$ 19 milhões, os trabalhadores serão pagos com recursos provenientes de leilão judicial de uma frota de 270 veículos automotores e 3 aeronaves. O fechamento do acordo possibilitou a manutenção de 2 mil empregos diretos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Artuzi visita frigorífico que vai gerar mais de 400 empregos

O prefeito Ari Artuzi(PDT) acompanhado do secretário municipal de Agricultura, Indústria e Comércio, Maurício Peralta, visitou esta semana as obras do Frigorífico Frigoforte, antigo Pérola, que tem previsão de gerar mais de 400 empregos diretos no município. A direção do abatedouro quer iniciar as atividades ainda durante este ano, com abate de bovinos, suínos e ovinos, tanto para o mercado interno, quanto para a exportação. O Frigoforte, que faz parte de uma rede de indústrias que atua na área da carne, instalada em várias regiões do Brasil, principalmente no Sul, está com as obras em ritmo bastante acelerado, mesmo reaproveitando apenas uma pequena parte das instalações do antigo Pérola. Localizada nas proximidades do posto da Polícia Rodoviária Federal, saída para Campo Grande, a indústria terá capacidade para abater 350 bois, mil porcos e 700 carneiros ao dia, mas de forma alternada. Artuzi foi recebido pelo diretor do grupo, Leonardo Gritti que falou sobre os investimentos e a expectativa em relação às atividades do frigorífico. O prefeito lembrou que a indústria está incluída na relação das que foram aprovadas para receber incentivos fiscais e ainda ressaltou outros incentivos que a prefeitura está concedendo para a viabilização da obra, como a terraplanagem. O Frigoforte é o primeiro no município que vai atuar no abate de ovinos.

Rastreabilidade: fazem de tudo para espantar o pecuarista

Aos leitores que são mais veteranos do que eu na pecuária, peço que puxem pela memória quais eram as exigências, nas décadas de 70 e 80, que precisavam ser atendidas para que o boi pudesse ser enviado ao frigorífico. A maioria vai lembrar de que era necessário, apenas, alcançar um peso mínimo ao redor de 15 ou 16 arrobas. Hoje, porém, é preciso atender requisitos de sanidade, bem-estar animal, sustentabilidade (no que diz respeito às questões sócio-ambientais), RASTREABILIDADE, índices mínimos de produtividade... E ainda se defender de sem-terra, de índio, de ladrões de gado, de fiscais corruptos e de ministro língua solta. Isso tudo sem se esquecer das pressões econômicas, já que, no longo prazo, os preços pecuários tendem a cair, ao passo que os custos de produção só fazem subir. Há 30 ou 40 anos já não era fácil ser pecuarista. Hoje, porém, é dose pra leão. Analisemos o caso da rastreabilidade. A burocracia é enorme, o custo é relativamente alto, a operacionalidade do sistema é toda atravancada e ninguém sabe quando a fazenda será auditada para ter a chance de entrar na bendita lista Trace (a lista das fazendas aptas a atender a demanda da União Européia). Ainda assim o pecuarista investe, de olho no ágio pago pelo “boi Europa”. Mas depois de tudo isso, corre-se o risco do frigorífico não pagar ágio algum, ou derrubá-lo de 10% para os atuais 3% a 4%. Até aí, tudo bem, pois o risco faz parte do negócio. Quem define o ágio é o mercado, de acordo com demanda da Europa versus a oferta de boi rastreado. Não é? Não, não é bem assim. Acompanhe o raciocínio. Até pouco tempo atrás, o pecuarista com gado rastreado era responsável por dar baixa dos animais no banco de dados do Sisbov, assim que eles eram negociados. Se um pecuarista com gado na lista Trace não conseguisse ágio junto ao frigorífico, ele poderia dar baixa pelo Modelo B. Para quem não sabe, existe o Modelo A, que enquadra o “boi Europa” (tem que estar na lista Trace), e o Modelo B, que atende outros mercados (não precisa estar na lista Trace). Ou seja, o pecuarista desprestigiado poderia vender o gado sem direito a ágio, mas também não era obrigado a passar de graça, ao frigorífico, a opção de enviar a carne para a União Européia, mercado que sabidamente remunera melhor. Agora, porém, o Ministério da Agricultura transferiu ao frigorífico a obrigação de dar baixa dos animais na base nacional de dados do Sisbov. Ela não pode mais ser feita pelo pecuarista. Na prática, se o pecuarista que tem gado na lista Trace não quiser vender os animais com a chancela da Europa para um frigorífico que não paga ágio, ele é obrigado a negociar com quem atende apenas o mercado doméstico. E aí existe toda a dificuldade de se conseguir negociar num mercado onde os grandes frigoríficos exportadores possuem cada vez mais representatividade. Sem contar que, para vender para frigoríficos pequenos, o pecuarista vai procurar picar os lotes, perdendo na negociação e aumentando os custos operacionais. Criou-se, assim, um mecanismo que facilita a obtenção de “boi Europa” pelos frigoríficos, ao mesmo tempo em que se reduz a pressão para pagamento de prêmio ou ágio. Quando a maior parte das fazendas hoje habilitadas estava buscando espaço na lista Trace, a regra não era essa. Ela foi alterada no meio do jogo. Sacanagem. Depois tem gente que sai dizendo que “o pecuarista não é consciente”, que “não faz sentido essa baixa adesão ao Sisbov”... E outras baboseiras do tipo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mato Grosso reduz exportação de carcaça bovina

Análise divulgada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária mostra que o volume exportado de carcaça bovina cresceu 51% na comparação de janeiro a julho deste ano. No entanto, frente ao mês anterior apresentou redução de 17%. A entidade, vinculada à Federação de Agricultura e Pecuária do Estado, aponta que “a exportação deste produto nos meses de 2009, com exceção de abril, que teve alta de 14% em comparação com o ano passado, foi inferior aos embarques nos mesmos meses de 2008”. O levantamento do instituto acrescenta ainda que “o mês de julho registrou queda de 34% na venda do produto”. Para o Imea, tal comportamento pode ter sido um dos fatores que contribuíram para a pouca variação na arroba do boi gordo no mês passado, isto porque a redução das exportações diminui a demanda por boi gordo, pressionando o preço. No mercado de preços, a segunda semana de agosto encerrou com a arroba do boi gordo caindo 1,23% (- R$ 0,82) no preço à vista e está cotada a R$ 65,57/@. A arroba da vaca gorda no Mercado à vista teve baixa de 0,51% (- R$ 0,32) e fechou a semana vendida a R$ 61,42. Já no Mercado a prazo, a semana terminou com a cotação a R$ 63,34/@. No Noroeste, em Juara, o preço da arroba do boi gordo sofreu uma queda de R$ 1,97/@ e fechou a semana cotado a R$ 64,85/@. E no preço a prazo a queda foi de R$ 2,05/@, com a cotação em R$ 67,55/@, descreve a análise de bovinocultura. Em Colíder e em Nova Canaã, no Norte, não houve alteração e a arroba está cotada a R$ 65,00/@ e R$ 63,36/@. Matupá apresentou queda de R$ 0,18/@ e fechou a semana em R$ 64,44/@. Em Nova Monte Verde, o preço teve a expressiva baixa de R$ 2,05/@ e terminou a semana em R$ 64,48/@. No Nordeste, Vila Rica teve nova desvalorização no preço da arroba do boi gordo, com redução de R$ 1,00/@ no mercado à vista, encerrando a semana cotada a R$ 62,00/@. No preço a prazo, a queda foi de R$ 1,03/@ e está cotada a R$ 64,05/@. No Oeste, em Mirassol D’Oeste, o preço da arroba do boi gordo teve redução de R$ 1,00/@ e está cotado a R$ 66,00/@. Já em Araputanga e em Pontes e Lacerda, o preço da arroba não sofreu alterações ao longo da semana, fechando a cotação em R$ 66,53/@ e R$ 67,55/@ respectivamente. No Centro-Sul, em Tangará da Serra e em Diamantino, a arroba do boi gordo não se modificou, encerrando a semana cotada em R$ 66,64/@ e R$ 65,96/@ respectivamente. A arroba em Cáceres teve queda de R$ 1,02/@ e está cotada a R$ 66,53/@. O preço em Cuiabá teve leve baixa (R$ 0,09/@) e está cotado a R$ 66,80/@. No Sudeste, a arroba em Barra do Garças apresentou queda de R$ 1,02/@ e fechou a semana cotada a R$ 65,51. Em Rondonópolis o preço da arroba sofreu desvalorização de R$ 0,98, fechando a semana em R$ 66,39/@. Pedra Preta e Paranatinga tiveram queda também e têm cotação de R$ 66,53/@ e R$ 66,03/@ respectivamente.

Fechamento de frigorífico prejudica economia do município

O encerramento das atividades do frigorífico pertencente ao Grupo Margen, (antigo Frigorífico Fernandes S/A), em Ariquemes, está causando muitos transtornos aos produtores rurais da região, influenciando negativamente na economia do município e, o mais grave, pode estar servindo para enganar a Justiça, numa manobra jurídica de um grupo econômico. Depois de ouvir alguns produtores rurais que foram enganados pelo frigorífico, nossa reportagem obteve informações de que o pedido de recuperação judicial apresentado pelo Grupo Margen à Justiça do Estado de Goiás não alcançaria a empresa GM Rio Bonito Participações Ltda, verdadeira compradora e proprietária do frigorífico de Ariquemes.
A partir dessa suspeita, os produtores rurais e outros fornecedores com contas a receber do frigorífico Margen, acreditam que o encerramento das atividades pode estar servindo a outros propósitos do grupo, que tem frigoríficos em vários Estados. Depois de consultar advogados, alguns credores entendem que, se a GM Rio Bonito Participações Ltda não está em recuperação judicial (terminologia utilizada a partir da edição da nova Lei de Falência para determinar pedido de concordata), não se justifica a paralisação das atividades.
O que estaria por trás dessa manobra, na opinião de alguns pecuaristas com contas a receber, é que o Grupo Margen estaria se aproveitando da situação econômica que atinge ao segmento de frigoríficos para não honrar seus compromissos junto aos fornecedores. Os produtores rurais, o comércio e a sociedade em geral vislumbram o retorno do frigorífico aos antigos proprietários e a retomada de suas atividades, porquanto ela representa uma importante fonte de geração de emprego e renda para a população do município.

Frigorífico nega férias coletivas e desautoriza sindicalista

Matéria de João Prestes
O responsável pelo setor de Recursos Humanos do Frigorífico Naves Carnes, de Rochedo, entrou em contato com o Midiamax para desmentir informação veiculada pela assessoria do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Campo Grande e Região. Segundo a notícia, o frigorífico daria férias coletivas para quase 300 funcionários a partir de amanhã, por falta de animais para abate.

O responsável pelo setor de Recursos Humanos, Rafael Natsuzaki, desmentiu a informação, disse que não há qualquer fundamento, que a empresa está saudável, só compra à vista e desautorizou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação, Rinaldo de Souza Salomão. “Esse sindicato sequer representa os empregados do frigorífico”, afirmou Natsuzaki.

Indagado a respeito, Rinaldo Salomão disse ter ouvido “de trabalhadores” a informação. Disse ter recebido um telefonema da direção do frigorífico desmentindo o boato, mas não tomou a iniciativa de desfazer o mal entendido. “Se não vão mais fechar, é uma vitória nossa”, diz.

O frigorífico nega que sequer tenha cogitado tal medida, que tem contratos grandes e vai cumpri-los e não teria qualquer problema de abastecimento. “Uma informação dessas pode atrapalhar negócios, cancelar contratos”, diz Natsuzaki.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

DIPOA esclarece dúvidas sobre controle de Listeria monocytogenes

São Paulo, SP, 17 de Agosto - No dia 19 de agosto, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) promoverá uma reunião com representantes técnicos das entidades nacionais da avicultura e suinocultura brasileira. O encontro tem por objetivo esclarecer dúvidas sobre os procedimentos de controle de Listeria monocytogenes em produtos prontos para o consumo. A reunião acontecerá na sede do MAPA, em Brasília (DF) a partir das 14h.

(UBA) (Assessoria de Comunicação)

Brasil quer rever barreiras ilegais impostas pelo México às carnes

São Paulo, SP, 14 de Agosto - O Brasil é o primeiro exportador mundial de carnes bovina e de frango e o quarto de carne suína. Mas não está conseguindo entrar no mercado mexicano porque a autoridade sanitária daquele país tem se recusado a realizar análise técnica dos produtos. "O México se utiliza de barreira sanitária ilegal, impedindo a participação do Brasil no seu mercado", queixa-se o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto. Na avaliação do dirigente, a visita ao Brasil do presidente do México, Felipe Calderón, a partir deste sábado (15), "é uma oportunidade única para o presidente Lula manifestar insatisfação com a maneira com que os produtos agrícolas brasileiros têm sido tratados. O México é um dos maiores importadores mundiais de produtos agrícolas, e o Brasil, embora esteja entre os maiores exportadores, tem participação irrisória naquele importante mercado". O México está entre os quatro maiores importadores de carne suína do mundo. Importa cerca de 50% do seu consumo, ao redor de 400 mil toneladas, pois a produção local é insuficiente para atender a demanda doméstica. Porém, reserva seu mercado para os produtores dos Estados Unidos, impedindo que o Brasil participe da concorrência. "Não se trata de medida do NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte). Dessa não poderíamos reclamar. Não tem, porém, absolutamente sentido não ser executada a análise técnica referente à sanidade do produto do Brasil. Trata-se, nesse caso, de barreira ilegal", afirma Pedro de Camargo Neto. As irregularidades praticadas pela agência sanitária do México foram tantas, que o Brasil solicitou a mediação do presidente do Comitê de Assuntos Sanitários da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Esse pedido de mediação é o primeiro passo para eventual contencioso na OMC. Infelizmente, até o momento,somente foi possível realizar uma reunião de pouco resultado prático. Estamos, praticamente, no mesmo ponto em que estávamos em agosto de 2007, por ocasião da visita do ministro da Agricultura, Reinhod Stephanes, e do presidente Lula à Cidade do México, quando o tema foi tratado sem sucesso", explica Camargo Neto. Segundo o presidente da ABIPECS, "os produtores do Brasil se sentem revoltados com a maneira como têm sido tratados. O argumento de proteção ao produtor mexicano não pode ser aqui utilizado, pois o México é grande importador de produtos de outros países e, no caso da carne suína, importador dos EUA. Queremos que o assunto seja tratado dentro das regras da OMC e que possamos concorrer com nossos concorrentes". Com informações da assessoria de imprensa da Abipecs.

Fonte :(Safras & Mercado) (Redação)

Frigorífico Minerva: lucro dispara 194% no trimestre

O frigorífico Minerva (BEEF3) divulgou nesta sexta-feira (14) seu resultado do segundo trimestre de 2009, reportando um avanço de 194% em seu lucro líquido na comparação anual, atingindo R$ 56,9 milhões.

"Após um período de grande turbulência nos mercados internacionais, que afetou a dinâmica de vários setores e inclusive a do nosso, entendemos que o segundo trimestre de 2009 foi o divisor de águas e já no segundo semestre deste ano iniciou-se um longo período de crescimento em nosso faturamento, com melhores margens operacionais e financeiras", destaca o presidente da companhia, Fernando Galletti Queiroz.

A receita líquida do período alcançou R$ 641,4 milhões, subindo 12,7% quando confrontada com o número visto em igual período do ano anterior.

Entre abril e junho deste ano, o frigorífico acumulou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 44,8 milhões, configurando uma retração de 4,6% frente o segundo trimestre de 2008.

A margem Ebitda (relação percentual entre o Ebitda e a receita líquida), por sua vez, ficou em 7%, caindo 1,3 pontos percentuais na mesma base de comparação.

Fonte: Investidor Informado

Frigoríficos fecham e trazem prejuízos

Em Mato Grosso, 13 dos 32 abatedouros pararam. Isso trouxe prejuízos para a economia da região.
Nos últimos meses, vários frigoríficos fecharam, principalmente nos estados do centro-oeste.

Em Mato Grosso, 13 dos 32 abatedouros pararam. Isso trouxe prejuízos para a economia da região.

O pecuarista Valdemar Fernandes está preocupado não só com a boiada, mas também com uma nota fiscal de R$ 69 mil.

Em fevereiro deste ano ele vendeu 80 vacas para o Frigorífico Independência, mas ainda não recebeu nada. "Agora ficou difícil. A gente vai lá. Eles falam que vão pagar e nada disso".

O frigorífico fica no município de Pontes de Lacerda, há 500 quilômetros de Cuiabá, sudoeste de Mato Grosso. A industria começou a funcionar em dezembro do ano passado e parou em junho. Com isso 1.200 animais deixam de ser abatidos por dia.

O Sr. Hélio Araújo é um dos funcionários demitidos. Ele trabalhou seis meses na lavanderia do frigorífico e acabou de receber a primeira parcela do seguro desemprego. "Fica complicado porque a gente já contava com o salário, uma cesta básica". Em Pontes de Lacerda outro frigorífico, o Arantes, também chegou a fechar as portas e demitiu funcionários no começo do ano. A empresa retomou a atividade de forma parcial. "A gente nunca sabe de nada. O que eu sei é que vai ter trabalho duas vezes por semana", diz a trabalhadora Eunice Bruno.

Com menos dinheiro no bolso na praça, a situação está cada vez mais complicada no comércio. Em um supermercado o número de cheques sem fundo não para de crescer. O gerente Fábio Rodrigues diz que já são quase R$ 30 mil de prejuízo. "A gente teve uma inadimplência maior do que a gente costuma ter".

A queda no faturamento provocou a demissão de metade dos funcionários de uma loja de confecções. "Os cobradores vão na casa dos clientes e eles falam que não tem dinheiro ou que vai arrumar, ou que está desempregado", conta a gerente da loja, Ana Cláudia Chicaroni.

Em Cuiabá os pecuaristas tem se reunido na sede da Federação da Agricultura para discutir a situação dos frigoríficos em todo o estado.

Os dois frigoríficos, Independência e o Arantes, entraram em processo de recuperação judicial. O Arantes ainda não divulgou o seu plano de pagamento. Já o Independência apresentou a sua proposta que envolve as 14 unidades do grupo em vários estados brasileiros.

A proposta é a seguinte: as dívidas de até R$ 80 mil seriam pagas em 30 dias, acima desse valor o pagamento seria em 36 parcelas mensais. Tudo isso estaria condicionado, no entanto, a obtenção de um financiamento de R$ 330 milhões.

O Presidente da Comissão de Credores da Federação de Agricultura de Mato Grosso, Marcos da Rosa, diz o que os criadores acharam do plano. "Aparentemente eles fizeram um plano para pegar os pecuaristas menos desavisados, porque pagando até R$ 80 mil praticamente 55%, 50% dos pecuaristas receberiam. A assembléia seria no mês de novembro e esses pecuaristas optariam por valores. Então é um plano sem pé nem cabeça, um fantasma que o pessoal da Independência criou para nós ilidir".

Nesta segunda-feira vence o prazo para os pecuaristas se manifestarem sobre essa proposta do Frigorífico Independência. Fonte: Globo Rural