quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Após alta da carne no mercado interno, Argentina decide restringir exportações

Frigoríficos da Argentina disseram ontem que o governo atrasa a emissão de licenças para exportação de carne bovina a fim de elevar a oferta doméstica e frear a alta dos preços vista nas últimas semanas em função da demanda de fim de ano. A Argentina é um importante exportador de carne, mas tem o maior consumo per capita do mundo, cerca de 73 quilos por ano. Isso faz da carne um produto sensível para a opinião pública.
"Há alguma demora (na concessão de licenças de exportação) e ameaças de que, se o preço não baixar, as exportações serão suspensas", disse Miguel Schiariti, diretor da Câmara da Indútria e Comércio de Carnes (Ciccra). Alguns setores da indústria e fontes da Onnca (órgão responsável pela emissão de licenças) negaram que haja dificuldades, mas a informação foi corroborada por outros representantes do setor.
"Desde segunda-feira não se autorizam operações de exportação para toda a indústria. (Mas) os embarques não foram interrompidos, o que já estava autorizado segue seu curso normal", afirmou uma fonte de frigorífico.
O governo argentino interveio várias vezes no mercado de carnes nos últimos anos e chegou a suspender as exportações para garantir o abastecimento doméstico. Para o governo, a alta atual tem origem especulativa. A disputa acontece num momento em que a Ciccra denunciou à Justiça irregularidades na divisão da cota de exportação de cortes nobres destinada à Europa (a cota Hilton).

Perdigão e Sadia querem unir operações de bovinos

Frigoríficos: Empresas fazem solicitação ao Cade; resposta só sai em 2010


Perdigão e Sadia pediram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para unir as suas operações de compra e venda de carne bovina. O pedido começou a ser julgado, ontem. O relator do processo, conselheiro Carlos Ragazzo, aceitou sob condições. Mas, o presidente do Cade, Arthur Badin, pediu vista, adiando a definição para 2010, já que foi a última sessão de julgamentos deste ano.
A dúvida de Badin é qual o poder de mercado das duas empresas - que se uniram este ano criando a Brasil Foods - no segmento de carne bovina. Elas informaram que têm participação inferior a 10%. Ragazzo não forneceu um número preciso no julgamento, pois essas informações são protegidas por sigilo. O conselheiro Vinícius Carvalho perguntou ao relator se os dados sobre participação eram das empresas. "Sim, os dados são delas", respondeu Ragazzo. Em seguida, Badin disse que gostaria de pedir vista para ter mais segurança com essas informações.
O advogado Paulo de Tarso Ribeiro, que defende a aprovação do negócio junto ao Cade, fez um apelo para que a autorização fosse dada ainda este ano. "Peço que reconsidere o pedido de vista. É fim de ano", justificou Ribeiro. "Mantenho", respondeu Badin.
Em julho Sadia e Perdigão assinaram um acordo com o Cade pelo qual se comprometeram a não unir suas plataformas industriais até a decisão final sobre o negócio. O objetivo do acordo é preservar as estruturas das empresas em separado para que uma eventual decisão contrária à compra da Sadia possa ser revertida. O Cade permitiu operações societárias entre as companhias, operações com derivativos e negociações com credores para reduzir encargos financeiros e alongar dívidas.
 Ontem, o órgão antitruste analisou um pedido de flexibilização do acordo assinado em julho. As empresas querem realizar dois projetos. O primeiro é para a coordenação de atividades relacionadas à compra de carnes "in natura". Sadia e Perdigão querem fazer negociações conjuntas de carne bovina. O segundo projeto é para a aquisição de insumos e serviços.
Ragazzo impôs condições para ambos os projetos para autorizá-los. O conselheiro-relator disse que as empresas poderiam trocar informações sobre o mercado de carne "in natura" apenas para a gestão desse mercado específico. Ele ressaltou que o pedido não se referiu aos mercados de suínos e de aves. Isso facilitaria a autorização, pois se trata apenas do mercado de carne bovina. Além disso, indicou que as companhias teriam de fazer contratos autônomos com fornecedores, com duração máxima de um ano. E que auditores independentes vão monitorar o cumprimento das condições.
"Não vejo prejuízo, por ora, em autorizar [os projetos] até a decisão final do Conselho", disse Ragazzo. "As condições presentes no acordo são suficientes para manter as estruturas [das empresas] independentes". Mas, como Badin pediu vista do caso, as empresas terão de esperar até 2010 para saber se poderão realizar ambos os projetos.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Brasileira JBS compra processadora de ovinos na Austrália

São Paulo, SP, 16 de Dezembro de 2009 - No momento em que se prepara para a incorporação da Bertin e da Pilgrim's Pride, a JBS S.A anunciou ontem mais uma aquisição no exterior. Por meio de sua sua subsidiária integral, a Swift Austrália, a empresa fechou um acordo para comprar a Tatiara Meat Company (TMC), da holandesa Vion Food Group, na Austrália.
Com isso, a companhia reforça sua posição no segmento de carne de ovinos, no qual entrou em 2007 com a aquisição da americana Swift Foods Company. A JBS vai pagar US$ 27,5 milhões pela processadora de carne de ovinos - o valor está sujeito à conclusão do processo de due diligence na empresa. O faturamento anual da Tatiara é de cerca de US$ 183 milhões.
De acordo com a JBS, a Tatiara atende mercados como Estados Unidos, Canadá e Europa, onde a marca é bastante conhecida, e vende também carne ovina no mercado doméstico australiano. A empresa está localizada em Bordertown, uma região da Austrália conhecida por seu rebanho ovino de alta qualidade, segundo a JBS. Sua capacidade de abate é de 9.500 ovinos por dia. Com a aquisição, a Swift Austrália se torna a maior processadora de carne ovina naquele país, com capacidade de abate total de 24.500 ovinos por dia.
A JBS entrou na Austrália após a compra, em 2007, da americana Swift, que já tinha operações no país. No ano passado, reforçou sua presença na Austrália com a compra do Tasman Group.
A Austrália é o segundo maior exportador mundial de carne de ovinos, atrás da Nova Zelândia. O setor viveu dificuldades nos últimos anos e os ativos se desvalorizaram. Uma queda no rebanho reduziu a oferta de matéria prima para abate, gerando problemas financeiros e de escala para as indústrias. Agora, porém, já ocorre uma recomposição do rebanho ovino no país.
O mercado de ovinos é visto como promissor pela JBS, e o foco é principalmente a exportação. Os maiores mercados para a carne de ovinos são a Europa e países do Oriente Médio, onde o produto é tradicionalmente consumido.
De acordo com a empresa, a conclusão da operação de compra da Tatiara está sujeita à aprovação dos órgãos reguladores.

BNDES deve fazer aporte de R$ 450 mi no JBS

Rio de Janeiro, RJ, 16 de Dezembro de 2009 - O BNDES poderá aportar, pelo menos, mais R$ 450 milhões no megafrigorífico nascido com a aquisição do Bertin e do americano Pilgrim's Pride pelo JBS, anunciada em setembro passado. Com isso, o total injetado pelo banco no grupo, desde 2007, chegaria perto de R$ 4,5 bilhões.
O valor a ser liberado pelo banco corresponde a 13% da oferta de R$ 3,5 bilhões em debêntures -títulos emitidos para obter dinheiro com o mercado- que o JBS submeterá à assembleia de acionistas no dia 29 para concluir a incorporação do Bertin.
É essa a participação do banco na JBS e, portanto, o investimento que poderá fazer como sócio na oferta

Friboi beneficia imagem da pecuária brasileira no exterior

A JBS Friboi firmou acordo com o Vion Food Group para a compra da australiana Tatiara Meat Company (TMC), processadora de carne ovina, por 30 milhões de dólares australianos, ou US$ 27,5 milhões. A conclusão da negociação, feita por meio da subsidiária Swift Austrália, depende do processo de due diligence e aprovação pelas autoridades competentes.

 Para o presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Costa Guedes, a expansão do Grupo JBS Friboi no mercado internacional é benéfica à imagem da pecuária brasileira no exterior. Guedes está otimista em relação à retomada das exportações para o mercado europeu no próximo ano, com o aumento dos números de fazendas incorporadas ao programa brasileiro de rastreabilidade (Sisbov).
Ele comemora a recuperação do mercado chileno, que tem potencial de importação de 100 mil toneladas/ano, e prevê para o próximo ano a concessão de status de livre de aftosa com vacinação para a Amazônia e região Norte, o que possibilitaria a abertura dos mercados do Japão e da Coreia do Sul para a carne brasileira.
Na opinião de Guedes, o setor não estava preparado nem organizado para enfrentar o impacto da crise financeira que atingiu os frigoríficos. Ele defende uma reestruturação, com a criação de linhas de financiamento destinadas à aquisição do gado pelos frigoríficos, sem a necessidade de o criador vender a prazo e ficar sujeito ao calote, como aconteceu neste ano. 
Hoje, diz ele, grande parte dos pecuaristas está adotando a política de vender mais à vista e em pequenas quantidades, para evitar prejuízos. Em relação à decisão da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de não comprar carne proveniente de animais de áreas desmatadas, Guedes afirmou que os mecanismos de certificação são saudáveis por restringir quem desmata ilegalmente e queima pastagens, mas critica o fato de a Abras não ter chamado os produtores para discutir os critérios.
Guedes rebateu as criticas feitas à atividade pecuária durante a convenção do clima em Copenhague. Ele disse que é possível reduzir as emissões da pecuária, "mas é preciso haver honestidade nos números". Ele observa que muitos estudos não levam em conta CO2 que as plantas (forrageiras e gramíneas) absorvem e fixam no solo.
Ele diz que pastagens recuperadas chegam a sequestrar mais carbono que as florestas tropicais. Ele cita um estudo do pesquisador da Embrapa, Odo Primavesi, que mostra sequestro de 4% em pastagens bem manejadas, enquanto na floresta é de 3,5%. Na questão do metano resultante do processo digestivo do gado, ele afirma que o Brasil foi um dos países que mais reduziu emissões nos últimos anos, por meio do encurtamento da idade de abate dos animais, de cinco anos para dois anos e meio.

Brasil terá escritório em Bruxelas para defender exportações à UE

Rio de Janeiro, 16 dez (EFE).- O Brasil abrirá no próximo ano um escritório em Bruxelas para defender as exportações dos prejuízos causados pelas normas técnicas impostas pela União Europeia (UE), informaram hoje fontes empresariais.

Similar ao que já têm países como China e Rússia, o posto será financiado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), como explicou essa última em comunicado.
Segundo os industriais, o objetivo da iniciativa é antecipar as normas técnicas que a União Europeia impõe sobre importações e que "funcionam como barreiras não tarifárias, impedindo as exportações de diversos setores".
A CNI afirmou que as últimas restrições da UE prejudicaram setores brasileiros como os de carnes, mármores e rocha, e químico.
O presidente da APEX, Alessandro Teixeira, justificou a abertura do escritório diante da importância que tem o mercado comum europeu para o Brasil, como terceiro principal destino das exportações e responsável no que vai do ano por compras por US$ 31 bilhões.
Teixeira acrescentou que o Brasil perdeu parte do mercado por normas técnicas que surpreendem as empresas brasileiras.
"Recentemente perdemos exportações pelo lobby realizado pela Irlanda contra a carne bovina brasileira e não tínhamos ninguém que nos defendesse. Com um escritório vamos poder nos antecipar a esses problemas", assegurou.
Acrescentou que setores como o químico e de mármores e rocha também foram afetados por regulamentações da UE que, alegou, "funcionam como medidas de protecionismo".
O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, disse que a associação entre os industriais e a APEX tem como objetivo estar atento às políticas comerciais e financeiras adotadas ou em discussão na União Europeia para tentar identificar as que possam prejudicar ao Brasil.
"Não é possível prever em quanto poderemos aumentar as exportações com o escritório, mas posso dizer que pelo menos não vão cair", afirmou Teixeira.

Governador Wagner inaugura oficialmente frigorifico em Ilheus

Nesta quarta-feira (16), às 16h30, o governador Jaques Wagner visita o município de Ilhéus (a 445 km de Salvador) para a inauguração oficial do matadouro frigorífico Itacarne, gerando 100 empregos com carteira assinada. Inicialmente, tem capacidade para abater 200 bovinos por dia.
Foram investidos aproximadamente R$ 5 milhões no equipamento, que integra os negócios da Rede Meira de Supermercados, presente nos municípios de Ilhéus e Itabuna. Esse é o 27º matadouro multifuncional registrado no Serviço de Inspeção do Estado, sendo o 19º do estado e o primeiro da região cacaueira só de bovinos.

Boi: demanda sustenta preço interno

Bom desenvolvimento do pasto dá ao pecuarista opção de segurar animais na propriedade à espera de melhores preços
O aumento da demanda e a falta de oferta de gado confinado deixam o mercado do boi gordo mais aquecido nesta semana. Grandes frigoríficos buscam animais no mercado para cumprir escalas. A tentativa de pagar R$ 70 a arroba a prazo, para descontar Funrural, no mercado paulista, não deu resultado. Isso porque os pequenos frigoríficos seguem firmes no mercado, também com escalas curtas e pagam até R$ 75 por arroba nas mesmas condições. Mesmo assim, encontram dificuldades para comprar. Há uma boa oferta de boi não confinado, mas as chuvas constantes ajudaram no bom desenvolvimento dos pastos e deram a opção ao pecuarista de segurar o animal engordando nas propriedades. "O produtor prefere até arriscar e espera por um preço melhor. Se cair, ele consegue compensar no maior peso do animal", disse um corretor.
Já em Mato Grosso do Sul, um frigorífico teria comprado lote por até R$ 70 a arroba a prazo, livre do Funrural, preço R$ 2 por arroba acima do oferecido até então. Se os frigoríficos grandes passaram a buscar animais, os pequenos, que pagam mais por eles, reclamam da competitividade na hora de vender a carne no atacado.
O preço no atacado voltou a registrar alta no fim da semana passada, de acordo com o levantamento da Scot Consultoria. O corte traseiro saltou R$ 0,05 por quilo, para R$ 6,45; o dianteiro aumentou R$ 0,10 o quilo, a R$ 3,40, e o quilo da ponta de agulha para o consumo subiu R$ 0,15 e encerrou a semana a R$ 3,20. "As vendas do dianteiro e da ponta de agulha seguem aquecidas e os preços em alta; aumentos como esses normalmente são relacionados ao crescimento de renda", disse a analista da Scot Consultoria Maria Gabriela Tonini.

Carnes: Aumenta abate de bovinos em Mato Grosso do Sul

Após um longo período de redução nos abates de bovinos, em estabelecimentos frigoríficos sob Inspeção Federal, houve uma reação positiva do setor no mês de outubro e os frigoríficos sul-matogrossenses atingiram o maior volume de abates desde janeiro do ano passado. De janeiro a outubro deste ano já foram abatidos pouco mais de 2,5 milhões de bovinos.

De acordo com os dados de produção do Serviço de Inspeção de Produtos Agropecuários da Superintendência Federal de Agricultura (SIPAG-SFA/MS), no mês de outubro, foram abatidos 286.758 animais, um aumento de 11,5% em relação ao mês de setembro e de aproximadamente 27% em relação ao mês de outubro de 2008.
Segundo o Presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, José Lemos Monteiro, o aumento de abates em outubro ocorreu em função da comercialização dos animais criados em confinamento no Estado. Ele ressalta que neste ano os pecuaristas receberam R$ 74,00 pela arroba em plena entressafra, ao passo que na safra passada os animais foram vendidos na faixa de R$ 85,00 a arroba. Segundo ele, o custo fixo da atividade no Mato Grosso do Sul é de R$ 79,00 a arroba.
Para Monteiro, o custo diário de um animal em confinamento gira em torno de R$ 4,00. Por isso, os estoques foram liquidados antecipadamente. Neste ano, como as chuvas vieram mais cedo, começamos a ter boi a pleno pasto com um custo bem menor de produção, com a vantagem de que se o preço da arroba não estiver bom o produtor pode segurar os animais, afirma.
A expectativa das lideranças agropecuárias do Estado para os meses de novembro e dezembro é de uma leve queda nos abates. O setor prevê que os abates não passem dos 2,8 milhões de animais ao passo em que no ano passado atingiram mais de 3 milhões de animais. As informações partem da SFA/MS.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Cortes

No Rio hoje falam de alcatra e contra entre R$ 11,50 kg a R$ 12,00 kg. Dizem que uma grande rede de mercados comprou a R$ 12,00 kg , mas não foi confirmado. Dianteiro de boi de 45 kg foi vendido a R$ 3,30 kg e coxão duro no saco a R$ 6,30 kg. Quanto a peito no saco para industria,  o ultmo ptreço foi de R$ 4,00 a vista.

Credores do Independência têm até o dia 31 para se cadastrar

Os pecuaristas, credores do frigorífico Independência tem até o dia 31 de dezembro deste ano para se cadastrar suas contas bancárias, no site da indústria - www.independencia.com.br , para o recebimento da primeira parcela prevista para o dia 31 de janeiro de 2010. "É essencial que os produtores acessem o site e se cadastrem até a data prevista para que recebam a primeira parcela dos valores devidos na data correta", alertou a assessora de economia da Federação da Agricultura e Pecuária de MS - FAMASUL, Adriana Mascarenhas.
Os pecuaristas, durante as negociações, concordaram com o pagamento à vista de R$ 100 mil e os com crédito superior, receberiam uma parcela de R$ 100 mil e o saldo dividido em 24 meses, sendo que na 24ª parcela a divida seria quitada, corrigida pela taxa Selic. A data do pagamento dos R$ 100 mil será até 31 de janeiro 2010, podendo ser retardada até 31 de março do mesmo ano.
Os dados necessários para o cadastramento são CPF ou CNPJ, nome da pessoa ou empresa credora, banco, agencia, conta corrente e telefone para contato.

DÍVIDA - Os credores do frigorífico Independência estão em cinco estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas Gerais e Goiás. Ao todo são 1.524 pecuaristas e uma conta a receber na ordem de R$ 194 milhões. Em Mato Grosso do Sul, o débito estimado é de R$ 45 milhões.

SERVIÇO - Duvidas sobre o preenchimento das informações no site do Frigorifico Independência, podem entrar em contato com a FAMASUL pelo telefone (67) 3320-9700. As informações completas podem ser acessadas no link

http://www.mzweb.com.br/independencia/web/arquivos/Independencia_CM_20091202_pt.pdf

Pagamento antecipado

Quatro Marcos pede à Justiça autorização para pagar credores antes de aprovar plano

O frigorífico Quatro Marcos anunciou ontem que requereu uma autorização judicial para iniciar o pagamento dos créditos trabalhistas e de fornecedores independentemente da aprovação de seu plano de recuperação judicial. O pedido foi apresentado pela empresa na última quinta-feira, dia 10, à 1ª Vara Judicial do Foro Distrital de Jandira, em São Paulo.
O frigorífico justificou o pedido alegando que não seria justo com trabalhadores e fornecedores que aguardassem indefinidamente uma solução sobre o seu plano, tendo em vista os sucessivos pedidos de adiamento estão sendo realizados pelos credores financeiros da empresa nas assembléias gerais.
Desde que anunciou o pedido de recuperação judicial, a empresa e os credores acumulam três tentativas de acordo no sentido de solucionar a questão da dívida de mais de R$ 427 milhões, sendo parte desse montante, R$ 35,7 milhões, devido aos 273 pecuaristas mato-grossenses. Como relata o frigorífico, por exemplo, o adiamento da última reunião para o dia 29 de janeiro de 2010 foi motivada pela exigência dos credores financeiros por uma auditoria independente.
Caso a justiça decida acatar o pedido do Quatro Marcos, a medida será inédita, já que não se tem notícia de que pedido semelhante tenha sido formulado anteriormente em qualquer outro processo desta natureza. Quanto aos credores financeiros, aparentemente, a negociação somente será retomada ao término da auditoria, mas até lá, a empresa ganha novo fôlego ao efetuar o pagamento de alguns credores que poderão voltar a fornecer para a empresa diante desta demonstração de boa vontade de sua parte.
ACRIMAT – A decisão do frigorífico Quatro Marcos foi bem recebida pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que vem trabalhando para solucionar essa questão da melhor forma possível. Para a entidade “toda negociação é bem-vinda, desde que seja feita com garantias, pois os pecuaristas querem receber o que lhe é de direito, com juros e correção monetária”. A última proposta apresentada pelo Quatro Marcos, era de pagar a dívida com correção pela taxa Selic, porém, a partir da data da aprovação do plano de recuperação judicial. O frigorífico também aceitou diminuir o tempo de carência, que a princípio era de 12 meses a partir da aprovação do Plano, para julho de 2010.