terça-feira, 19 de outubro de 2010

Preço da carne bovina continua em alta

Encontrada facilmente em todo o Brasil e em países do exterior, a carne paraense ainda é artigo de luxo para parte da população local. Com sucessivos aumentos de preço, o produto tem impulsionado o alto valor da cesta básica no Estado, hoje custando, em média, R$ 211.

De acordo com balanço feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), somente em setembro, o preço da carne bovina registrou um crescimento de quase 5% em relação ao mês anterior. Se comparado com os primeiros meses de 2010, o produto sofreu uma alteração de 7,39%, passando de R$ 10,91 para R$ 11,48 (cabeça de lombo/alcatra) nos principais pontos de venda da Região Metropolitana de Belém.

Ainda segundo pesquisas do Dieese/PA, os supermercados são os locais que comercializam a carne mais cara, cujo quilo já ultrapassou R$ 13.

Segundo o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier, o aumento do preço da carne no Estado é consequência de três fatores principais: a entressafra nacional, que aumentou a procura por bois paraenses, o término da crise internacional, que fez com que as empresas estrangeiras voltassem a comprar carne nacional, e a venda acentuada de matrizes, o que diminuiu a oferta de bois para o abate, e também influencia na alta dos preços. “Produzimos a melhor carne do país, mas sempre que registramos uma procura excessiva pelo produto a oferta tem seu preço alterado. É a lei de mercado”, afirma.

O presidente expõe, entretanto, uma situação peculiar, ao relatar que mesmo com o preço do boi mais caro em São Paulo do que no Pará, os consumidores paulistas compram carnes mais baratas do que os paraenses. “A culpa pelo aumento do valor não é apenas dos pecuaristas. Existe uma intermediação que está prejudicando o consumidor final”, garante o presidente da Faepa.

De acordo com a Federação, o preço só deve começar a baixar no início do próximo ano, com o período de chuvas. Nos meses seguintes, como previsto pelo Dieese, o consumidor continuará pagando mais caro se quiser manter a carne na alimentação usual. (Diário do Pará)