segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Crise no setor frigorífico argentino resulta em queda de 50% das exportações de carne bovina

Produção deste ano caiu 24,5%, obrigando produtores a substituir o gado pela soja; intervenção do governo e redução da oferta seriam os principais responsáveis pela redução


Marina Guimarães
Câmara de Indústria e Comércio de Carnes e Derivados (Ciccra) aponta queda de 1,98 milhões de toneladas na produção de carne bovina. Segundo relatório da Ciccra, o abate de animais entre janeiro e setembro de 2010 caiu 24,5%, cerca de nove milhões de cabeças a menos que o mesmo perído do ano passado.
– Esse porcentual foi o mais baixo desde agosto de 2006, confirmando o que começou a insinuar-se em julho: o início de uma nova fase de retenção de ventres para recompor estoques e, portanto, para recuperar a atividade da indústria frigorífica durante os próximos três anos – diz o relatório da entidade.
A câmara detalhou que nos meses anteriores a proporção de fêmeas sobre o total abatido girou em torno de 50%. A forte crise enfrentada pelo setor se deve à redução da oferta nos últimos anos, provocada pela política de intervenção do governo e pelos perídos de estiagem. A combinação destes fatores provocou uma mudança de comportamento da maioria dos pecuaristas, que decidiram plantar soja, devido à sua alta rentabilidade. 
Ainda no relatório, a indústria afirma que o consumo médio anual de carne bovina por habitante caiu 16,5%, a 57,1 quilos. De janeiro a setembro desse ano, as exportações também sofreram forte baixa. Apenas 154.589 toneladas foram exportadas, o que representa uma queda de aproximadamente 50%.
Agência