quinta-feira, 11 de novembro de 2010

FRIALTO - Falta de acordo adia assembleia

KATIANA PEREIRA 
Da Reportagem/Sinop

A assembleia do grupo Frialto, composto pelas sociedades Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos S.A., Agropecuária Ponto Alto Ltda. e Urupuá Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. marcada para ontem foi novamente adiada. O objetivo da assembleia era firmar um acordo entre os credores e o grupo Frialto. Dessa vez o cancelamento foi pedido pelos bancos que não concordaram com a proposta apresentada pelo Grupo. O pedido de cancelamento foi aceito por 98% dos presentes. A nova assembleia foi transferida para o dia 2 de dezembro, às 9 horas.

O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, disse que o novo plano apresentado pelo Frialto não teve qualquer novidade substancial para o pecuarista. Vacari mostrou descontentamento com as leis. “O grande problema são as leis, que nesse caso beneficiam apenas o devedor e os bancos. Ainda não tivemos a oportunidade de discutir a situação do pecuarista nessa história”, disse.

Segundo Vacari, a oferta é de pagamento à vista de até R$ 25 mil e o restante da dívida dividido de forma escalonada em até cinco anos. “Não nos sentimos contemplados com a proposta apresentada pelo frigorífico. A proposta dos pecuaristas e da Acrimat continua sendo a de pagamento à vista de R$ 100 mil e o saldo devedor dividido em 24 parcelas de, no mínimo, R$ 5 mil cada uma”.

A proposta da Frialto prevê que o pagamento para os credores estratégicos seja feito no prazo de até cinco dias da homologação judicial do Plano, cada credor estratégico (pecuaristas) cujo crédito não seja superior a R$ 25 mil será pago integralmente no prazo de até 35 meses após o término do prazo estipulado, haverá o pagamento integral dos credores estratégicos pecuaristas e freteiros cujo crédito seja superior a R$ 25 mil no prazo de até 59 meses haverá o pagamento integral dos demais credores estratégicos cujo crédito seja superior a R$ 25 mil.

Os credores estratégicos não poderão, de qualquer forma, abrir mão de parte de seus créditos com o objetivo de se beneficiar do limite de valor de R$ 25 mil. Para o cômputo do limite de valor de R$ 25 mil, o crédito de cada um dos credores estratégicos será considerado com um todo único e indivisível, e não serão levadas em consideração eventuais cessões de parte de crédito ou qualquer outra forma de cisão do crédito original.

A empresa protocolou o pedido de recuperação judicial, na Comarca de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá), no dia 24 de maio. O grupo possui oito unidades de abates em cinco estados (MT, MS, RO, SP, GO). Em Mato Grosso são três plantas, localizadas em Nova Canaã do Norte, Matupá e Sinop, e uma planta em construção em Tabaporã. A dívida total do Frialto é de R$ 620,30 milhões.