sexta-feira, 19 de março de 2010

Chile libera importação de mais 16 frigoríficos brasileiros

O Chile habilitou mais 16 frigoríficos brasileiros a exportar carne bovina in natura para aquele país. As unidades recém-liberadas pelo governo chileno foram visitadas em dezembro do ano passado e, de acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Otávio Cançado, o relatório com a relação dos frigoríficos autorizados a embarcar para o Chile chegou ontem ao País. Com essas novas plantas habilitadas, chega a 34 o número de frigoríficos habilitados a exportar carne bovina para o Chile, que em 2005 proibiu os embarques de carne brasileira em razão da ocorrência de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul. Antes do embargo, segundo Cançado, 36 frigoríficos exportavam carne in natura para o Chile.

terça-feira, 16 de março de 2010

Ações do Minerva disparam com o "assédio" do Marfrig

SÃO PAULO - O frigorífico Minerva é alvo de disputa entre as gigantes JBS-Friboi e Marfrig Alimentos. De acordo com a versão de ontem do relatório reservado, a Marfrig teria saído na frente e sinalizado uma transação de compra da ordem de R$ 1 bilhão. Segundo fontes do mercado, a Marfrig teria ainda firmado um acordo de exclusividade de 90 dias com o Minerva.
A notícia mexeu com as ações do Minerva na bolsa. Durante o pregão, os papéis chegaram a avançar 8,92%, cotadas a R$ 7,08. O volume financeiro superava de R$ 11 milhões, acima do normalmente movimentado pela ação. No fechamento dos negócios, as ações fecharam com alta de 8%, cotadas a R$ 7,02.
Para analistas de mercado, os rumores envolvendo o Minerva e a suposta oferta feita pela JBS ecoavam há mais de um mês. Segundo Lígia Pimentel, analista e da Scot Consultoria, caso se concretize a fusão com a Marfrig, esta passa a abocanhar grande parte da capacidade brasileira de abate. Levantamento da Scot aponta que a Marfrig opera 10,8% dessa capacidade nacional e o Minerva, 3,2%. "A somatória das duas colocaria a Marfrig quase que lado a lado com a JBS, já que esta responde por 19% do potencial de abate do País", afirma.
De acordo com Pimentel, algumas regiões onde a Marfrig e a Minerva disputam mercado, como São Paulo e Goiás, sofreriam com a concentração do setor nas mãos de uma empresa consolidada. "Ficaria mais difícil para o pecuarista. Ele perderia o poder de barganha", diz. Por outro lado, para a analista, o mercado contaria com padronização de produto e também com mais qualidade.
Procuradas pelo DCI, Minerva, JBS e Marfrig negaram que estejam negociando qualquer tipo de acordo de compra e venda.
"O Minerva é um dos únicos grandes frigoríficos que restaram depois da crise do setor no ano passado e o mercado acredita que ele pode ser alvo de aquisição", disse Caue Pinheiro, analista da SLW Corretora. "Mesmo que as empresas neguem a possibilidade de acordo, está na cabeça do investidor que o Minerva é alvo de aquisição", acrescenta.
No início do mês o Minerva informou lucro de R$ 17,5 milhões no quarto trimestre, revertendo um prejuízo de R$ 180 milhões registrados no mesmo período do ano passado. As vendas líquidas subiram 23%, para R$ 2,6 bilhões.Já o JBS registrou alta de 23%, para R$ 34,3 bilhões.
Ao final de março, a Marfrig divulgou comunicado ao mercado informando que negociava com o Grupo Globoaves a aquisição ou o arrendamento de duas unidades frigoríficas de pequeno porte destinadas ao abate de frango caipira e pato, o que inclui os negócios de frango caipira, com a marca Nhô Bento e de pato, com a marca Germânia. O objetivo do negócio seria diversificar a gama de produtos da Seara, adquirida pela Marfrig em setembro do ano passado.

Tributos: Produtor do MS receberá restituição do Funrural

O pecuarista está desobrigado de recolher o tributo em futuras vendas de gado a frigoríficos ou pecuaristas.








O juiz substituto Luiz Augusto Iamassaki Fiorentino, da 1ª Vara Federal de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, concedeu ao produtor Francisco Leal de Queiroz Junior vitória no pleito que tinha contra a União em que pedia a devolução do que foi cobrado indevidamente. Além disso, o pecuarista ficou desobrigado de recolher o tributo em futuras vendas de gado a frigoríficos e a outros pecuaristas, informa o "Correio do Estado".
O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, disse que está satisfeito por saber que a Justiça já começou a determinar a restituição da cobrança do Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural). Maia lembra que agora cada produtor tem de entrar, individualmente, na Justiça para ser ressarcido do imposto que foi obrigado a pagar. "Cada um reúna suas provas e procure seu advogado para ter o dinheiro de volta", atenta.

Minerva nega negociações com outra empresa para venda

O frigorífico Minerva divulgou comunicado ao mercado informando "veementemente que não há qualquer acordo, contatos ou negociação em curso entre o Minerva e qualquer outra empresa do setor".
Rumores de mercado que circularam nesta segunda-feira davam conta de que o Minerva poderia ser vendido para o Marfrig.

segunda-feira, 15 de março de 2010

CARNES: TERMINA VISITA DE AUDITORES DA UNIÃO EUROPÉIA A MINAS GERAIS

A visita da missão técnica da União Européia (UE), que esteve


em Minas Gerais para verificar o sistema de rastreabilidade do rebanho bovino mineiro, plantas frigoríficas e propriedades rurais aptas para fornecer bovinos para exportação, terminou na última sexta-feira (12). O relatório final deve ser apresentado ao governo brasileiro em um prazo de 30 dias.
A missão técnica foi composta por três técnicos-auditores do Food and Veterinary Office (FVO) - órgão europeu responsável por fiscalizar o cumprimentoda legislação internacional em vigor. A missão foi acompanhada por servidores da Gerência de Defesa Animal do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e das áreas de inspeção e defesa sanitária animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Os auditores chegaram ao estado no dia 10 quando vistoriaram uma propriedade degado confinado no município de Uberlândia. No dia seguinte (11), seguiram para um frigorífico de exportação em Ituiutaba (Triângulo Mineiro). No dia 12, visitaram uma propriedade apta a fornecer animais para exportação no município de Serra do Salitre, na região do Alto Paranaíba.
Um dos principais objetivos dos auditores europeus foi checar o cumprimento das regras do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (sisbov), já que essa é a condição principal para os produtores que querem exportar carne in natura para este mercado tão disputado.
Além disso, verificaram o trânsito de animais em Minas saída de propriedades rurais até o frigorífico para abate.

Justiça determina arresto de bens de frigorífico Arantes

A Justiça do Trabalho determinou a apreensão de 4 carretas de carne (arresto de bens) do frigorífico Arantes (Vale do Guaporé), localizado em Pontes e Lacerda. A carga está estimada em 100 toneladas, cujo produto será vendido para o pagamento a ser feito a cerca de 150 funcionários demitidos da empresa. A decisão, em 2 processos, é do juiz da Vara do Trabalho do município, Lamartino França de Oliveira, que estabeleceu uma quantia de R$ 2 milhões como "valor provável das execuções presentes e futuras". Por decisão do magistrado, a carga perecível foi colocada na câmara fria da empresa.
A medida judicial proferida na última quarta-feira (11) pelo magistrado é cautelar e necessária para um fato de urgência e preparatória para ações trabalhistas, e também uma precaução diante de eventual dívida a ser honrada no futuro por parte do frigorífico. Advogados da defesa e da empresa não souberam informar o valor da rescisão dos trabalhadores. A empresa dispensou os funcionários devido ao processamento de carne na unidade ter sido encerrada. Ainda segundo uma das decisões, o frigorífico "está retirando todos os equipamentos, máquinas, caminhões de sua unidade de produção".
Uma das advogadas da causa, Fabiane Battistelli Berlanga, descreve que os trabalhadores foram pegos de surpresa e demitidos logo cedo sem receberem informação ou pagamento do salário do mês de fevereiro, dos 10 dias deste mês e nem verba de rescisão. "Há 3 meses o frigorífico não entregava cesta básica do acordo coletivo, não há depósito integral do FGTS e nem entregaram guias do seguro desemprego". Em seu despacho, o juiz observa que "mais de uma centena de processos estão em fase de execução nesse juízo, sem que a ré tenha se prontificado a quitá-los".
A advogada Fabiane explica ainda que o frigorífico é recorrente na prática de dispensar trabalhadores e não realizar o ajuste de conta ou cumprir alguns direitos trabalhistas. "Ano passado a empresa teve a mesma conduta". Naquele caso, narra ela, os trabalhadores não entraram com semelhante medida na Justiça para garantir pagamento para os processos. Ela lembra que há 15 dias o frigorífico estava sem energia e que o estoque de processamento foi reduzido aos poucos. O desenrolar do caso deve ser uma ação de reclamação trabalhista para os trabalhadores receberem o que têm direito.
Exportação - A provável desativação do frigorífico, conforme advogado da empresa e decisão da Justiça, coincide com o momento em que a empresa passa por uma recuperação judicial e que teve, segundo investigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), suspensão de processamento de carne e da habilitação para exportar à União Europeia. O fato ocorre ainda na semana que que técnicos do bloco comercial passaram por Mato Grosso para inspecionar propriedades e frigoríficos a fim de verificar rastreabilidade da carne exportada, uma das exigências dos compradores europeus.
Frigorífico - O advogado da empresa, Senilton Vicente de Souza, não soube repassar detalhes adicionais da disputa judicial. O advogado do frigorífico afirma que não há débito constituído ainda aos demitidos porque a empresa tem prazo legal para quitar a demissão, o que, segundo ele, será feito até o dia 19. Ele confirma a paralisação da empresa. "A unidade está parada. As atividades foram suspensas e os trabalhadores dispensados", afirma Souza.