sexta-feira, 15 de abril de 2011

Em fase de expansão, Mondelli participa de feira em Dubai

Da Redação
Após anunciar o início de um processo de reestruturação com foco em uma nova gestão de negócios e na profissionalização de sua estrutura - conforme divulgado pelo Jornal da Cidade em outubro do ano passado -, o Frigorífico Mondelli marca mais uma etapa de expansão dos negócios com a participação na Feira Gulfood, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, reconhecida como a mais importante no segmento de alimentação do Oriente Médio.

A 16ª edição do evento, realizada entre os dias 27 de fevereiro e 3 de março, contou com um total de 3,8 mil expositores de 80 países. Segundo informações da organização, foram aproximadamente 55 mil visitantes de mais de 100 nações.

“O saldo foi muito positivo. Mais uma vez marcamos presença na Gulfood e temos a certeza de que, a exemplo dos anos anteriores, superamos nossas expectativas no que diz respeito a contatos e negócios. A marca Mondelli já é tradicional e consolidada nos mercados participantes desta feira, devido à qualidade dos produtos e serviços prestados. Por isso, procuramos consolidar as parcerias existentes e abrir novos canais de venda para esses mercados”, diz Gustavo Goyen, diretor de operações do frigorífico.

Segundo ele, consumidores exigentes estão levando grandes empresas a investir cada vez mais em selos e procedimentos de qualidade comprovados. Atualmente, a segurança alimentar, a origem da matéria-prima e a garantia de um excelente produto são atributos esperados por esses novos clientes que desejam mais que preço e embalagem.

De acordo com Goyen, durante o evento foram mais de 50 empresas contatadas, de países como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Irã, Qatar, Egito, Argélia, Jordânia, Líbano, Kwait, Iraque, Filipinas, Cingapura, Ilhas Maurício, Síria e Palestina.




Exportações


Dados da Abiec sinalizam que a participação do Oriente Médio nas exportações brasileiras de carne bovina vem crescendo. Na edição da Gulfood do ano passado, as empresas brasileiras fecharam negócios no valor de R$ 30 milhões. Em 2010 o Oriente Médio comprou 43% do total do volume de carne bovina exportada pelo País. Os principais destinos foram Irã (17%), Egito (9%) e Arábia Saudita (3%).

A Feira Gulfood é considerada um dos principais eventos do mundo da cadeia de alimentos e bebidas, além de ser referência para o público indiano, norte-africano e de todo o Oriente Médio. Realizada anualmente, possui forte e consolidado perfil comercial.

Com cerca de 30 empresas, a participação brasileira no evento, em 2011, foi coordenada por sete associações setoriais, que levaram a Dubai fabricantes de carnes, chocolates, biscoitos, balas, café, leite, frutas, sucos e massas.

Para Goyen, a feira se transformou na maior plataforma de vendas e abastecimento desta região. “É o evento mais esperado do calendário de Dubai e todo Oriente Médio. Trata-se de uma grande vitrine para as empresas brasileiras”, afirma.

Segundo Carlos Travain, gerente de exportação do Mondelli, eles aproveitaram ainda para se reunir com representantes das agroindústrias brasileiras em Dubai e especialistas em Oriente Médio.

“Sempre acompanhamos a economia e a política locais e apuramos que, na região, ainda há mercados com potencial de incremento para exportações da carne bovina brasileira”, analisa.



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Certificação facilita ampliação dos negócios no Oriente Médio 


Seguindo a tendência mundial de consumo de produtos mais saudáveis, produzidos sem impacto ambiental e social, surge o nicho religioso. Por isso, os selos de qualidade Halal, ou seja, permitidos para consumidores islâmicos, são vistos como garantia de qualidade de processos e alimentos confiáveis, além de ser a “senha” de entrada no mercado do Oriente Médio.

Espalhados pelos cinco continentes, existem hoje 1,8 bilhão de muçulmanos que consomem apenas alimentos e produtos industrializados preparados de acordo com as orientações da lei islâmica. De olho nesse mercado, que movimenta US$ 2,1 trilhões no mundo, segundo a Federação das Associações Muçulmanas, cerca de 300 empresas nacionais já exportam com o selo Halal.

O Frigorífico Mondelli também segue os padrões desse tipo de produção. No caso da carne bovina, o abate deve ser realizado em separado do “não Halal”, sendo executado por um muçulmano conhecedor dos fundamentos do abate de animais no Islã. As normas seguem ritual que permite uma sangria única, minimizando o sofrimento do animal.

De acordo com Carlos Travain, gerente de exportação do Mondelli, esse mercado é expressivo, pois no ano passado as vendas externas brasileiras para os árabes somaram mais de US$ 2,23 bilhões, aumento de 13% sobre 2009. “Queremos expandir nosso mercado e melhorar cada vez mais a qualidade de nossos produtos, garantindo a segurança de consumo para os clientes islâmicos.”

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Porto de Santos exporta 66% da carne bovina de MT

Autor: Só Notícias/Alex Fama 

O porto de Santos é o principal ponto de escoamento de carne bovina mato-grossense. Nos dois primeiros deste ano, foram exportados 22.962 mil toneladas do produto. O porto paulista foi responsável pelo embarque de 66,17% do total do produto, enquanto o porto de Paranaguá (PR), ficou em segundo com total de 21,35%, ou seja, 3.177 mil toneladas.

De acordo com boletim semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em terceiro no ranking segue o porto de Itajaí (SC) com 3,87% do volume total embarcado. “Comparando a participação dos portos com o acumulado do ano anterior, o por”to de Santos registrou variação positiva de 0,45%, enquanto Itajaí e Paranaguá obtiveram quedas de 5,25% e 0,71%, respectivamente”, aponta o instituto. 

Grupo Mataboi não apresenta proposta aos fornecedores

Para Acrimat possibilidade de consenso é difícil e avisa: “a batalha será longa”  

 O juiz da Comarca de Araguari (MG) homologou o pedido de recuperação judicial do grupo Mataboi S/A, no último dia 6. “Agora, é oficial e começam a correr os prazos”, avisa o assessor jurídico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Armando Biancardini Candia, que participou da reunião com mais de 150 pessoas no Sindicato Rural de Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá), na manhã de ontem.


A reunião foi marcada pelos administradores da empresa com os pecuaristas credores e participaram os representantes do Sindicato dos Produtores Rurais de Rondonópolis, da Acrimat, e da Associação dos Criadores do Sul de Mato Grosso (Criasul).


Para a Acrimat “o Mataboi mostrou a cara e abriu uma porta para o diálogo, mas não apresentou nenhuma proposta, apenas disse que os pecuaristas são fornecedores estratégicos e que terão prioridade”, disse Biancardini.

Durante seu pronunciamento na reunião, ele enfatizou aos pecuaristas para se prepararem “para uma longa e árdua batalha, pois o caminho para um consenso não é fácil”. Pela lei, o frigorífico tem 60 dias para apresentar o seu plano de recuperação judicial ao juiz encarregado.


O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, pediu para que “os proprietários do Mataboi ajam de maneira diferente dos demais frigoríficos e que não se utilizem das brechas dessa lei injusta para não honrarem seus compromissos com os pecuaristas”. Vacari pede para que os produtores procurem os sindicatos e a Acrimat para recebam orientações, “pois qualquer falha no processo pode prejudicá-los”.


A assessoria jurídica da Acrimat vai se habilitar como interessado do processo para acompanhar de perto cada passo dos trâmites, como aconteceu com as ações dos demais frigoríficos que entraram em recuperação judicial nos últimos dois anos. A orientação é para que os credores também se habilitem para participar do processo e verifiquem os reais créditos a que têm direito. A dívida total do Grupo Mataboi é de R$ 400 milhões, sendo R$ 90 milhões com os pecuaristas de Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás.


FECHADO – O Mataboi encerrou as atividades no frigorífico de Rondonópolis no dia 29 de março. Além da planta de Rondonópolis, onde 300 funcionários foram demitidos, o Mataboi tem sua matriz em Araguari (MG), com 250 funcionários e plantas em Três Lagoas (MS), com 500 funcionários, e em Santa Fé de Goiás (GO), com cerca de 700 funcionários. 

 

Abrafrigo apoia ação do MP contra frigoríficos no Acre

Empresas autuadas devem ser multadas pelo Ibama



Suzana Inhesta
O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, disse que a entidade apoia aação civil pública do Ministério Público do Acre (MP/AC) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) contra 14 frigoríficos, dentre eles a JBS, acusados de comércio de carne proveniente de áreas desmatadas e onde há trabalho escravo.
– Somos contra o abate de bovinos em áreas ilegais e nesse sentido apoiamos a ação do ministério. Mas é necessário conhecer exatamente caso a caso, para que não ocorram penalidades injustas – afirmou Salazar.
O presidente da Abrafrigo cobra uma ação conjunta com os governos estaduais.
–  Estado tem que fazer sua parte também, não só o setor.
O executivo disse que a Abrafrigo, com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e o governo de Mato Grosso incentiva que produtores do Estado tenham o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Movimento parecido é feito também com o governo do Pará.
– Temos orientado sempre o produtor a proceder no cadastro e sugerimos para a indústria não fazer compras de pecuaristas que não estão no CAR. O Estado tem que participar para a atualização permanente da base de dados e a agilidade no cadastro dos produtores – alerta Salazar
A ação dos Ministérios Públicos também pede que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) multe as empresas, em um valor de mais de R$ 2 bilhões. As empresas autuadas são a JBS, a Amazon Meat, Frigomard, Frigonorte, Agropastoril Estevam, Distribuidora de Carnes Rio Branco, Frigovaca, Boi Bom, Matadouro Modelo, Frigoverde, Matadouro Mesquita, frigorífico Quinder, Frigosena e frigorífico Lobão.
Segundo o inquérito, disponível no site do Ministério Público Federal do Acre, durante mais de um ano várias tentativas de acordo foram feitas com os frigoríficos, que, inclusive, chegaram a aprovar uma minuta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O que forçou a ação judicial foi que alguns desistiram da assinatura do acordo, dentre eles a JBS. A empresa foi flagrada durante a investigação (2007 e 2010) comprando carne de fazendas embargadas por questões ambientais e cujos donos respondem a processos por trabalho escravo. A JBS, por meio de sua assessoria de imprensa, disse estar surpresa e declara que vai tomar as providências necessárias. Além disso, a companhia afirma que, nos três últimos anos, não compra mais animais de fazendas em áreas ilegais.
  

AGÊNCIA ESTADO
Suzana Inhesta
O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, disse que a entidade apoia aação civil pública do Ministério Público do Acre (MP/AC) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) contra 14 frigoríficos, dentre eles a JBS, acusados de comércio de carne proveniente de áreas desmatadas e onde há trabalho escravo.
– Somos contra o abate de bovinos em áreas ilegais e nesse sentido apoiamos a ação do ministério. Mas é necessário conhecer exatamente caso a caso, para que não ocorram penalidades injustas – afirmou Salazar.
O presidente da Abrafrigo cobra uma ação conjunta com os governos estaduais.
–  Estado tem que fazer sua parte também, não só o setor.
O executivo disse que a Abrafrigo, com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e o governo de Mato Grosso incentiva que produtores do Estado tenham o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Movimento parecido é feito também com o governo do Pará.
– Temos orientado sempre o produtor a proceder no cadastro e sugerimos para a indústria não fazer compras de pecuaristas que não estão no CAR. O Estado tem que participar para a atualização permanente da base de dados e a agilidade no cadastro dos produtores – alerta Salazar
A ação dos Ministérios Públicos também pede que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) multe as empresas, em um valor de mais de R$ 2 bilhões. As empresas autuadas são a JBS, a Amazon Meat, Frigomard, Frigonorte, Agropastoril Estevam, Distribuidora de Carnes Rio Branco, Frigovaca, Boi Bom, Matadouro Modelo, Frigoverde, Matadouro Mesquita, frigorífico Quinder, Frigosena e frigorífico Lobão.
Segundo o inquérito, disponível no site do Ministério Público Federal do Acre, durante mais de um ano várias tentativas de acordo foram feitas com os frigoríficos, que, inclusive, chegaram a aprovar uma minuta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O que forçou a ação judicial foi que alguns desistiram da assinatura do acordo, dentre eles a JBS. A empresa foi flagrada durante a investigação (2007 e 2010) comprando carne de fazendas embargadas por questões ambientais e cujos donos respondem a processos por trabalho escravo. A JBS, por meio de sua assessoria de imprensa, disse estar surpresa e declara que vai tomar as providências necessárias. Além disso, a companhia afirma que, nos três últimos anos, não compra mais animais de fazendas em áreas ilegais.
  

AGÊNCIA ESTADO

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ameaça indiana


Apesar de ser o maior exportador de carne bovina do planeta desde 2003, os riscos de o Brasil perder esta posição privilegiada não são nada desprezíveis. Este foi o alerta dado pelo médico veterinário do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Schuler Medeiros, durante o Seminário de Pecuária da Carne, ontem (12), na Expo Londrina 2011.
No ano passado, o País exportou 1,8 milhão de toneladas da commodity, sendo que a segunda colocada do ranking, a Austrália, vendeu 1,3 milhão de toneladas e os Estados Unidos, 837 mil quilos. Mas, de acordo com Medeiros, o risco maior não é de o Brasil ser ultrapassado pelos australianos nem pelos norte-americanos. O perigo vem da Índia.
"A vaca é sagrada, mas nem todo indiano é hinduísta e a maior parte da carne do país é de búfalos", justifica. Em 2010, o país asiático exportou 700 mil quilos de carne, sendo o quarto no ranking mundial. "O mercado indiano está crescendo e eles passam a ser um importante player internacional", afirma.
Em favor da Índia, de acordo com ele, ainda pesa o custo mais baixo de mão de obra e a proximidade de países importadores. Sem contar que o rebanho indiano é o dobro do brasileiro, cerca de 300 milhões de cabeças. "Só não são mais fortes comercialmente por razões religiosas. O mercado interno indiano é bem restrito".
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), as exportações feitas pelo Brasil vêm caindo desde 2007, quando totalizaram 2,5 milhões de toneladas. "E o mercado internacional revisou para baixo a estimativa brasileira para 1,6 milhão de tonelada neste ano", aponta o veterinário.
A crise financeira de 2008 e o dólar baixo são as principais razões para esta queda. Mas há outro fator importante em jogo. ''O Brasil precisa investir em melhoramento genético e oferecer uma carne melhor no mercado internacional. A carne brasileira é considerada de baixa qualidade lá fora'', alega.
Medeiros lembra que 80% do rebanho brasileiro é de zebuínos - espécie de origem indiana. "Não é segredo para ninguém que esses bois têm limitações bioquímicas para uma boa qualidade de carne, que é mais dura que a do gado europeu (taurino)".
A saída para o problema, conforme afirma o veterinário, é o Brasil intensificar os cruzamentos entre as raças zebuínas, mais resistentes ao calor e a parasitas, e as taurinas, que são mais macias e apreciadas pelo consumidor internacional.
Para ganhar mais mercado, Medeiros indica que o Brasil também precisa investir em rastreamento do rebanho, pois isso proporciona maior segurança em sanidade animal e abre mais possibilidades de vendas externas. Outro ponto que, segundo o veterinário precisa ser melhorado, é a organização da cadeia produtiva brasileira. O País não conta com nenhuma entidade que represente desde o produtor até o exportador, ao contrário dos concorrentes.
Pontos fortes - Apesar dos fatores negativos, Fábio Medeiros diz que há uma série de pontos fortes na produção da carne brasileira. "Somos competentes, temos boas pastagens e um consumo interno muito grande. Somos um País comedor compulsivo de carne, cerca de 38 quilos por habitante ao ano". De acordo com ele, 83% da produção brasileira é para abastecer o mercado interno, enquanto que, na Austrália, esse índice é de 34%.
Para o veterinário, outra vantagem brasileira é a sanitária. "A maior parte do nosso território é livre de aftosa com vacinação". O fato de o País ter 95% da pecuária em pasto é também um ponto forte. "Nos Estados Unidos, a maior parte da pecuária é em sistema confinado", explica.
Por último, ele destaca que o Brasil está avançando cada vez mais na incorporação de tecnologia nas propriedades rurais.
Folha Web

Pecuaristas e representantes do frigorífico Mataboi discutem solução


Proposta é que o fornecimento seja retomado.
Dívida da empresa está em torno de R$ 400 milhões.


Pecuaristas que forneciam gado para o frigorífico Mataboi se reuniram com representantes da empresa. A proposta é que as vendas sejam retomadas, só que a maioria, que ainda tem dinheiro a receber, teme aumentar o prejuízo.
A preocupação dos fornecedores é evidente. O pagamento pelas vendas de fevereiro ainda não foi depositado e nem tem previsão para isso.
O criador Milton da Cunha tem R$ 410 mil para receber. O pedido para ele e os demais fornecedores foi o de manter o trabalho até que a empresa consiga elaborar um plano de recuperação e quitar o que deve.
“O frigorífico não funciona sem o gado só que ao mesmo tempo o produtor também não funciona sem o dinheiro do gado. É uma cadeia que está parada”, disse o criador Marcos Juabre.
A empresa tem até 150 dias para realizar uma assembleia geral e votar o plano de recuperação. Se não houver acordo entre as partes, o juiz pode decretar a falência do frigorífico e determinar a venda dos bens para o pagamento da dívida, que segunda a própria empresa gira em torno de R$ 400 milhões.
No mês passado, o frigorífico Mataboi parou as atividades em quatro unidades nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
 

Produtores de frango ameaçam parar a Doux Frangosul

O atraso no pagamento dos produtores de frangos integrados da Doux Frangosul, que já se aproxima de seis meses, passou a ganhar uma repercussão estadual. Na última semana a crise foi tema de matéria no programa Gaúcha Repórter, apresentado por Lasier Martins. Ele entrevistou o tesoureiro da Associação dos criadores de frangos dos Vales do Caí e Taquari, Rigoberto Kniest, o qual ressaltou que o atraso atinge cerca de 2.600 produtores no Estado. Já na segunda-feira o desespero dos criadores foi a reportagem principal do RBS Notícias. A matéria na TV, que também foi exibida ontem, terça-feira, no Globo Rural e no Bom Dia Rio Grande, mostrou a propriedade de Rigoberto, em São José do Sul, e a reunião dos integrados, prefeitos e lideranças de entidades que lotou a Câmara de Vereadores de Montenegro na manhã de segunda-feira, dia 11.
Um dos produtores se destacava na reunião da Câmara por estar carregando no peito um cartaz com uma frase resumindo o anseio do grupo: “Só queremos o nosso dinheiro!”. Nilvo Kunz, de Linha Catarina, interior de Montenegro, ao lado da esposa Angelita, lembrou que já haviam se completado 162 dias de atraso, pois os pagamentos não ocorrem desde outubro. “Criamos 21 mil frangos, em dois aviários, mas agora vamos parar”, lamentou o casal. "Nunca tivemos dívidas e agora temos que pedir dinheiro emprestado", completaram.
Além dos Vales do Caí e Taquari, participaram representantes de cidades distantes, como Lagoa dos Três Cantos e Pontão, no Noroeste do estado, mais Carlos Barbosa, Nova Bassano, Nova Roma do Sul e outras tantas cidades. "A avicultura representa mais de 25% da nossa economia", declarou o prefeito em exercício de Itapuca, no nordeste gaúcho. Também estavam presentes prefeitos de Salvador do Sul, São José do Sul, Brochier e Poço das Antas, além de secretários de agricultura, presidentes de sindicatos e principalmente produtores rurais. A reunião foi solicitada pelo vereador Roberto Braatz (PDT), que lamentou a ausência de representantes da Doux Frangosul no encontro. Ele lembrou que a Doux Frangosul é a maior indústria de Montenegro em número de funcionários e responde por 28% da arrecadação de ICMS do município.
"Não sabemos mais o que fazer", disse o prefeito de São José do Sul, Anildo Petry, que também é criador. "O nosso agricultor não tem mais poder aquisitivo e está endividado", lamentou a prefeita de Salvador do Sul, Carla Specht, citando os prejuízos na agricultura e também ao comércio. “Os integrados já não têm mais como trabalhar. O desânimo é muito grande, alguns estão ficando doentes”, declarou a presidente da Associação dos Criadores, Cátia Schu, lembrando que os produtores não tem como pagar suas contas e financiamentos que fizeram justamente para investir os aviários.
Os produtores decidiram realizar um novo protesto na próxima terça-feira, dia 19. Caso até esta data não forem efetuados os pagamentos atrasados, os agricultores pretendem paralisar não só o frigorífico de Montenegro, mas também as unidades da Doux Frangosul em Nova Bassano e Passo Fundo. "Ninguém vai entrar", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Montenegro, Romeu Krug. A meta é impedir principalmente a entrada dos caminhões de frangos, o que chegou a ocorrer durante um protesto no ano passado.
A Comissão de Integrados da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado (Fetag) já havia decidido pela mobilização após analisar o documento encaminhado pela empresa Doux Frangosul, onde entendeu que não havia qualquer posição concreta sobre o pagamento dos lotes em atraso aos produtores integrados. O presidente da Fetag, Elton Weber, disse que a Comissão vai aguardar uma posição definitiva até o dia 15 de abril. “Após essa data é mobilização”, avisa.
O coordenador do Sindicato dos trabalhadores nas indústrias da alimentação, João Marcelino da Rosa, também defendeu o protesto.
Ele citou que os salários dos funcionários da empresa estão em dia graças a união da categoria. E entende que o mesmo deve ocorrer com os agricultores, que fornecem o frango, matéria prima para a indústria. "Só mesmo parando a fábrica", acredita.
Uma comissão também foi formada para buscar uma audiência com o governador Tarso Genro. Uma reunião ontem à noite, na Fetag, em Porto Alegre, deveria definir o horário e detalhes do protesto marcado para o dia 19.
A assessoria de imprensa da Doux Frangosul, em nota, tem manifestado que a empresa está empenhada em regularizar os pagamentos.
Fato Novo

Grupo reivindica que UE exiga bem-estar animal ao Mercosul

A organização Eurogrupo pelo bem-estar dos Animais pediu nesta quarta-feira à União Europeia que exija aos produtores de carne do Mercosul (bloco formado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) os mesmos requisitos sobre bem-estar animal que devem cumprir o setor do gado europeu.
O Eurogrupo afirmou que a UE deve "erradicar o sofrimento animal" em todas as suas trocas internacionais, conforme comunicado divulgado por causa das negociações entre Bruxelas e o bloco latino-americano para um acordo de livre-comércio.
A organização mostrou sua "consternação" na investigação de uma de suas associações, GAIA, sobre a produção de carne de cavalo na América do Sul na qual, segundo a nota, constatou "maus-tratos graves de milhares de animais por ano", assim como práticas "proibidas na UE".
Ressaltou que os animais são transportados e sacrificados em condições "totalmente inaceitáveis" e que a carne desses países acaba nas estantes dos supermercados europeus, enquanto os consumidores da UE "não são conscientes do sofrimento que envolveu" a produção desses alimentos.
Acrescentou que nessas nações é difícil fazer acompanhamento dos animais em todas as fases da cadeia de produção alimentícia.
"Apesar disto, a UE, que tem legislação estrita sobre bem-estar animal, está discutindo novos acordos com os países do Mercosul, que permitirão aumentar as importações de carne", segundo o Eurogrupo.
"Isto é extremamente alarmante porque os cidadãos europeus esperam que toda a comida vendida na UE, produzida na Europa ou importada, contemple os mesmos padrões sobre bem-estar animal e segurança alimentar", declarou a diretora de Eurogrupo, Sonja van Tichelen.
Além disso, Eurogrupo considera "vital" que os especialistas da UE sejam "responsáveis" e respeitem o bem-estar animal, porque "nenhum varejo pode justificar a venda de produtos obtidos como resultado desse sofrimento animal horrível", segundo o comunicado.

terça-feira, 12 de abril de 2011

12 de abril de 2011 - 10:35h Autor: Gazeta Digital A assinatura do acordo entre Brasil e China que autoriza o envio de carne suína nacional para o país asiático contempla a produção mato-grossense. Atualmente 5 frigoríficos instalados no Estado estariam aptos a embarcar as mercadorias. Cerca de 2,5 milhões de animais são abatidos em indústrias mato-grossenses por ano. O diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues de Castro Júnior, afirma que mesmo que a produção local não seja enviada à China, o fato de outras regiões embarcarem a carne abre mercado para o produto em outras unidades da federação. O setor de carne suína tem reivindicado do governo do Estado a redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 12% para 7% para o abatimento em outros estados. Missão russa - A primeira visita para inspeção e renovação do alvará para exportação para a Rússia garantiu a continuidade da relação comercial com a Sadia do município de Lucas do Rio Verde ( a 354 km de Cuiabá). O superintendente do Ministério da Agricultura em Mato Grosso, Francisco Costa, afirma que nesta semana as empresas Agra Alimentos, de Rondonópolis, de carne bovina e suína, o Marfrig de Paranatinga e o JBS de Barra do Garças serão visitadas. No país serão 30 unidades de abate e processamento a passarem pela revisão dos técnicos. Francisco Costa afirma que a expectativa é boa para as indústrias locais, que como a Sadia, deverão ter a autorização renovada. O mercado russo é responsável pela compra de 60% da produção de carne suína.

A empresa se associou à COFCO e ficará com 45% de um negócio de distribuição de US$ 252 milhões, além de uma parceria com a Chinawhiz, ao custo de US$ 57 milhões

Divulgação
Marfrig empresa
Os dois novos negócios complementam a estratégia do Marfrig na China
São Paulo - O frigorífico brasileiro Marfrig deu ontem um novo passo para consolidar sua presença em território chinês. A empresa anunciou duas joint ventures (associações) com empresas chinesas, no valor total de US$ 309 milhões. O Marfrig se associou à COFCO e ficará com 45% de um negócio de distribuição de alimentos de US$ 252 milhões. Além disso, terá 60% de uma unidade de processamento de aves, em parceria com a Chinawhiz, ao custo de US$ 57 milhões.
Esta é a segunda grande aposta da empresa na China em menos de um ano. Em 2010, a empresa comprou a americana Keystone Foods, de olho especialmente no mercado chinês, onde a companhia já atuava fortemente no segmento de food service (distribuição de ingredientes para restaurantes). A compra da Keystone, pela qual o Marfrig pagou US$ 1,26 bilhão, permitiu o acesso do frigorífico à cadeia de fornecimento do disputado mercado internacional de fast food. Entre as redes parceiras da Keystone ao redor do mundo estão McDonald´s, Pizza Hut, KFC e Taco Bell.
Os dois novos negócios complementam a estratégia do Marfrig na China. O negócio de logística, que incluirá seis novos centros de distribuição, investimento em frota e plataformas de tecnologia, vai garantir a qualidade dos produtos fornecidos aos restaurantes. A unidade de abate de aves reduzirá a dependência da empresa de carne terceirizada. De acordo com o diretor de planejamento e relações com investidores do Marfrig, Ricardo Florence dos Santos, a nova planta, a ser inaugurada em 2013, vai abastecer 50% da demanda local da Keystone para o produto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acordo entre Brasil e China beneficia MT

12 de abril de 2011 - 10:35h 
Autor: Gazeta Digital 

A assinatura do acordo entre Brasil e China que autoriza o envio de carne suína nacional para o país asiático contempla a produção mato-grossense. Atualmente 5 frigoríficos instalados no Estado estariam aptos a embarcar as mercadorias. Cerca de 2,5 milhões de animais são abatidos em indústrias mato-grossenses por ano.

O diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues de Castro Júnior, afirma que mesmo que a produção local não seja enviada à China, o fato de outras regiões embarcarem a carne abre mercado para o produto em outras unidades da federação.

O setor de carne suína tem reivindicado do governo do Estado a redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 12% para 7% para o abatimento em outros estados.

Missão russa - A primeira visita para inspeção e renovação do alvará para exportação para a Rússia garantiu a continuidade da relação comercial com a Sadia do município de Lucas do Rio Verde ( a 354 km de Cuiabá). O superintendente do Ministério da Agricultura em Mato Grosso, Francisco Costa, afirma que nesta semana as empresas Agra Alimentos, de Rondonópolis, de carne bovina e suína, o Marfrig de Paranatinga e o JBS de Barra do Garças serão visitadas.

No país serão 30 unidades de abate e processamento a passarem pela revisão dos técnicos. Francisco Costa afirma que a expectativa é boa para as indústrias locais, que como a Sadia, deverão ter a autorização renovada. O mercado russo é responsável pela compra de 60% da produção de carne suína. 

China abre comércio de carne suína


China abre comércio de carne suínaO governo chinês anunciou nesta segunda-feira, 11 de abril, a abertura de mercado para a carne suína brasileira. O ministro da Administração-Geral de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China, Zhi Shuping, informou ao ministro da Agricultura do Brasil, Wagner Rossi, a aprovação inicial de três frigoríficos nacionais exportadores de suínos. A liberação ocorreu apenas cinco meses depois da vinda de missão chinesa ao Brasil para inspecionar 13 indústrias.


“Com a aprovação das indústrias de suínos do Brasil, estamos cumprindo parte da missão que a presidenta Dilma Rousseff nos deu de ampliar a venda de produtos de maior valor agregado”, completou Rossi. O aumento dos embarques de carnes representa agregar valor a matérias-primas, como farelo de soja e milho, usados na alimentação do rebanho suíno e de aves.


A expectativa é que nos próximos meses, o governo chinês amplie a lista de frigoríficos exportadores de suínos e aves, período em que se pretende sanar todas as dúvidas e questionamentos dos chineses em relação às demais indústrias. Também se espera que sejam liberadas as exportações de gelatina do Brasil.


“A decisão do governo da China representa uma oportunidade imediata como também de rápido crescimento para o futuro. Os chineses respondem por 50% da carne suína produzida no mundo, porém estão cada vez mais aumentando a renda per capita e devem ampliar o consumo de carnes”, informa o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Célio Porto.


No encontro com o ministro chinês, Wagner Rossi, também comemorou a confirmação de vinda de missão ao Brasil, na primeira quinzena de maio, para inspecionar processo de cultivo, armazenamento e transporte das folhas de tabaco baianas e alagoanas. Os estados são livres da doença mofo azul, pré-requisito do governo chinês para começar os embarques do produto. Atualmente, o Rio Grande do Sul é o único estado brasileiro que exporta tabaco para a China.


Uma outra equipe de técnicos virá na mesma época para conhecer o sistema de plantio de milho. Hoje, o Brasil já exporta o grão para os chineses, mas o governo local demonstrou interesse em estabelecer um protocolo bilateral para ampliar as compras do produto. As missões foram acertadas durante os encontros da delegação de técnicos brasileiros que está na China desde o dia 5 de abril. Antes dessa visita, os chineses ainda anunciaram a habilitação de cinco frigoríficos brasileiros exportadores de carne bovina in natura.


Nesta terça-feira, 12 de abril, os ministros da Agricultura, Wagner Rossi, e Han Changfu, participam de reunião ampliada com os presidentes da China, Hu Jintao e do Brasil, Dilma Rousseff. No encontro, devem ser repassados todos os termas de interesse bilateral.


No mesmo dia, o ministro brasileiro participa de encontro empresarial, quando fará uma exposição sobre as oportunidades de negócios e investimentos no Brasil. Rossi também falará do potencial da produção agropecuária brasileira e das técnicas utilizadas para garantir uma produção sustentável. 


Fonte: Assessoria de Imprensa- Mapa

segunda-feira, 11 de abril de 2011

País importa sêmen ovino britânico

11/04 
Após 20 anos sem importar sêmen de ovinos do Reino Unido, o Brasil recebeu 2.500 doses do material genético das raças Texel e Suffolk. A importação foi viabilizada por um protocolo firmado entre o Ministério da Agricultura (Mapa) e o governo do Reino Unido no ano passado. Do lote, 80% foram destinados a criadores do Rio Grande do Sul, o restante se divide entre Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A próxima remessa deve chegar ao Brasil no começo de 2012, também para ser usada na temporada de outono.

Correio do Povo

Inspeção sanitária alcança 87% da carne de frango produzida no Brasil

Campinas, 11 de Abril de 2011 - Como em 2010 o Brasil produziu – dados do próprio setor avícola – 12,3 milhões de toneladas de carne de frango e o abate sob inspeção – de acordo com o IBGE – aproximou-se dos 10,7 milhões de toneladas, só se pode concluir que 87% de todos os frangos produzidos no Brasil foram submetidos a algum tipo de inspeção – municipal, estadual, mas principalmente federal.
Mesmo assim, cabe perguntar: qual é a consistência desses dados (não só os do IBGE, mas também os do setor avícola)? Para tentar responder, o AviSite efetuou um confronto entre os números apresentados pelas duas fontes, tomando como base:
- Da parte da avicultura, os dados da APINCO – os únicos disponíveis com habitualidade e em bases mensais – compreendidos por (1) alojamento interno de pintos de corte e (2) projeção da produção de carne de frango [efetuada a partir dos pintos alojados];
- Da parte do IBGE, o número de cabeças abatidas e o peso delas decorrente. 
Note-se que as bases de dados de uma e outra instituição são absolutamente distintas entre si. Pois enquanto os números da APINCO partem de levantamentos [da produção de pintos] no mercado e se completam com uma estimativa [da produção de carne de frango], os do IBGE têm bases físicas sólidas: o número de cabeças de frango efetivamente abatidas em estabelecimentos inspecionados e o seu consequente peso.
Isso poderia levar a resultados também distintos entre si. Mas não é o que ocorre, como demonstra a tabela abaixo. Assim, se o número de cabeças abatidas (IBGE) correspondeu a 87% do total de cabeças criadas (APINCO), o peso obtido apresentou idêntico percentual – com diferença de apenas 0,28 ponto percentual em relação ao número de cabeças abatidas. 
Os resultados apresentados indicam que as informações de ambas as fontes têm total consistência.







(AviSite) (Redação)

Justiça libera frigorífico de reter Funrural

A Justiça Federal considerou inconstitucional a obrigatoriedade do frigorífico Frigoespanha, de Rio Preto, reter 2,1% do valor pago aos pecuaristas pelos animais entregues para abate para depois recolher a quantia ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). À decisão, tomada pelo juiz substituto Osias Alves Penha, da 4° Vara Federal de Rio Preto, ainda cabe recurso pela União. 

A partir de agora, o fornecedor do Frigoespanha não terá mais descontados os 2,1% do imposto. “É um ganho substancial para os produtores rurais, principalmente na região, onde há muitos, partindo do pressuposto que a margem de lucro é muito pequena”, afirmou o advogado Reinaldo Vassoler, que representa o frigorífico. A ação foi ajuizada em 2010. 

A decisão relativa ao Frigoespanha, no entanto, não vale para todos os frigoríficos, atingindo apenas as compras efetuadas por aquela empresa. Os demais frigoríficos que também quiserem ter o mesmo direito têm de ingressar na Justiça com suas próprias ações. 

O Funrural é uma contribuição calculada sobre o faturamento bruto dos produtores rurais e os recursos do fundo formam a previdência social do setor rural. O imposto incide sobre a comercialização de produtos e é recolhido por produtores rurais e empresas agroindustriais. O tributo é repassado ao fisco pelas empresas que adquirem a produção agropecuária, como os frigoríficos, pelo sistema de substituição tributária. 

Os produtores, os verdadeiros tributados, sofrem o desconto quando recebem o pagamento da empresa que compra a produção. Segundo Vassoler, a lei 8.540, de 1992, que dispõe sobre a contribuição do empregador rural para a seguridade social, foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em um caso específico do frigorífico Mataboi, de Minas Gerais. Normalmente, as decisões do STF valem para todos, mas o órgão deixou claro que só era válida para o Mataboi. “Ficou dito que não valia para todos. Quem quisesse, tentaria entrar com outras ações”, disse. 

O advogado explica que, quando o pecuarista vende a carne à empresa, o frigorífico tem a obrigação de reter os 2,1% e repassar o valor ao governo. “Num primeiro momento, o percentual parece pequeno, mas é substancial para o ganho do produtor e para fomentar a agropecuária”, afirmou. Vassoler não revelou quanto o Frigoespanha recolhe de Funrural, mas disse que, no Brasil, o rombo aos cofres da União, com outras decisões, foi de R$ 40 milhões. 

No mês passado, o STF havia rejeitado os embargos de declaração propostos pela União contra a decisão que desobrigou o frigorífico mineiro Mataboi de recolher Funrural. Com a sentença, volta a vigorar a decisão inicial do STF, anunciada em fevereiro de 2010, e o Mataboi está liberado de recolher o imposto. 

Marfrig investe US$ 309 milhões em unidades na China


A Marfrig Alimentos S.A. (MRFG3) informou hoje que irá constituir, por intermédio de sua subsidiária Keystone Foods na China, duas Joint Ventures, com o objetivo de explorar as oportunidades de fornecimento de alimentos e atender à crescente demanda de distribuição no mercado chinês. O valor total do aporte previsto é de US$ 309 milhões.
De acordo com a companhia, a COFCO Keystone Foods Supply Chain (China) Investment Company: Joint Venture - JV (45% Keystone – 55% COFCO) terá a função de explorar oportunidades de negócio em serviços de logística e distribuição de alimentos na China.
Além disso, o projeto prevê a construção de 6 centros de distribuição, frota de transportes e plataforma de tecnologia de informação de suporte, com previsão para entrada em operação a partir de 2012 em cidades estratégicas da China, incluindo a capital Pequim e Shenzhen (onde fica a planta de produtos processados da Keystone Foods China) e nas cidades de Chengdu, Xanghai, Shenyang e Wuhan.
O investimento total previsto na JV é de US$ 252 milhões ao longo de 10 anos. O acordo tem data prevista para assinatura em 15 de abril de 2011, na cidade de Pequim.
Já a segunda joint venture, a Keystone-Chinwhiz Poultry Vertical Integration (60% Keystone e 40% Chinwhiz), visa verticalizar a operação de aves na China e atender às necessidades de seus clientes com produtos industrializados de alta qualidade e custos competitivos.
O investimento previsto é de US$ 57 milhões até o final de 2013.
A unidade terá capacidade para processar de 200 mil aves por dia e fornecerá 50% das necessidades de matéria-prima da unidade de processamento da Keystone na China.
Segundo a Marfrig, essa unidade já atende a mais de 2,6 mil restaurantes na China, Hong Kong e Japão.
(Redação - Agência IN)