sexta-feira, 15 de julho de 2011

Como 7 grandes fusões afetaram os brasileiros

Nascimento da Brasil Foods suprimirá marcas e pode trazer aumento de preços

AFP / Mauricio Lima
Perdigão

Sadia e Perdigão: o nascimento da Brasil Foods
Após a recente aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) à fusão entre as duas gigantes dos alimentos, formou-se uma empresa com gordas participações em diversos mercados – 90% nos segmentos de lasanhas e festas de fim de ano e 70% nos de presuntos e pizzas prontas, só para citar alguns.
O temor imediato é que uma empresa desse porte, com pouquíssima concorrência, aumente os preços a seu bel-prazer, prejudicando o consumidor que nada tem a ver com a história. Em casos como esse, em que a líder de mercado não tem um concorrente à altura, o Cade procura criar mecanismos para permitir que novos concorrentes entrem no mercado. Mas nem sempre esses mecanismos são realmente efetivos.
Uma das medidas adotadas pelo Cade vai, de cara, afetar o consumidor: trata-se da suspensão das marcas Perdigão e Batavo em alguns segmentos. Então, não estranhe se não encontrar mais o presunto Perdigão no supermercado. Os produtos dessa marca vão desaparecer das prateleiras por três anos nos segmentos de presuntos, apresuntados, kits de festas suínos (pernil, tender etc.), linguiça e paio; quatro anos no segmento de salames ; e cinco anos nos segmentos de lasanhas, pizzas congeladas, almôndegas, kibes e frios saudáveis.
A Batavo desapareceria apenas do mercado de processados de carne, por quatro anos. Além disso, a Brasil Foods não poderá lançar nenhuma marca para entrar no lugar das que foram suspensas ou dos mercados em que a Sadia tiver concentração. Em tese, essa medida permitiria a entrada de novos competidores para ocupar o vácuo deixado por essas marcas. Na prática, muitos consumidores devem perder suas marcas favoritas e serão obrigados a migrar para outras.
“Toda intervenção tem algum tipo de custo. Nesse caso, tirar as marcas pode causar um dano menor ao consumidor, em prol do benefício da entrada de uma nova empresa”, interpreta Elizabeth Farina, ex-presidente do Cade e professora da Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA-USP).
Outra medida tomada pelo Cade foi a de obrigar a nova empresa a vender uma série de ativos para “criar” um concorrente para si mesmo. A partir do ano que vem, serão vendidas fábricas, centros de distribuição, abatedouros e marcas como Resende, Wilson, Fiesta, Confiança, Doriana e Escolha Saudável, de preferência para uma única empresa.
Esses ativos equivalem a 80% da capacidade da Perdigão hoje. A dúvida que fica é se eles serão suficientes para atender à demanda que vai ficar órfã da Perdigão de da Batavo nos mercados em que essas duas forem suspensas. A nova concorrente teria cerca de 20% do mercado total, mas nada na decisão do CADE comprovava que fosse viável concorrer à altura após a aquisição dos ativos alienados.
Se a empresa que arrematar esses ativos de fato não conseguir concorrer por falta de capacidade, os preços vão subir de qualquer maneira. Num caso como esse, dizem especialistas, é importante não só preservar o espaço para a concorrência crescer como verificar se existem concorrentes capazes de tomar o espaço deixado. Para isso, o CADE precisaria ter verificado a real viabilidade da operação desse novo concorrente. Se não, o líder estará sozinho para fazer o que bem entender.
A conferir. Mas a julgar pelas empresas interessadas no espólio da Brasil Foods – nomes como JBS e Marfrig – é possível que o novo concorrente tenha porte suficiente para entrar com tudo. As mudanças, porém, só vão ocorrer depois que as exigências do CADE forem cumpridas, o que só deve acontecer no ano que vem.

Adaptado pelo Boinorio da reportagem de

Julia Wiltgen

Júlia Wiltgen é repórter de finanças pessoais de EXAME.com.
Seu e-mail é julia.wccosta@abril.com.br

Correção: caem as exportações de frango do Brasil para a Rússia


Campinas, 15 de Julho de 2011 - Ontem (14), ao observar que a Rússia vem importando mais carne de frango do que no ano passado, o AviSite também comentou que no primeiro semestre de 2011 as exportações brasileiras para aquele país registraram expansão comparativamente a 2010.
Não é verdade: na realidade, o volume exportado pelo Brasil para a Rússia nos seis primeiros meses do ano recuou de 48 mil para pouco mais de 43 mil toneladas, o que resulta em uma redução de 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
A ressaltar, adicionalmente, que a queda mais sensível ocorreu justamente no mês de junho – quando, a partir do dia 15, entrou em vigor o embargo russo sobre as empresas de três estados brasileiros. No período, o volume embarcado caiu a menos da metade do que havia sido exportado no mesmo mês do ano passado, resultado que refuta a hipótese de que houve antecipação dos embarques na primeira quinzena do mês.
Note-se, de toda forma, que a redução dos embarques, neste ano, não ficou restrita ao mês de junho: foi observada também em janeiro e em maio. Neste último mês, aliás, o total embarcado já havia sido o segundo menor do ano.
Em decorrência dos recuos registrados e uma vez que o preço médio do produto permaneceu praticamente estável – incremento de pouco mais de meio por cento em relação à média registrada nos seis primeiros meses do ano passado – a receita cambial proporcionada pelas exportações de carne de frango à Rússia apresentou queda de cerca de 10% sobre idêntico semestre de 2010.
A informação equivocada já foi retirada da notícia original publicada na quarta-feira, 14.




(AviSite) (Redação)

Carne de frango: os 10 principais importadores do Brasil em 2011


Campinas, 15 de Julho de 2011 - No quadro abaixo, os 10 principais importadores da carne de frango brasileira no primeiro semestre de 2011, ordenados segundo o conceito da receita cambial. Neste caso, a liderança fica com o Japão, enquanto a Arábia Saudita fica com a primeira posição pelo conceito do volume importado.
O quadro apresenta a posição atual e, entre parênteses, a posição ocupada pelo país no primeiro semestre de 2010. E o que ressalta, sob esse aspecto, é a ascensão da China do 12º para o 6º lugar.





(AviSite) (Redação)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Frigorifico dispensa quadro de funcionários para readaptação de serviços

A direção do grupo iraniano confirmou a dispensa de cerca de 80 funcionários


O Frigorífico Boifrig de Fernandópolis dispensou essa semana cerca de 80 funcionários para readaptações no funcionamento da empresa. 

A direção do grupo iraniano que comanda o empreendimento em Fernandópolis disse que a dispensa de funcionários teve foco no aproveitamento e nível de demandas do frigorífico. 

Com os serviços de desossa no período noturno encerrada e o abate de 400/cabeças por dia não havia a necessidade de cerca de 80 funcionários que permaneciam parados e recebendo. Hoje operando com cerca de 450 funcionários a direção do Boifrig garantiu que a maioria dos funcionários dispensados é de outras praças e todos receberão os benefícios garantidos pela lei trabalhista. 

Cerca de 20 empresários iranianos já agendaram suas visitas ao Brasil para conhecerem a proposta e a área da ZPE Paulista de Fernandópolis interessados em investimentos e nas potencialidades do município, sua infraestrutura técnica e de prestação de serviços, além da ETEC e das faculdades

Rússia importa mais carne de frango em 2011

Campinas, 14 de Julho de 2011 - Nada, naturalmente, que se compare às compras externas de anos atrás, quando o país se sobressaia como o maior importador mundial de carne de frango. No entanto, de acordo com os órgãos de estatísticas locais, em 2012 a Rússia vem aumentando suas compras externas de carne de frango comparativamente ao que importou no ano passado.
Os dados divulgados se referem ao período janeiro-maio de 2011 e dão conta de que nesses cinco meses foram importadas pelos russos 117.500 toneladas de carne de frango. É menos da metade do que foi importado entre janeiro e maio de 2009 (308,4 mil toneladas). Mas, ainda assim, corresponde a quase um quarto a mais (+23,3%) em relação ao que foi importado nos mesmos cinco meses de 2010.
Do total adquirido externamente, os exportadores norte-americanos participaram com 46.805 toneladas, volume que representou aumento de 36,5% sobre idêntico período de 2010 (dados do Departamento de Agricultura dos EUA – USDA). Já os exportadores brasileiros forneceram 36.790 toneladas, o que representou aumento de 7,6% sobre os mesmos cinco meses do ano passado (dados da SECEX/MDIC).
Aparentemente, o embargo parcial da Rússia a abatedouros de três estados brasileiros não influenciou as exportações do mês de junho. Tanto que, ainda conforme a SECEX/MDIC, o primeiro semestre foi encerrado com pouco mais de 48 mil toneladas e expansão de 11% sobre o primeiro semestre de 2010.
(AviSite) (Redação)

Exportação de carne encerra em R$ 2,6 bi

Resultado significa alta de 7,7% ante US$ 2,490 bilhões no mesmo período

As exportações do setor de carne bovina encerraram o primeiro semestre do ano com uma receita cambial de US$ 2,595 bilhões. O resultado significa uma alta de 7,7% ante US$ 2,490 bilhões no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados na tarde dessa terça, dia 12, em São Paulo, pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Em volume, entretanto, houve queda de 16,04%, passando de 647.77 mil toneladas para 534.883 mil toneladas. De acordo com a Abiec, o aumento de receita foi impulsionado pelo incremento de 28,28% no preço médio da carne exportada em relação à primeira metade de 2010.
O Brasil nunca vendeu carne com preço tão bom. O nosso faturamento tem aumentado no último semestre apesar do volume ser um pouco menor, tanto porque o preço está alto como a gente tem hoje uma escassez de matéria-prima que é fruto de um abate de matrizes de quatro anos atrás e alguns problemas de seca do ano passado também – explica o diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio.
Para o diretor de relações com investidores JBS, Jeremiah O’Callahann, confirma este cenário e diz que a indústria conseguiu repassar a alta nos preços.
Nós vimos um menor volume em função da escassez de matéria-prima, mas o preço estava num nível bem maior. Se a gente comparar o primeiro semestre de 2011 com o mesmo período em 2010, a alta foi de US$ 1 mil, o que é bastante expressiva. Isso mostra que a indústria está trabalhando bem e consegue compensar a alta do boi e a valorização da moeda e repassar isso para os seus clientes lá fora – relata o empresário.
A suspensão de compras de carnes brasileira em junho não impediu que a Rússia encerrasse o primeiro semestre como o maior comprador da carne bovina brasileira. A expectativa é de que o embargo seja encerrado ainda neste mês.
O pessoal do ministério teve reuniões com os russos e o ministério se comprometeu a melhorar alguns controles e responderam tecnicamente às questões que foram levantadas, mas o importante é que pelo menos no bovino a gente conseguiu manter e até aumentar os volumes mesmo com o embargo – diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio.
Os executivos da Abiec destacaram ainda as vendas para a China, que quase triplicaram nos primeiros seis meses deste ano em relação ao primeiro semestre do ano passado. Atualmente, nove frigoríficos exportam para o país asiático. A expectativa é de que outros sete sejam habilitados.
Já a queda em volume é consequência, segundo a entidade, dos conflitos no Oriente Médio no começo do ano, em especial no Egito, um dos cinco principais mercados para carne bovina brasileira.
Em virtude do clima de tensão que se instalou na região no início do ano, as exportações brasileiras para o Oriente Médio caíram a quase zero. Com a retomada do turismo no país, porém, os embarques foram normalizados – explica a Abiec.
No consolidado do primeiro semestre de 2011, a queda em volume ficou em 5,5% no Oriente Médio.
(com informações do Portal Canal Rural/RS)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sadia envia nota sobre fusão com a Perdigão


Cade aprovou a união na tarde desta quarta-feira.
NOTA À IMPRENSA
Em sessão ordinária realizada hoje (13/07), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou a associação entre Perdigão e Sadia, que deu origem à BRF Brasil Foods S.A., condicionada ao cumprimento do Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) celebrado entre as empresas e o órgão.

A companhia, que sempre esteve aberta a uma solução negociada, considera positivo que a questão tenha se encerrado na esfera administrativa mediante a assinatura de um acordo com o CADE, evitando um cenário futuro de incertezas e preservando a essência da fusão.

O TCD prevê a alienação das marcas Rezende, Wilson, Texas, Tekitos, Patitas, Escolha Saudável, Light Ellegant, Fiesta, Freski, Confiança, Doriana e Delicata, bem como a venda de um conjunto de ativos composto por 10 (dez) fábricas de alimentos processados, 2 (dois) abatedouros de suínos, 2 (dois) abatedouros de aves, 4 (quatro) fábricas de ração, 12 (doze) granjas de matrizes de frangos, 2 (dois) incubatórios de aves e, ainda, 8 (oito) centros de distribuição.

Como forma de garantir fornecimento de matéria-prima aos ativos que serão alienados, a BRF fica também obrigada pelo TCD a ceder uma carteira de contratos com seus produtores rurais integrados suficiente para garantir 100% do fornecimento de aves e 70% do fornecimento de suínos às unidades a serem vendidas. No que diz respeito à carne de peru, a empresa também deve garantir ao comprador o fornecimento de peru in natura em volume correspondente à participação de mercado da marca Rezende, pelo preço de venda de exportação desse produto.

O conjunto dos ativos atingidos por estas medidas corresponde a uma capacidade de processamento industrial de alimentos de 730 mil toneladas, sendo 96 mil toneladas de margarinas e o restante nos mercados relevantes com preocupações concorrenciais. As restrições equivalem a 11,6% do volume e a 13,1% da receita operacional líquida da companhia no ano de 2010.

Ainda segundo os termos do TCD, a BRF se comprometeu a suspender temporariamente do mercado a marca Perdigão, por um período que varia de três a cinco anos, a depender da categoria de produto, conforme detalhado a seguir:
- Suspensão por 3 anos: presunto suíno cozido, apresuntado e afiambrado, kit festa suínos (lombo suíno temperado, congelado, paleta suína, defumada, pernil com e sem osso temperado, presunto tender, tender suíno), linguiça curada e paio;
- Suspensão por 4 anos: salames;
- Suspensão por 5 anos: lasanhas, pizzas congeladas, kibes e almôndegas e frios saudáveis.

A marca Perdigão, bem como todos os direitos a ela associados, permanece como propriedade de BRF e poderá ser utilizada normalmente em várias categorias de alimentos processados, como: empanados, hambúrgueres, mortadela, linguiças frescais, pratos prontos congelados (exceto lasanhas), bacon, comemorativos de aves, além de toda a linha de produtos in natura, entre outras.

No caso da Batavo, as restrições não envolvem produtos da linha de lácteos, segmento em que não havia concentração de mercado entre as empresas.

As medidas de restrição de uso das marcas Perdigão e Batavo, bem como as referentes ao lançamento ou uso de novas marcas, entram em vigor no dia seguinte à alienação do conjunto de ativos que fazem parte das medidas chamadas estruturais (venda de marcas, fábricas, abatedouros, granjas e CDs).

No que diz respeito às marcas que permanecem no portfolio da Brasil Foods, a empresa reafirma seu compromisso com a qualidade e inovação que sempre marcaram a história de Sadia e de Perdigão.

Em relação aos ativos que serão alienados, a BRF compromete-se a manter a qualidade dos seus produtos e o fornecimento aos pontos de venda até que seja feita a transição para os novos proprietários, no prazo estabelecido no TCD, de caráter confidencial.

As medidas estabelecidas no TCD estão limitadas ao território nacional. A empresa poderá atuar sem restrições no mercado externo e no mercado nacional de lácteos e de food service.

Vale destacar que as medidas contidas no acordo com o CADE não trarão impactos para o desempenho da companhia no decorrer de 2011.

Como forma de proteger os funcionários da companhia, a BRF negociou a inclusão de uma cláusula no TCD que estabelece a obrigatoriedade de que o comprador dos ativos a serem alienados mantenha o nível atual de empregos pelo prazo mínimo de seis meses.

A partir de agora a companhia trabalhará para cumprir integralmente as medidas acordadas com o CADE e também para colocar em prática o plano de integração das duas empresas, criando assim as condições necessárias para fazer da BRF uma líder global no setor de alimentos.

BRF Brasil Foods

Frigorífico Minerva confirma intenção de realizar OPA

O frigorífico Minerva confirmou a sua intenção de, assim que for encerrada a oferta de debêntures atualmente em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), realizar OPA voluntária para aquisição da totalidade dos bônus de subscrição de sua própria emissão e que são negociados atualmente na BMF&Bovespa. 
O Colegiado da CVM deu parecer favorável ao Minerva para a realização da OPA, nos termos da Instrução CVM 361/02. O preço e os demais termos e condições da oferta serão oportunamente divulgados ao mercado após aprovação pelo conselho de administração da companhia. 

Venda das unidades do Independência deve ser definida no dia 22

Alienação judicial não poderá ser inferior a R$ 706,9 milhões que é o valor das unidades produtivas

ROSANA SIQUEIRA 13/07/2011 16h45
 
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Foto: Arquivo
Independência tem duas plantas de abate em Mato Grosso do Sul



Três grandes grupos frigoríficos estariam interessados em adquirir o frigorífico Independência, que recebeu até ontem propostas de compradores. Os lances foram entregues em envelopes no cartório da 1.ª Vara Cível da Comarca de Cajamar (SP). A expectativa é que a decisão oficial seja revelada na assembleia geral de credores que acontece no dia 22 de julho.
De acordo com nota publicada no site da empresa os interessados em participar do leilão terão de fazer um aporte mínimo no valor de R$ 150 milhões em uma nova companhia, que deterá os ativos e assumirá as dívidas do Independência. A alienação judicial não poderá ser inferior a R$ 706.922.643,88, referente à avaliação das unidades produtivas. Serão leiloadas três plantas industriais: Campo Grande e Nova Andradina em MS, e outra em Senador Canedo (GO).
Ainda conforme o comunicado, as unidades produtivas “objeto da alienação judicial abrangem o conjunto de todos os bens e direitos relacionados a cada unidade individualmente considerada, inclusive os bens móveis e imóveis, direitos e obrigações necessários à condução das operações de abate, industrialização, compra e venda, importação e exportação de produtos bovinos, construções, benfeitorias, acessões, bens tangíveis e intangíveis, bem como licenças, alvarás, inscrições relevantes e os contratos relevantes para a operação, de qualquer natureza, inclusive os contratos de trabalho (ainda existentes), os de compra e venda e arrendamento de unidades industriais, conforme aplicável”.
Ainda devem ser leiloados dois armazéns em Santos e Barueri (SP), quatro terrenos em Mato Grosso do Sul e Tocantins, além de um imóvel em Barueri.
Atualmente o grupo está sob comando dos filhos do senador Antônio Russo (PR), que está afastado do conselho administrativo da empresa há pelo menos dez anos.
 
(com informações do site Nova News)

Cade aprova fusão entre Sadia e Perdigão com restrições

Demais conselheiros do Cade votaram a favor do caso; relator Carlos Ragazzo manteve seu voto

Germano Luders
Nildemar Secches (gravata vermelha), presidente do conselho de administração da Perdigão, com Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração do grupo Sadia.
Com restrições, fusão de Perdigão e Sadia é aprovada pelo Cade
São Paulo - Conforme antecipado ontem (12/7) por EXAME,  a fusão entre Perdigão e Sadia foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), nesta quarta-feira (13/7), após um acordo entre as partes. A decisão vai contra o voto do relator do caso, Carlos Ragazzo, que, há um mês, rejeitou totalmente a operação.
De acordo com a decisão do Cade, a Brasil Foods terá que alienar cerca de 730.000 toneladas de produtos processados. O montante equivale a quase toda a produção da Perdigão para o mercado interno. Terá que se desfazer também de fábricas e centros distribuição, que representam quase 80% da capacidade de toda a marca Perdigão. Em alguns mercados, como o de carne in natura, a Perdigão suspenderá a produção pelo período de 5 anos. Já a Batavo deixará de atuar no segmento de produtos processados.Para aprovar a fusão, no entanto, o Cade impôs uma série de restrições. Entre elas, a Brasil Foods deverá suspender por um período de até 5 anos a marca Perdigão e Batavo em alguns segmentos, além da venda das marcas consideradas de combate.
Marcas como Doriana, Light, Texa, Patitas, Resende e Wilson serão colocadas à venda. Alguns mercados, como carne in natura, no qual a Brasil Foods detém 70% de participação de mercado, a empresa terá que vender para uma terceira empresa, que não seja a Marfrig, que detém os outros 30% do mercado. O nome da Marfrig foi explicitamente citado pelos conselheiros na sessão. Tal decisão do órgão antitruste visa evitar a alta concentração em alguns mercados.
Há cerca de um mês, Ricardo Ruiz, conselheiro do Cade, pediu vistas ao processo, após Ragazzo vetar a operação. Segundo ele, a princípio, o órgão havia proposto a venda da marca Perdigão, o que não foi aceito pela companhia. "Seria muito mais fácil resolvermos o processo dessa maneira, mas tivemos que buscar alternativas", disse Ruiz.
Além de Ruiz, os demais conselheiros do Cade que participaram do julgamento votaram a favor da união entre as duas companhias. Ragazzo, no entanto, manteve seu voto.

Cade retoma julgamento da fusão Sadia e Perdigão nesta quarta

Relator do processo recomendou venda da Sadia ou veto ao negócio; empresa está negociando acordo e pode suspender a marca Perdigão





IG
A fusão entre Sadia e Perdigão volta à pauta do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na manhã desta quarta-feira. A votação foi iniciada na sessão do dia 8 de junho, mas foi interrompida após um pedido de vista do processo. A união das duas empresas foi anunciada em 2009 e deu origem à Brasil Foods. As ações da Brasil Foods caíram 7,6% desde a última reunião até o fechamento desta segunda-feira.
O relator do processo, Carlos Ragazzo, se posicionou contrário à fusão. Ele recomendou a venda da marca Sadia ou que o negócio seja desfeito. Outros quatro conselheiros precisam votar o tema. Cada um deles pode solicitar vista do processo e, assim, adiar a decisão para a reunião seguinte.
Desde a última reunião do Cade, a Brasil Foods tenta negociar um acordo com o órgão para minimizar as restrições à fusão. Há rumores de que ela concorde em se desfazer de ativos e suspender as vendas da marca Perdigão por um período de até três anos. A empresa quer evitar vender a marca Sadia, considerada mais valiosa.
A Brasil Foods confirmou nesta terça-feira, em comunicado, que está em tratativas com o Cade, mas diz que nenhum documento foi assinado até o momento. A empresa não informou o conteúdo do acordo proposto.
Um acordo com o Cade é uma tentativa de evitar que a questão se arraste na Justiça. A empresa pode recorrer da decisão do órgão no Judiciário, mas isso atrasará a conclusão do processo de fusão. Sem a aprovação do Cade, Sadia e Perdigão devem continuar a operar separadamente.
Veja cronologia do processo de fusão:
25 de setembro de 2008 – A Sadia, a maior processadora e exportadora de carne do país, anuncia perdas de R$ 760 milhões com operações de derivativos cambiais. A empresa encerra o ano com prejuízo de R$ 2,5 bilhões, o maior em seus 64 anos de história
Maio de 2009 - Os presidentes da Sadia, Luiz Fernando Furlan, e da Perdigão, Nildemar Secches, anunciam a fusão entre as duas empresas e a criação da BRF Brasil Foods.
Setembro de 2009 – é concluída a troca de ações entre as empresas. A Sadia transformou-se em uma subsidiária da Perdigão, que passou se chamar BRF Brasil Foods. As empresas ainda se mantêm como entidades separadas, à espera do julgamento do Cade.
30 de junho de 2010 - Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), ligada aos Ministério da Fazenda, emite parecer em que afirma a fusão "resulta em concentrações significativas em diversos mercados relevantes de oferta de carne in natura e produtos industrializados". A secretaria recomenda o licenciamento das marcas Perdigão ou Sadia por, no mínimo, cinco anos, além da venda de um conjunto de fábricas.
Julho de 2010 – A Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, acompanha a avaliação da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae).
Maio de 2011 - Parecer dos procuradores do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomenda fortes restrições ao acordo ou a reprovação do negócio.
08 de junho de 2011 - Com um voto que durou mais de quatro horas, o conselheiro relator do Cade no caso Sadia-Perdigão, Carlos Ragazzo, votou pela reprovação da união das empresas. Um dos conselheiros pede vistas do processo e o julgamento é suspenso.
15 de junho de 2011 - Por recomendação do conselheiro Ricardo Ruiz, o Cade decide adiar o julgamento da fusão Perdigão-Sadia, atendendo a um pedido de BRF e Sadia. A data para a retomada do julgamento será definida pelo conselheiro.
13 de julho de 2011 - O Cade retomará o julgamento da fusão.

McDonald´s contesta estudo e diz que Big Mac é igual no mundo todo

Pesquisa foi realizada por professores de Piracicaba e traz aspectos locais do lanche

13/07/2011 - 10:07

O McDonald’s contestou o estudo realizado por pesquisadores de Piracicaba, que afirmaram que o lanche Big Mac não é o mesmo em todos os lugares do mundo, conforme "reza a lenda". Segundo a empresa, é exigido um padrão de qualidade dos fornecedores e isso garante o mesmo sabor do lanche ao redor do globo.

A pesquisa encabeçada pelo professor Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP, teve como intuito investigar as peculiaridades do sanduíche nos países em que ele é comercializado. “Nunca antes na humanidade houve 120 países consumindo a mesma receita”, conta o professor, justificando o interesse pelo tema.

Por uma questão de otimização de custos, as carnes para os sanduíches são adquiridas na região em que o hamburguer será comercializado e isso já traz um aspecto local ao Big Mac, diz Martinelli.
“O sabor da carne varia conforme a alimentação do rebanho. E isso o Mc Donalds não tem como controlar. Os animais dos Estados Unidos, por exemplo, se alimentam mais de milho e, por isso, a carne tem um sabor mais adocicado que nos outros lugares”, diz.

Na nota divulgada pela assessoria de imprensa, a rede afirma que, “por mais que existam diversos fornecedores no mundo, todos seguem os targets (normas de padronização de qualidade mundial) da corporação”. A nota conclui: “É por isso, e não por outro motivo, que o McDonald’s pode afirmar que o Big Mac é o mesmo em qualquer restaurante do mundo, inclusive com o mesmo sabor”.

Neste aspecto, o responsável pela pesquisa, que durou três anos, afirma que não há o que contestar sobre a padronização de qualidade do restaurante. E ele até admite que o sabor possa ser semelhante em diferentes países. Para Martinelli, a carne é que possui um sabor diferente. E ele argumenta ironizando:

“Eu desafio qualquer pessoa do mundo a sentir o sabor da carne no meio do Big Mac com aquele monte de coisa junta: alface, molho, picles, queijo...”. Ele explica que o intuito da pesquisa não foi entrar no mérito de sabor, mas sim, dos aspectos locais que o sanduíche agrega, apesar da sua abrangência global.

Planejamento é essencial na criação de bovinos por confinamento

Fonte: Daniela Miyasaka (médica veterinária) e Ingo A. Mello de Souza (médico veterinário
O confinamento é um sistema de criação de bovinos, no qual lotes de animais são fechados em piquetes ou currais ou baias de confinamento, com área restrita. Os alimentos são fornecidos em linhas de cocho e a água em bebedouros. Geralmente é utilizado na terminação de bovinos.

A qualidade da carcaça produzida no confinamento depende do bom desempenho obtido na fase de cria e recria. Bons produtos de confinamento são obtidos a partir de animais sadios, fortes, robustos, com bom desenvolvimento muscular (carne) e gordura suficiente para dar o sabor e proporcionar boa cobertura de carcaça.

Os animais em confinamento são fechados na época da seca, devido à escassez de forragem para o pastejo dos animais e para aproveitar estrategicamente melhores oportunidades de negócios.

Planejamento, gerenciamento, características dos animais, qualidade e quantidades de alimentos oferecidos, estado sanitário, entre outros fatores são de suma importância.

Nesta época aproveitamos para capacitar as equipes dos confinamentos parceiros e oferecer produtos altamente eficazes e seguros.

Na chegada dos animais ao confinamento é possível formar os lotes e determinar o tempo médio em que ficarão confinados até o abate. Na maioria das vezes o tempo de confinamento é de 90 dias, aproximadamente.

Animais doentes devem ser separados dos lotes em currais afastados, enfermaria ou hospital.

No manejo de entrada, recomenda-se vermifugar os animais com Sulfóxido de albendazole e vacinar contra as clostridioses.

As doenças que geralmente acometem os bovinos confinados são: Clostridioses, Cisticercose, Pneumonias, Pododermatites, Poliencefalomalácia, desordens metabólicas/digestivas e dermatites (feridas e infecções de pele).

Quando a cisticercose for um problema recorrente, os animais devem ser medicados com sulfóxido de albendazole injetável que mata os vermes adultos, ovos e larvas, além de matar os cistos de cisticercose.

No período seco (inverno) as noites são frias e os dias quentes; as rápidas inversões térmicas deste período associada à formação de poeira contribuem para a ocorrência das pneumonias nos bovinos. Devemos sempre estar atentos, para um rápido diagnóstico e tratamento dos animais acometidos com antibióticos à base de Benzilpenicilina G Procaína+Benzilpenicilina G Benzatina+Diidroestreptomicina (pronto para uso) e antiinflamatório corticosteróide à base de Dexametasona.

No período chuvoso com a lama aumenta a ocorrência de pododermatites, por isso, aos primeiros sinais clínicos da “frieira” ou “podridão dos cascos”, quando os animais começam a mancar, o tratamento com Oxitetraciclina+ Diclofenaco de sódio deve ser realizado com urgência. A Norfloxacina injetável é o medicamento de eleição para o tratamento dos animais com infecções mais severas.

Animais com sintomatologia neurológica ou tonteira (cambaleamento, incoordenação, entre outros) devem ser avaliados por um médico veterinário responsável e, caso seja confirmada a poliencefalomalácia, o tratamento pode ser feito com Dexametasona, Vitamina B e Soro.

Nas desordens metabólicas/digestivas, após a avaliação por um médico veterinário, recomendam-se medidas específicas para eliminação de gases causadores de meteorismo (timpanismos), Cálcio, Soro e propulsores químicos (membutona, acetil butílico ou citrato).

As ectoparasitoses não representam um importante desafio sanitário nos confinamentos, eventualmente observam-se animais que chegam com carrapatos, mas em poucos dias estes parasitos caem no chão e não fecham ciclo de vida neste ambiente. As moscas podem em alguns casos provocar altas infestações prejudicando o desempenho dos animais, mas quando se tem o histórico de sua ocorrência é possível adotar medidas preventivas e tratar os animais com produtos à base de Cipermetrina+Clorpirifós+Citronelal (via pour on) no manejo de chegada. Caso seja diagnosticada a mosca-dos-chifres (H. irritans) os animais devem receber um brinco mosquicida à base de Diazinon.

Independência pode ter novo dono até o fim do mês

O frigorífico Independência recebe até esta terça-feira propostas de compradores interessados em adquirir toda a empresa ou parte dos ativos. Os lances foram entregues hoje em envelopes no cartório da 1.ª Vara Cível da Comarca de Cajamar (SP).
As ofertas devem ser abertas amanhã, no entanto, o comprador oficial ou a proposta aceita pelo grupo só será revelada em assembleia geral de credores no dia 22 próximo.
Segundo comunicado de proposta de modificação ao plano de recuperação judicial, publicado no site oficial do frigorífico em maio e aprovado em assembleia geral realizada em março, as unidades produtivas isoladas do grupo listadas são objeto de alienação judicial, em conjunto ou separadamente, mediante propostas ou propostas alternativas, conforme baseado em artigos da lei de recuperação judicial.
Ainda conforme o comunicado, as unidades produtivas "objeto da alienação judicial abrangem o conjunto de todos os bens e direitos relacionados a cada unidade individualmente considerada, inclusive os bens móveis e imóveis, direitos e obrigações necessários à condução das operações de abate, industrialização, compra e venda, importação e exportação de produtos bovinos, construções, benfeitorias, acessões, bens tangíveis e intangíveis, bem como licenças, alvarás, inscrições relevantes e os contratos relevantes para a operação, de qualquer natureza, inclusive os contratos de trabalho (ainda existentes), os de compra e venda e arrendamento de unidades industriais, conforme aplicável".
Segundo informa o site Nova News, durante a assembleia também foi definido que os interessados em participar do leilão terão de fazer um aporte mínimo no valor de R$ 150 milhões em uma nova companhia, que deterá os ativos e assumirá as dívidas do Independência.
A alienação judicial não poderá ser inferior a R$ 706.922.643,88, referentes à avaliação das unidades produtivas, ainda conforme o site. Serão leiloadas três plantas industriais, uma em Nova Andradina, uma Campo Grande e outra em Senador Canedo (GO).
Também fazem parte do leilão dois armazéns em Santos e Barueri (SP), quatro terrenos em Mato Grosso do Sul e Tocantins, além de um imóvel em Barueri.
O grupo Independência é administrado hoje pelos filhos do senador Antônio Russo (PR). Segundo informa a assessoria do parlamentar, ele está afastado do conselho administrativo da empresa há pelo menos dez anos.
Fonte: cgdenews

Batata assando

Uma ação popular na Justiça quer impedir a posse do senador Antonio Russo Neto (PR-MS), que assumiu a vaga da tucana Marisa Serrano, hoje no Tribunal de Contas. Ele é acusado de participar da quebra dos frigoríficos Independência, que deixou rombo de R$ 3,5 bilhões.

Lucro da Doux Frangosul despenca em 2010


Doux Frangosul, que desde 2009 vem atrasando os pagamentos aos criadores integrados de frangos e suínos no Rio Grande do Sul, teve lucro líquido de R$ 27,1 milhões em 2010. A cifra foi 67,5% inferior aos R$ 83,2 milhões do exercício anterior devido à deterioração do desempenho financeiro. Mas tanto a margem bruta quanto o resultado operacional e a geração de caixa medida pelo lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) tiveram expansão no período.
A receita bruta da companhia caiu 12%, para R$ 1,521 bilhão, influenciada pela queda de 14,5% nas exportações, que somaram R$ 1,142 bilhão. Tomando como base o câmbio médio em cada exercício, o recuo nos embarques foi de 3,1%, para US$ 649 milhões, enquanto no mercado interno as vendas diminuíram 3,3%, para R$ 378,9 milhões. Em 2010, as exportações totais de carne de frango do Brasil cresceram 17,2%, para US$ 6,8 bilhões, conforme a União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
Apesar da queda do lucro, a empresa que tem sede em Montenegro (RS) e 7,6 mil funcionários no país provisionou R$ 2,4 milhões para pagamento de dividendos à matriz francesa Doux, ao contrário de 2009, quando todo o resultado havia sido destinado à compensação de prejuízos. A companhia também é avalista de um empréstimo de€ 148 milhões tomado pela controladora no banco Barclays na Europa.
A receita líquida caiu 12,4%, para R$ 1,455 bilhão, mas o aumento dos preços acima dos custos de produção elevou a margem bruta da Doux Frangosul de 20,8% para 25,4%. O Ebitda cresceu 9,8%, para R$ 237,6 milhões, enquanto o resultado operacional avançou 24,2%, para R$ 126,4 milhões. O lucro líquido, porém, foi comprometido pela reversão do resultado financeiro de R$ 10,5 milhões positivos para R$ 82,6 milhões negativos no período.
No relatório de administração que acompanha a demonstração de resultados do ano passado, o diretor geral Aristides Vogt disse que a Doux Frangosul priorizou as exportações a "mercados mais remuneradores", como a Arábia Saudita, e ampliou em 20% as vendas internas de produtos industrializados. Segundo ele, a decisão permitiu o aumento das margens e o reajuste dos preços dos produtos finais compensou a "forte alta" dos custos dos grãos no segundo semestre.
Mesmo assim, a empresa encerrou 2010 com dívidas financeiras de R$ 128,6 milhões, 39,8% a mais do que no ano anterior, sendo que R$ 55,3 milhões vencem ao longo de 2011. O valor exclui R$ 442,1 milhões em adiantamentos de contratos de câmbio e operações de pré-pagamento de exportação, que tiveram queda de 14,1% no período. Ao mesmo tempo, os recursos em caixa e as aplicações financeiras passaram de R$ 41,7 milhões para R$ 31,5 milhões.
Já o passivo com fornecedores aumentou 10% no ano passado, para R$ 250,6 milhões e os credores mais indignados são os criadores integrados. De abril até 20 de maio deste ano, depois de apresentar o quinto cronograma para a regularização dos débitos vencidos com os produtores, a empresa havia reduzido os atrasos médios de 120 para 60 dias (além do prazo usual de 45 dias para a liquidação dos lotes entregues para abate). Só que, depois disso, os pagamentos voltaram a escassear.
Segundo o assessor de política agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Airton Hochscheid, ontem os atrasos já ultrapassavam os 80 dias, e a Doux se comprometeu a fazer novos pagamentos amanhã e no dia 20 deste mês, com os quais reduziria em cerca de 50% o valor das dívidas acumuladas.
Além disso, conforme o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Montenegro, Marcelino da Rosa, a empresa vem parcelando o recolhimento do Fundo de Garantia dos funcionários desde novembro do ano passado. Procurada pelo Valor, a Doux não se manifestou.

Valor Econômico

Após conflitos, Egito retoma importações de carne bovina


por Viviane Taguchi
Fernanda Bernardino
Exportações brasileiras de carne bovina ao Egito diminuiu drasticamente em fevereiro, mas voltou ao ritmo normal
Um dos cinco principais mercados compradores de carne bovina brasileira, o Egito está retomando as importações do produto em larga escala neste primeiro semestre de 2011. Em fevereiro, mês em que o ditador Hosni Mubarak, ex-presidente do país, renunciou ao cargo que ocupava havia três décadas, as compras de carne somaram apenas 1,6 mil toneladas. Quatro meses após o fim dos conflitos, o volume voltou a crescer e o Egito registrou a compra de 16,6 mil toneladas de carne bovina. "É uma recuperação surpreendente, em um espaço de tempo muito curto", analisa Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec). 
De acordo com o presidente da Abiec, o setor viu um de seus principais mercados praticamente zerar as importações no período, mas com o fim do clima de tensão e a retomada do turismo na região, os embarques de carne bovina foram normalizados. "Nas duas primeiras semanas deste mês de julho, já foram registrados embarques de quatro mil toneladas para o Egito. É um mercado em recuperação e, digamos, uma recuperação a jato", diz Camardelli. 

O executivo apresentou nesta terça-feira (12/07) um balanço geral das exportações de carne bovina brasileira. Apesar dos conflitos no Oriente Médio (o que inclui, além do Egito, os conflitos na Líbia) e o embargo da Rússia a carnes provenientes de pelo menos 25 plantas frigoríficas brasileiras, as vendas externas aumentaram 7,71% no semestre, em relação ao mesmo período do ano de 2010. "No caso da Rússia, a situação foi bem controlada e não houve prejuízo porque o setor frigorífico possui capilaridade. Foi possível atender a demanda russa devido às outras 41 indústrias aptas às exportações", afirmou.
Para a Rússia, foram exportadas 146,5 mil toneladas de carne bovina nos seis primeiros meses de 2011. "Este é um mercado que não podemos descuidar. São clientes que compram toda semana, que pagam toda semana. É responsabilidade nossa resolver o problema". 

Segundo dados do Secex, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), os frigoríficos brasileiros venderam ao exterior, entre janeiro e junho deste ano, US$ 2,5 bilhões. No total, foram exportadas 543.822 toneladas de carne, um volume 16,04% menor que o primeiro semestre do ano passado. O crescimento em receita, de acordo com a Abiec, é consequência de um aumento de 28,28% no preço médio da carne exportada em relação à primeira metade de 2010. 

Os principais compradores da carne bovina brasileira neste primeiro semestre de 2011 foram: Rússia, responsável por 27% do faturamento total, Irã (16%), Hong Kong (8%), Egito (6%), Venezuela (6%) e Reino Unido (4%). Os Estados Unidos comparam 2,9 mil toneladas, um reflexo direto da proibição das importações brasileiras no ano passado, em função da detecção de resíduos de ivermectina. "Mesmo suspendendo as compras do Brasil, em 2010 os Estados Unidos compraram cerca de 60 mil toneladas de vários mercados. Em 2009, eles compraram 93 mil toneladas. Ficou claro que nenhum outro mercado consegue suprir esta demanda", diz Camardelli.