quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Preço da carne sobe 111% em cinco anos

Renda maior do brasileiro deixou mesa mais farta, mas oferta não acompanhou a procura

Do Jornal da Record.

O preço da carne bovina mais que dobrou nos últimos cinco anos. Uma pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostrou que a carne bovina aumentou de 106% a 111%. O número é quatro vezes maior do que a inflação no período, que ficou em 24,7%.


A renda do consumidor aumentou nos últimos anos, o que fez com que a carne aparecesse com mais frequência na mesa do brasileiro. As vendas dos açougues aumentaram em 40%.

Houve alta na procura das carnes, mas como a oferta do produto no mercado não acompanhou, os preços acabaram subindo rapidamente. O frango teve alta de 67%, e a bisteca suína, de 31%.

O engenheiro agrônomo, José Vicente Ferraz, responsável pelo estudo, disse que o principal motivo foi a redução dos rebanhos em 2005. Na época, o preço pago aos produtores era muito baixo, o que fez com que eles parassem de investir.

- Esse período em que o processo ficou parado tem que se recomposto, por isso nós continuamos com preços altos em 2011 e vamos continuar, muito provavelmente, em 2012 com preços altos.



JBS Friboi anuncia fechamento da unidade em Maringá

O Frigorífico JBS Friboi confirmou, na manhã desta quarta-feira (31), que irá fechar a unidade de Maringá. Atualmente 650 pessoas trabalham na empresa. O número de demissões ainda não foi confirmado pois, segundo a assessoria de imprensa da JBS, todos os funcionários terão a oportunidade de optar pela transferência, sendo assim o número de demitidos pode variar.

Na noite desta terça-feira (30) a empresa anunciou que irá remanejar o setor de abate e desossa de Maringá para Naviraí (MS). O setor é essencial para o funcionamento de toda a empresa.
O remanejamento acontece a partir do dia 1º de setembro e não há data prevista para o encerramento das atividades. Nesta manhã, a empresa estava funcionando normalmente.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos de Maringá confirmou que irá se reunir com dirigentes da empresa na tarde desta quarta-feira para discutir o acerto dos funcionários

O encerramento das atividades em Maringá e também em outras unidades ocorreram em
função da guerra fiscal entre os Estados e busca por aumento de sinergia
A empresa ressalta que as mudanças ocorreram em função da guerra fiscal entre os Estados e a busca por aumento de sinergia. A JBS nega que as ações estejam ligadas aos resultados da empresa nos Estado Unidos após a crise, conforme divulgado na edição desta quarta-feira de O Diário.

Outras unidades fechadas

Além de Maringá, outras unidades da empresa serão fechadas. Ao todo serão 1,5 mil demitidos, mas contratados outros 2 mil nas demais plantas.
Em Presidente Epitácio (SP), a unidade será desativada por causa das altas cargas tributárias do Estado, assim a produção será transferida para as unidades em Mato Grosso do Sul. A unidade de Tepófilo Otoni (MG) será remanejada para Iturama e Ituiutaba (MG).

As atividades de Água Boa (MT) e Alta Floresta (MT) serão transferidas para Barra do Garças (MT) e Diamantino (MT), sendo que, nesta última, o abate será duplicado, passando das atuais 1.000 cabeças para 2.000 cabeças por dia. As atividades da unidade de Pimenta Bueno (RO) será remanejada para Vilhena (RO).

Em nota, a empresa afirma que "não prevê a retomada das operações em tais unidades enquanto permanecerem as atuais condições, especialmente da legislação tributária".

Motivos

A JBS, maior empresa de carnes do mundo, divulgou um prejuízo de R$ 117 milhões no primeiro semestre, comparado com o lucro de R$ 78 milhões em igual período de 2010. Outras empresas do setor também fecharam o semestre no vermelho.

Em nota aos acionistas, a JBS informa que as mudanças fazem parte de uma nova estratégia de integração operacional, visando obter custos mais baixos na produção para tornar o produto mais competitivo.

Conforme a empresa, as unidades remanejadas foram escolhidas em razão de fatores como ineficiência fiscal, decorrente da legislação tributária de alguns Estados, e também devido a proximidade entre unidades.

Com as mudanças a JBS espera elevar em pelo menos 5% sua produção. A companhia espera gerar economias ao redor de R$ 200 milhões anualizados entre reduções de custos e eficiências fiscais.

Reunião dos vendedores da BGA-RJ

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