quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Seis países restringem importações de carne brasileira

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Uma vaca brasileira foi contaminada em 2010.
Lúcia Müzell
Até agora, seis países já impuseram restrições à importação da carne bovina brasileira devido à descoberta de que, em 2010, no interior do Paraná, uma vaca sofreu uma contaminação atípica de encefalopatia espongiforme bovina, mais conhecida como o mal da vaca louca. O animal não chegou a desenvolver a doença, mas a ameaça já foi suficiente para o Egito, a Arábia Saudita, a Coreia do Sul, o Japão, a África do Sul e a China suspenderem a compra da carne brasileira ou imporem restrições regionais, não aceitando mais a produção paranaense.
Este foi o caso dos egípcios, que são os terceiros maiores importadores e adquirem 11% da produção nacional. Os maiores produtores alegam que, enquanto a confiança estiver mantida face aos principais importadores, como a Rússia ou Hong Kong, não há com o que se preocupar. Já o Ministério da Agricultura destaca que o perigo foi descartado, conforme o secretário-excutivo João Carlos Vaz.
Os embargos impostos à carne brasileira são uma atitude compreensível, mas não refletem um risco real no manejo ou no consumo do produto, conforme Bernard Vallat, diretor da OIE, a Organização Mundial para a Saúde Animal. A entidade reafirmou que a carne bovina brasileira apresenta "risco insignificante" de contaminação pelo mal da vaca louca. O Brasil é o segundo maior exportador mundial, atrás da Austrália.
O professor Evaldo Alves, professor de comércio e negociações internacionais da Fundação Getúlio Vargas, analisa para a RFI os riscos de a lista de países cancelando as importações do Brasil aumentar.