quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Frigorífico Borrússia consolida empreendimento e mais que dobra seu abate de suínos/dia


O frigorífico Borrússia, instalado no alto do morro da Borússia, em Osório (RS), consolidou seu empreendimento e mais que dobrou o abate de suínos/dia, passando de 200 para 600 animais/dia. Foi resultado de uma operação conjunta da Secretaria da Agricultura e Pecuária, Farsul e Fepam, segundo Cláudio Fiorezze, secretário adjunto e diretor-geral da Secretaria da Agricultura e Pecuária.

A suinocultura do Rio Grande do Sul também vive um bom momento, segundo Valdecir Folador, presidente do sindicato dos criadores, observando que, apesar da estiagem, não deverá faltar milho ao setor, pois “o governo tem bons estoques e a plantação da safrinha promete ser muito boa”. O Rio Grande do Sul está abatendo em torno de 25 mil a 30 mil suínos/dia, sendo 22 mil com SIF (inspeção federal), 1.300 com Sispoa (inspeção estadual) e 900 com inspeção municipal. “A renda do produtor não é uma maravilha, mas está boa”, concluiu Folador.
Fonte:  Jornal do Comérci

No PR, exportação de miúdos ajuda no faturamento dos frigoríficos

Carnes pouco consumidas no Brasil, têm muita procura em outros países.
Exportação de produtos agropecuários, como miúdos de suínos, aumentou.

De carne de porco muito brasileiro gosta, mas muitas partes como o focinho, a bexiga e o tímpano, até três anos eram descartadas por um frigorífico em Ibiporã, norte do Paraná. Até que a empresa descobriu consumidores que apreciam, e muito, esses miúdos lá fora.
"Nós temos o consumo da carne suína, mas os miúdos não são aproveitados no Brasil. Então a exportação aparece como um mercado com remuneração muito melhor", explica Catherine Anzolin, gerente de exportação do frigorífico.
Os preços superam os de alguns cortes bastante consumidos no Brasil. Enquanto o quilo do pernil é vendido aqui por R$ 5,20, em média, o estômago suíno é exportado por R$ 6,80 o quilo.
Das 40 mil toneladas de carne suína produzidas por mês no frigorífico, 30 toneladas são de miúdos.Também são aproveitadas partes como orelhas, pés, língua, rins, reto e útero. A venda dos miúdos corresponde a 5% do faturamento da empresa.
Na lista dos itens mais procurados estão ainda sangue, pâncreas, rabo de boi e miúdezas em geral de bovinos, suínos e aves.
O valor das exportações aumentou 10% em relação a 2010. O maior comprador é Hong Kong, que absorve metade da produção nacional. Outros países consumidores são Japão, Vietnã, Cuba e Venezuela.
Um levantamento divulgado pelo Ministério da Agricultura mostra que, no ano passado, o Brasil arrecadou US$ 438 milhões com a exportação de produtos agropecuários pouco consumidos internamente.

mercado carne com osso

Foi vendido agora a tarde no Rio par supermercado boi inteiro com osso a :

R$ 7,80  Traseiro
R$ 4,00 Dianateiro
R$ 4,00 PA

boi casado : R$ 5,77 kg

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Exportação de carne subiu 11,65% em 2011

A receita cambial com exportação de carne bovina apresentou aumento de 11,65% em 2011, passando de US$ 4,814 bilhões em 2010 para US$ 5,375 bilhões, impulsionada pelo crescimento de 25,17% nos preços médios do produto no período. As informações são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), divulgadas hoje. O preço da tonelada subiu de US$ 3.913 para US$ 4.898 de 2010 para 2011.
 Em volume, entretanto, houve queda de 10,80%. Os embarques totalizaram 1,097 milhão de toneladas (t.) em 2011, em comparação com 1,230 milhão de t. em 2010. A Abiec informa que os resultados ficaram em linha com o esperado inicialmente (receita cambial de US$ 5,3 bilhões e queda de 10% em volume).
 Por tipos de carne, o segmento in natura liderou os embarques com receita de US$ 4,167 bilhões, representando alta de 7,98%. No entanto, em volume houve queda de 13,76%, com embarque de 819 mil t. Esse volume representou 75% do total exportado em 2011. O segmento de carne industrializada, em volume, ficou com participação de 10%, enquanto miúdos representou 9% e tripas, 6%.
 Em termos de receita cambial, carne in natura representou 78%, industrializada 12%, tripas e miúdos 5% cada. Por região, em volume, Oriente Médio e norte da África lideraram com 32%; Rússia, Casaquistão e Bielo-Rússia, juntos, ficaram com 22%; Ásia, 19%; América Latina e Caribe, 11%; União Europeia, 10%; e África, 3%.
 Em faturamento, Oriente Médio e norte da África participaram com 31%, seguidos de Rússia, Casaquistão e Bielo-Rússia, que juntos representaram 20%; União Europeia, 16%; Ásia, 15%; e América Latina e Caribe, 12%.
 Os principais destinos, em volume, foram: Rússia (22%), Hong Kong (17%), Irã (12%), União Europeia e Egito (10% cada). Já em termos de faturamento, os principais destinos foram: Rússia (20%), União Europeia (16%), Hong Kong e Irã (13% cada) e Egito (8%).

Vistorias em frigoríficos do Estado continuam

O Ministério Público Estadual (MPE) e a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) prosseguem com a vistoria para averiguar se os seis frigoríficos do Tocantins com inspeção estadual cumpriram o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado no ano passado. Nesta tarde de segunda, as equipes visitam nas instalações do frigorífico Assocarne, localizado na TO 222, em Araguaína.

Dos frigoríficos inspecionados até o momento, apenas o Paulon & Maia de Gurupi conseguiu cumprir integralmente as exigências impostas. Agora totalmente adequado à legislação sanitária, o frigorífico foi considerado exemplar e servirá de referência para os demais, segundo o coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça (Caop) do Consumidor, Procurador de Justiça José Omar de Almeida Júnior.

Em Porto Nacional, nenhum dos dois frigoríficos conseguiu cumprir o TAC dentro do prazo estipulado, 31 de dezembro de 2011. Ao contrário do frigorífico Jatobá, que pediu extensão do prazo por não concluir a instalação da câmara fria, o frigorífico Ideal, anteriormente interditado por más condições sanitárias, corre o risco de sofrer alguma penalidade novamente. Isso porque apesar de já ter a câmara fria instalada desde 2003, não conseguiu colocar em atividade os equipamentos de refrigeração que ficaram desativados por muitos anos.

A justificativa do responsável técnico, João Carlos Botelho, é que os testes só ocorreram 10 dias antes de encerrar o prazo do TAC. Mesmo diante das constatações, o frigorífico não solicitou ao MPE a dilação de prazo. Nesta semana, o MPE e a Adapec devem se reunir para definir que penalidade deverá ser aplicada à empresa.

Em Palmas, onde está o Frigopalmas, com exceção também da câmara fria, o TAC está praticamente cumprido. O estabelecimento obteve também prorrogação do prazo até o fim do mês de fevereiro para que possa se adequar.

As equipes ainda devem definir uma data para a vistoria do frigorífico Savana, em Silvanópolis.

O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi proposto pelo MPE e Adapec em maio de 2011, após constatar várias irregularidades no processo de abate de animais nos frigorífico com Selo de Inspeção Estadual, que totalizam seis no Tocantins. A mais importante exigência era a instalação de câmaras frias, que garante o resfriamento das carcaças a temperatura de 7º C. (Do MPE)

Reunião dos associados da BGA-RJ

Os preços aqui definidos não quer dizer que são obrigaóorios, apenas como base para vendas

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Feira de ovinos movimenta Bagé, RS

Do Globo Rural

O verão é um dos principais momentos para comercialização de ovinos, de acordo com os produtores, já que a época antecede o período de acasalamento dos animais.
O criador Parrásio Colares levou 16 animais para a feira e contou que para manter o alto padrão dos exemplares da raça coriedale são mais de 45 anos dedicados ao trabalho. “Nós buscamos boa pureza racial e bastante quantidade de carne e lã”, disse.
Os julgamentos são uma das principais atrações da feira. Eles servem para valorizar as raças e incentivar os produtores a criarem os animais de forma a atender aos padrões de carne e lã exigidos pelo mercado.
Para o produtor, hoje o preço da carne de cordeiro está em média R$ 3,20, o quilo. O presidente da feira comemora o aumento no preço da carne. “A valorização é histórica e a tendência é valorizar ainda mais por causa da procura”, explica Geraldo Mello.
O quilo da lã está sendo negociado por R$ 6 em média.

Frigoríficos devem olhar para si em 2012


São Paulo
Olhar para dentro de casa. Essa é a expressão que pode definir o que será o ano de 2012 para as principais empresas de proteínas brasileiras - JBS, Marfrig e Minerva. Pelo menos é o que o mercado espera destas companhias depois de uma série de aquisições, que as levaram a um novo patamar. Ao se depararem com um alto grau de endividamento, a promessa para este ano é que as empresas concentrem esforços na busca de sinergias, melhora operacional e geração de caixa, até para tirar a pressão sobre as suas ações.
"Após as últimas aquisições e desinvestimentos anunciados, a expectativa do mercado deverá manter-se direcionada ao sucesso na integração dos novos ativos, ao nível e velocidade da geração de caixa e consequente desalavancagem das companhias", declararam os analistas Henrique Koch e Thiago Gramari, do BB Investimentos, em relatório ao mercado.
Os primeiros passos já foram dados no final do ano passado, mas o mercado ainda se mantém cético para com as companhias. "A expressão 'dinheiro é rei' é provavelmente o que melhor define nossa tese para JBS e Marfrig. Acreditamos que os investidores só se tornarão mais otimista com as empresas diante de claros sinais de geração positiva de fluxo de caixa sustentável e de desalacancagem", disse o analista do Citigroup, Carlos Albano, em relatório ao mercado. Ele admite que as empresas estejam concentrando suas operações para gerar fluxo de caixa positivo, mas que em 2012 será ainda difícil visualizar essas melhoras. Ele, no entanto, entende que as companhias já deverão apresentar significativos avanços de margem a partir deste ano.
No caso de JBS, segundo Albano, a melhoria deverá vir da Pilgrim's Pride. "A queda nos preços do milho e recuperação de preços das aves deve reverter as margens negativas", declarou o analista. No ano passado, a empresa anunciou reorganizações no Brasil e nos EUA. Por aqui, a movimentação promete economias ao redor de R$ 200 milhões anualizados. Já nos EUA, a expectativa é de ganhos de US$ 500 milhões, principalmente de sua unidade de frango, a Pilgrim's Pride, que vem em uma sequencia de prejuízos trimestrais.
Para Marfrig, conforme o analista do Citi, o fechamento de algumas unidades, melhores preços de seus produtos e reajuste de mix de vendas já contribuíram para aumentar as margens. "Tal progresso será recorrente para os próximos trimestres", disse. Desde setembro, a Marfrig começou a se desfazer de ativos que não são foco de seu negócio principal, como a venda da divisão de logística da norte-americana Keystone Foods para a Martin Brower.
O Minerva, por sua vez, se concentrou em ações internas. O frigorífico encerrou o terceiro trimestre com uma relação dívida líquida e Ebitda de 3,88x, com um total de endividamento líquido de R$ 1,251 bilhão. Agora especialistas aguardam melhorias de margens por meio da maturação dos investimentos em crescimento orgânico. O cenário favorável para a pecuária brasileira - com menores preços do gado - trará benefício a companhia.

ABRAFRIGO alerta para a proibição de antiparasitários com avermectinas

A Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), alerta os pecuaristas brasileiros para a entrada em vigor da nova Instrução Normativa nº 48, baixada em 28 de dezembro do ano passado pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, que está proibindo em todo o território nacional em bovinos de corte em fase de terminação o uso de produtos antiparasitários que contenham em sua formulação princípios ativos da classe das avermectinas, cujo período de carência ou de retirada descrito na rotulagem seja maior do que vinte e oito dias.

Segundo o Presidente-Executivo da ABRAFRIGO, Péricles Salazar, o descumprimento desta norma pode criar muitos problemas para as empresas que exportam a carne bovina brasileira, uma vez que estes produtos não são aceitos no mercado externo. "É preciso cumprir fielmente o que diz esta norma da Defesa Agropecuária para que não sejam criadas novas barreiras para a comercialização da carne bovina brasileira, trazendo prejuízos para os produtores, para as empresas e para o país", disse Péricles Salazar.

JBS coloca à venda 45 ativos imobiliários

Segunda-feira, 16 de Janeiro de 2012, 07:08:02Agroindústrias, Economia
A JBS pôs à venda cerca de 45 imóveis - terrenos e antigas unidades de laticínios que pertenceram ao Bertin -, conforme o Valor apurou. As negociações de cerca de 15 imóveis estariam em fase avançada, e o total de ativos estaria avaliado entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões. Procurado pela reportagem, o JBS não confirmou essas informações e disse, por meio de sua assessoria de imprensa, não ter nenhum plano definido de venda de ativos.
De acordo com fonte do mercado, parte dos imóveis em oferta foi originada da Vigor, empresa que já tinha sido adquirida pelo Bertin quando o frigorífico foi comprado pela JBS em 2009. Ao comprar o Bertin, a JBS teria incorporado também ativos que não eram de seu interesse ou que já estavam desativados, de acordo com a fonte.
Os ativos imobiliários começaram a ser oferecidos ao mercado no segundo semestre de 2011, mas a oferta passou a ser intensificada neste mês. Por enquanto, os imóveis chamaram a atenção, principalmente, de empresários locais que já atuam em alguns dos municípios do interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, Estados em que os imóveis comercializados estão localizados. Existe expectativa também que incorporadoras possam engrossar a lista de compradores. Segundo a fonte, na maioria dos caos, os terrenos têm infraestrutura e são de fácil acesso.
Ainda que o total de até R$ 150 milhões que pode ser obtido com a comercialização desses imóveis seja muito inferior à geração de caixa operacional de R$ 897 milhões registrada pela JBS no terceiro trimestre de 2011, não se trata de valor desprezível. No ano passado, para elevar a geração de caixa e reduzir sua alavancagem, a empresa tomou medidas de redução de custos, como remanejamento de operações. A empresa melhorou as operações também por meio de sinergias entre as unidades que possui em todo o mundo, principalmente no Brasil e nos Estados Unidos.

RS: países africanos são alternativas de mercado para frigoríficos

O embargo russo às carnes brasileiras fez os frigoríficos do Brasil perderem o principal importador. No entanto, o problema surgido com a restrição encontrou na diversificação de mercados uma solução. Países como Egito, Angola, Líbia, Ucrânia e Hong Kong se tornaram se tornaram alternativa para o escoamento da produção.

O embargo chegou a assustar o diretor de exportação do Frigorífico Silva, com matriz em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, Matheus Corrêa da Silva. Principal importador de cortes dianteiros, a Rússia deixou de ser cliente com a decisão do governo. Países africanos que nem eram atendidos pelo frigorífico viraram os grandes compradores, com destaque para Egito e Angola. Os egípcios, que não tinham negócios com a empresa, se transformaram em principal cliente em menos de um ano.

A Líbia, que também não fazia parte do grupo de importadores, entrou no mercado. Por meio de parcerias, garantiu bons negócios. No Leste Europeu, outro nicho, a Ucrânia passou a importar cortes gaúchos e Hong Kong virou compradora de miudezas, que normalmente não geram boas vendas no Brasil.

O mercado interno também recebeu atenção. Houve fortalecimento, especialmente nos cortes traseiros, como picanha e filé, mais requisitados pelos brasileiros, que têm alto valor de comércio, superior, inclusive, ao dos estrangeiros. Mesmo assim, o fim do embargo é aguardado com ansiedade.
"Estivemos em uma feira na Alemanha e tivemos uma procura muito grande do mercado russo. Eles pagam bons preços. Será um acréscimo grande" diz Silva.

Frialto reabre frigorífico no Norte de Mato Grosso

Autor: Só Notícias com assessoria

O Grupo Frialto reabre, nesta segunda-feira (16), a planta localizada em Nova Canaã do Norte. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da empresa. Inicialmente, o empreendimento irá abater 400 bois por dia e serão gerados, a princípio, 220 empregos diretos e 440 indiretos. Segundo o diretor da empresa, Paulo Bellincanta, será uma retomada gradativa das atividades da planta. “Precisamos ser muito cautelosos em cada passo que tomamos”, disse, por meio da assessoria.

Bellincanta afirmou ainda que esse é um momento muito importante para a empresa e se deve ao comprometimento da equipe como um todo e à credibilidade do grupo, principalmente perante o produtor rural. “Estamos iniciando as atividades em Canaã com recursos próprios e sabemos que a viabilidade dessa ação deve-se, em grande parte, à parceria que temos com os produtores rurais da região”.

As unidades de Ji-Paraná (RO) e Iguatemi (MS) devem ser restabelecidas no decorrer de 2012.

Operários dos frigoríficos preparam paralisação nacional para o primeiro semestre

10/01/2012
Presidente da Contac, Siderlei de Oliveira afirma que dinheiro público não pode continuar financiando epidemia de lesões e mutilações
Escrito por: Leonardo Severo

O ritmo intenso e acelerado de trabalho nos frigoríficos, somado à ausência de pausas, às péssimas condições ergonômicas e às baixíssimas temperaturas das salas de corte têm provocado uma verdadeira epidemia de doenças profissionais no setor, o que fez com que as entidades sindicais entrassem em alerta diante da magnitude do problema e forçassem as autoridades a constituírem um Comitê Técnico Tripartite para construir uma Norma Regulamentadora (NR). Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação (Contac/CUT), Siderlei de Oliveira, fala sobre a importância da NR para combater a tragédia que desaba sobre os trabalhadores do setor. “Para eliminarmos a epidemia e reduzirmos as doenças profissionais precisamos de três ações fundamentais: reduzir o tempo de exposição ao trabalho penoso ao ritmo acelerado, repetitivo e insuportável; pausas de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados para que as bainhas dos músculos e as articulações sejam lubrificadas a partir da recuperação do líquido sinovial, sem o que ocorrem sérias lesões osteomusculares e finalmente, mas tão importante quanto as demais, a participação das entidades sindicais no controle e fiscalização da norma”, destacou Siderlei.

Como está o debate sobre a Norma Regulamentadora do setor frigorífico?

Diante da situação de calamidade que se abateu sobre os trabalhadores do setor, conseguimos sensibilizar o governo para a necessidade da constituição de um Comitê Técnico Tripartite que construísse um documento para pôr fim aos abusos e garantir condições minimamente dignas. Assim, procuradores do trabalho, técnicos da Fundacentro e do Ministério do Trabalho, ao lado de dirigentes sindicais dos trabalhadores e empresários, debatemos propostas que foram apresentadas a uma consulta pública e que deveriam ser transformadas em lei. Diante da constatação da necessidade de medidas de impacto para preservar a saúde dos trabalhadores, o presidente da União Brasileira de Avicultura (Abubef), o senhor Francisco Turra, que foi ministro da ditadura militar, passou a atacar o grupo técnico. Difamando o corpo técnico, ao qual chamou de incompetente, ele inviabilizou a última reunião, que se encerrou sem discutir o documento final que vai normatizar o ambiente de trabalho nos frigoríficos. Depois disso, uma das exigências do grupo foi que o senhor Turra se retratasse, o que foi feito recentemente.
Quais são as principais propostas do corpo técnico, com o aval dos sindicalistas?

Nossa avaliação é que para eliminarmos a epidemia e reduzirmos as doenças profissionais precisamos de três ações fundamentais: reduzir o tempo de exposição ao trabalho penoso ao ritmo acelerado, repetitivo e insuportável; pausas de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados para que as bainhas dos músculos e as articulações sejam lubrificadas a partir da recuperação do líquido sinovial, sem o que ocorrem sérias lesões osteomusculares e finalmente, mas tão importante quanto as demais, a participação das entidades sindicais no controle e fiscalização da norma.

Daí a indignação do empresariado...

Os ataques partem de todos os lados. Há um deputado do PTB que inclusive propôs um projeto de lei, que se encontra em fase de votação na Câmara, que coíbe a ação do Ministério Público nos ambientes de trabalho. O mais engraçado é que os mesmos empresários que são altamente beneficiados pelo Estado com recursos do BNDES via FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) falam que os trabalhadores querem se ingerir em assuntos privados da empresa. Mas quando é para pegar bilhões de dinheiro público, recursos dos trabalhadores, para comprar novos maquinários ou até mesmo abrir empresas fora do país, aí precisam do nosso capital. É uma mentalidade mais do que atrasada, é extremamente oportunista, arcaica. Diante deste comportamento, nos preocupa muito a falta de atuação governamental, o desleixo com que o Estado tem tratado esta questão.

Em que ponto os órgãos governamentais deveriam agir com mais eficiência?

Na questão previdenciária, por exemplo, é necessária uma maior atenção dos órgãos públicos de arrecadação. O dinheiro arrecadado pela Previdência Social com os frigoríficos não é nem metade do que é gasto com os doentes e inválidos provocados por esta mesma indústria.
A paralisação nacional vem para servir como alerta para este descalabro e cobrar uma ação mais enérgica...

Exatamente. Pois é inadmissível a situação continuar do jeito que está, são milhares de doentes, um enorme contingente de trabalhadores que vem sendo jogado à margem, enquanto os lucros destes conglomerados não para de crescer. E o pior é que diante da menor oscilação do mercado, quem paga é o trabalhador, com desemprego em massa, como ocorreu recentemente com a mesma JBS Friboi que vem sendo tremendamente beneficiada pelo BNDES. Os salários também são muito baixos perto do tamanho da ajuda que é recebida do FAT. A paralisação nacional vai expor o problema e cobrar soluções. A Norma Regulamentadora não resolverá tudo, mas é uma ferramenta que o movimento operário terá nas mãos para melhorar substancialmente as condições do ambiente de trabalho. O argumento do senhor Francisco Turra é que investir em ganhos para a saúde do trabalhador vai trazer prejuízos à Nação e aos frigoríficos e que tudo pode ser reduzido, menos os ganhos das empresas. Nós vamos ampliar a luta e a mobilização, pois a sede de lucro fácil do capital não pode falar mais alto do que a vida humana.