quinta-feira, 2 de maio de 2013

RJ Aftosa: Vacinação começa hoje


Aftosa: Vacinação começa hoje

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Teve início oficialmente ontem a primeira etapa da campanha nacional de combate à febre aftosa deste ano. Na Região Norte do Estado do Rio de Janeiro existe mais de 600 mil animais e a expectativa é que mais de 90% do rebanho seja imunizado. A exemplo de outros anos as prefeituras do Norte Fluminense — Campos, Macaé, Quissamã, São João da Barra e São Francisco disponibilizam vacinas que serão aplicadas gratuitamente aos pequenos produtores a partir de hoje. De acordo com a coordenadoria regional de Defesa Agropecuária, o Estado do Rio de Janeiro não apresenta nenhum caso da doença desde 1997.
Atualmente o município de Campos possui cerca de 225 mil animais que pertencem a 1.500 produtores. Desse total, 25% do rebanho são vacinados através da Prefeitura, ou seja, os produtores com até 70 animais receberam a vacina gratuitamente. Ao todo serão distribuídas 87 mil doses.
O trabalho visa imunizar o rebanho de forma gratuita, mantendo o gado sadio, contribuindo para a saúde da população que consome os produtos e garantindo a segurança da economia pecuarista. O subsecretário Eduardo Alves informou que, a partir de junho, outras vacinas também serão cedidas aos pecuaristas. Segundo ele, 12 vacinadores devem aplicar 45 mil doses para combater a raiva dos herbívoros; 6 mil doses para brucelose e 45 mil doses para clostridioses, tétano e botulismo.
— A falta de vacinação do rebanho é bastante prejudicial, tanto aos produtores, por conta dos prejuízos, quanto aos consumidores dos produtos derivados desses animais, que podem ser contaminados. Por isso, é importante que os produtores estejam sempre atentos às campanhas de vacinação — alerta o subsecretário.
Macaé é outro município que fará a distribuição gratuita da vacina  aos pequenos produtores da cidade que tenham até 50 cabeças.  A ação realizada pela Prefeitura contará com 10 agentes de saúde e dois veterinários. A estimativa é que 500 produtores sejam contemplados com a vacinação de aproximadamente 15 mil cabeças.
Para o coordenador regional de Defesa Agropecuária, Cláudio Vilela, alguns estados são livres, mas outros da região nordeste não e a febre aftosa é uma doença muito grave, que deve ser prevenida.
— Nos últimos anos mais de 95% dos animais foram vacinados em todo o estado do Rio de Janeiro. Os grandes proprietários têm mais consciência porque se não vacinar não vai poder comercializar os animais e isso é prejuízo para eles. Já os pequenos agricultores se esquecem ou deixam mais por conta das prefeituras, mas as secretarias municipais de agricultura só vacinam o gado dos produtores cadastrados — informou.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Com Índia no retrovisor, Brasil retoma posto de maior exportador de carne


Carne
Para associação de exportadores, Brasil é o país com melhor potencial para crescimento de receita


O Brasil retomou no último ano o posto de maior exportador mundial de carne, mas vem ganhando a concorrência cada vez mais forte de um país com pouca tradição no setor: a Índia.
Dados compilados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos mostram que o Brasil exportou no ano passado 1,52 milhão de toneladas de carne, retomando o posto de maior exportador que havia perdido em 2011 para a Austrália, cujas exportações no ano passado ficaram em 1,41 milhão de toneladas.
A novidade na compilação do órgão americano é o crescimento acelerado da Índia, que exportou no ano passado 4 mil toneladas a mais de carne que a Austrália e se colocou na segunda posição do ranking de exportadores.
Para este ano, a previsão é de que a Índia assuma a liderança, com exportações estimadas em 1,7 milhão de toneladas, contra 1,6 milhão do Brasil e 1,47 milhão da Austrália.
Apesar disso, levantamentos feitos pela BBC Brasil indicam que a ascensão da Índia no mercado de exportação de carnes não vem afetando a lucratividade do setor no Brasil.
Segundo a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), os exportadores brasileiros bateram o recorde de receita no ano passado, com US$ 5,77 bilhões, superando em 6,8% o recorde anterior, estabelecido em 2008 – apesar de uma redução no volume em relação ao pico registrado em 2007, com 1,62 milhão de tonelada.
Dados do Ministério do Comércio da Índia mostram que as exportações de carne do país no ano fiscal de 2011-2012 (de abril a abril) geraram uma receita de US$ 2,9 bilhões. Nos seis primeiros meses do último ano fiscal, a receita foi de US$ 1,4 milhão. O governo indiano não tem os dados de receita compilados pelo ano do calendário, de janeiro a dezembro.
A produção total indiana é de menos da metade da produção brasileira, mas como o mercado interno no país é bastante reduzido, a maior parte dessa produção é destinada à exportação.

'Não vale a pena competir'


"A ascensão da Índia não preocupa os produtores brasileiros, porque os dois países não competem pelos mesmos mercados", disse à BBC Brasil o diretor-executivo da Abiec, Fernando Sampaio.
Búfalo nada em rio no sul da Índia
Índia ganhou mercado com carne de búfalo, considerada de menor qualidade e com menor preço
A quase totalidade das exportações indianas é de carne de búfalo, considerada de menor qualidade. As vacas são consideradas sagradas no país e têm o abate proibido, mas os búfalos não têm a mesma proteção legal.
Sampaio observa que a Índia exporta principalmente carne processada para embutidos, vendida primordialmente para países muçulmanos no Oriente Médio e na Ásia.
"O Brasil não atende o mesmo mercado que a Índia por causa do preço. Mesmo se quiséssemos competir nesses mercados, não valeria a pena", observa o executivo da Abiec. "Não queremos vender a carne pela metade do preço só para poder competir com a Índia."
Segundo ele, mesmo com o crescimento das vendas indianas, os maiores competidores da carne brasileira no exterior continuam sendo a Austrália e os Estados Unidos (quarto maior exportador, com 1,1 milhão de toneladas em 2012).
Ele aponta mercados consumidores de produtos de alto valor, como Japão, Coreia do Sul e União Europeia, como principal objetivo para os exportadores brasileiros.
Ao contrário das exportações brasileiras, que no último ano cresceram também 13,8% em volume em relação ao ano anterior, as exportações australianas e americanas mostram uma tendência de estabilização nos últimos anos, por conta de limitações para a produção interna.
Tanto a Austrália quanto os Estados Unidos sofreram nos últimos anos com secas prolongadas em áreas de criação de gado e outros problemas que limitaram o crescimento da produção, como a alta dos preços da ração animal e a restrição do espaço para pasto.
"Ao contrário dos nossos principais concorrentes, que não têm mais para onde crescer, o Brasil tem espaço, tem água, tem capacidade de ampliação da indústria sobrando", afirma Sampaio.
"Com o aumento previsto da demanda mundial, o Brasil tem mais capacidade para sair ganhando", diz.

http://www.bbc.co.uk/portuguese