Muitas pessoas participaram da audiência pública da Prefeitura de Uberaba no bairro Costa Telles, em torno da proposta de mudança do frigorífico Boi Bravo. Com grupos mobilizados, o encontro só teve início na noite de sexta-feira, dia 27, após a chegada da Polícia Militar, a fim de resguardar a possível ocorrência de exaltação de ânimos.
Contra o vereador Paulo César Soares, o “China”, muitas palavras de ordem de reprovação e de menção a episódios aos quais ele já protagonizou, inclusive envolvendo o próprio frigorífico. Na década de 90, China esteve às beiras da prisão e da cassação do mandato ao ser denunciado por corrupção – extorsão ao antigo Matadouro Industrial de Uberaba S.A/ Miusa, hoje Boi Bravo.
Os trabalhos foram conduzidos pelo prefeito Paulo Piau, com mediação do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, José Renato Gomes, que garantiram que a Prefeitura quer discutir o assunto com serenidade e chegar à melhor alternativa para a cidade.
O vereador China, que falou antes do empresário Romeu da Costa Telles, se retirou do local tão logo terminou seu pronunciamento. Sequer ouviu a posição da empresa ou as perguntas/pontuações da comunidade. Ao prefeito entregou abaixo-assinado contra a permanência da unidade no bairro, apesar da reação dos presentes de que tais assinaturas não foram levantadas na comunidade, mas no centro da cidade.
Durante a fala de China foi registrado um início de tumulto. É que aparteado por um participante, o vereador ordenou que ele se sentasse, disparando contra ele provocação pelo seu estereótipo. O cidadão se sentiu ofendido/discriminado e outros presentes também reagiram.
O empresário representante do Boi Bravo, Romeu da Costa Telles, pontuou sobre a história da empresa no bairro, as parcerias com a comunidade, a vontade e propósito de continuar gerando empregos e garantindo a qualidade da carne consumida em Uberaba, bem como de ajustar situações, e destacou a insegurança, inclusive comercial, gerada pela forma como o vereador China trata tudo o que se refere ao frigorífico, levando a acreditar em vingança do parlamentar, por ter sido denunciado em outras épocas.
Romeu citou valores devidos pelo Município à empresa que estariam em cerca de R$ 14 milhões e manifestou ao prefeito o desejo de abrir mão deles caso haja interesse da Prefeitura, desde que o montante seja investido na construção de equipamento de saúde para o bairro.
Sobre a proposta de mudança do frigorífico, Romeu demonstrou não entender o motivo de tanta polêmica por parte do vereador China, haja vista que sempre que foi chamado a tratar do assunto o fez com serenidade e espírito democrático, inclusive participando de reunião na Câmara Municipal e dialogando com o Governo Municipal. Romeu ressalta que nunca fechou questão acerca do tema, que está aberto à permanência do diálogo, mas com a preocupação de que a empresa, a comunidade e os trabalhadores não sejam prejudicados.