segunda-feira, 30 de junho de 2014

Audiência sobre mudança do Boi Bravo teve troca de acusações

 Muitas pessoas participaram da audiência pública da Prefeitura de Uberaba no bairro Costa Telles, em torno da proposta de mudança do frigorífico Boi Bravo. Com grupos mobilizados, o encontro só teve início na noite de sexta-feira, dia 27, após a chegada da Polícia Militar, a fim de resguardar a possível ocorrência de exaltação de ânimos.
Contra o vereador Paulo César Soares, o “China”, muitas palavras de ordem de reprovação e de menção a episódios aos quais ele já protagonizou, inclusive envolvendo o próprio frigorífico. Na década de 90, China esteve às beiras da prisão e da cassação do mandato ao ser denunciado por corrupção – extorsão ao antigo Matadouro Industrial de Uberaba S.A/ Miusa, hoje Boi Bravo. 
Os trabalhos foram conduzidos pelo prefeito Paulo Piau, com mediação do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, José Renato Gomes, que garantiram que a Prefeitura quer discutir o assunto com serenidade e chegar à melhor alternativa para a cidade.
 
O vereador China, que falou antes do empresário Romeu da Costa Telles, se retirou do local tão logo terminou seu pronunciamento. Sequer ouviu a posição da empresa ou as perguntas/pontuações da comunidade. Ao prefeito entregou abaixo-assinado contra a permanência da unidade no bairro, apesar da reação dos presentes de que tais assinaturas não foram levantadas na comunidade, mas no centro da cidade.
 
Durante a fala de China foi registrado um início de tumulto. É que aparteado por um participante, o vereador ordenou que ele se sentasse, disparando contra ele provocação pelo seu estereótipo. O cidadão se sentiu ofendido/discriminado e outros presentes também reagiram. 
 
O empresário representante do Boi Bravo, Romeu da Costa Telles, pontuou sobre a história da empresa no bairro, as parcerias com a comunidade, a vontade e propósito de continuar gerando empregos e garantindo a qualidade da carne consumida em Uberaba, bem como de ajustar situações, e destacou a insegurança, inclusive comercial, gerada pela forma como o vereador China trata tudo o que se refere ao frigorífico, levando a acreditar em vingança do parlamentar, por ter sido denunciado em outras épocas.
Romeu citou valores devidos pelo Município à empresa que estariam em cerca de R$ 14 milhões e manifestou ao prefeito o desejo de abrir mão deles caso haja interesse da Prefeitura, desde que o montante seja investido na construção de equipamento de saúde para o bairro. 
 
Sobre a proposta de mudança do frigorífico, Romeu demonstrou não entender o motivo de tanta polêmica por parte do vereador China, haja vista que sempre que foi chamado a tratar do assunto o fez com serenidade e espírito democrático, inclusive participando de reunião na Câmara Municipal e dialogando com o Governo Municipal. Romeu ressalta que nunca fechou questão acerca do tema, que está aberto à permanência do diálogo, mas com a preocupação de que a empresa, a comunidade e os trabalhadores não sejam prejudicados. 

Jornal da Manhã