sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Rússia autoriza mais frigoríficos brasileiros a exportarem

Na semana passada, a Rússia já havia autorizado 89 empresas do Brasil a venderem carnes bovina, suína e de aves, além de miúdos e produtos lácteos

Mariana Branco, da 

Charly Triballeau/AFP
Açougueiro ajeita carnes em vitrine de supermercado em 26 de fevereiro de 2013
Carne: sobe para 93 o número de frigoríficos aptos a exportar para aquele país
Brasília - O serviço sanitário da Rússia liberou hoje (14) quatro frigoríficos brasileiros paraexportarem carne e miúdos de suínos para o país.
Na semana passada, a Rússia já havia autorizado 89 empresas do Brasil a venderem carnes bovina, suína e de aves, além de miúdos e produtos lácteos.
Com as novas liberações, sobe para 93 o número de frigoríficos aptos a exportar para aquele país.
A liberação da última semana foi anunciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no mesmo dia em que o governo russo embargou as importação de carnes bovina, suína e de aves, mais peixe, queijo, leite, legumes e frutos dos Estados Unidos, da União Europeia, Austrália, Noruega e do Canadá.
Os EUA e a União Europeia decretaram sanções econômicas à Rússia pelo envolvimento na guerra da Ucrânia e apoio aos rebeldes pró-russos no país.
Na ocasião, ao comentar o embargo russo, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, disse que tratava-se de “uma grande janela para o Brasil”.
No entanto, em nota oficial o ministério atribuiu as novas autorizações a negociações de longo prazo e a uma missão técnica enviada ao país europeu naquela semana.
http://exame.abril.com.br/

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Rosselkhoznadzor aumenta lista de fornecedores brasileiros de carne suína à Rússia

Russia, Brasil, alimentação, importação

O Serviço Federal Russo de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária Rosselkhoznadzor aumentou a lista de fornecedores brasileiros de carne suína à Rússia, incluindo quatro empresas que têm uma grande capacidade de produção, afirma um comunicado do departamento.

Assim, a partir de 18 de agosto, o Rosselkhoznadzor cancela restrições temporárias às importações de carne de porco e de produtos de carne de porco das seguintes empresas brasileiras: N 1001 BRF S.A., N 3681 BRF S.A. e N 3975 BRF S.A. Além disso, o departamento incluiu na lista de fornecedores outra empresa do Brasil - N SIF 160 BRF S.A.
No entanto, o Rosselkhoznadzor prestou atenção de colegas brasileiros à necessidade de um controle mais rígido na produção de produtos de carne de porco nessas fábricas para evitar a entrega de produtos com um teor residual de ractopamina, cuja utilização é proibida no território da União Aduaneira.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Frigorífico JBS recebe Circuito Boi Verde a partir de quarta-feira

Acontece entre os dias 13 a 16 de agosto a terceira edição do Circuito Boi Verde de Julgamentos de Carcaças (CBV), evento realizado no frigorífico JBS, na cidade de Redenção, no Pará.
A programação é composta pelas seguintes atividades:

13 de agosto: recebimento e avaliação in vivo dos animais
14 de agosto: abate e avaliação das carcaças na indústria
16 de agosto: premiação e confraternização dos participantes. 

A premiação será realizada na Chácara Agropecuária Mafra, durante o 4º Leilão de Touros Nelore Mafra.
A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, com apoio do frigorífico JBS e da Associação dos Criadores de Nelore do Norte do Brasil (ACNNB), espera avaliar nesta etapa aproximadamente 400 animais da raça Nelore de 10 pecuaristas do estado do Pará e região.
Com informações Nelore do BrasilNotícias da Pecuária

Exportação de carne bovina do Brasil sobe 8,6% em julho. Rússia é o principal destino

Russos anunciaram que vão comprar ainda mais o produto brasileiro em um desdobramento das sanções impostas ao país

Vendas de carne bovina para a Rússia saltaram 79% em julho sobre um ano antes, para 41 mil toneladas
Vendas de carne bovina para a Rússia saltaram 79% em julho sobre um ano antes, para 41 mil toneladas (Maxim Shipenkov/Reuters/VEJA)
As exportações de carne bovina do Brasil cresceram 8,6% em julho ante igual período do ano anterior, para 144,7 mil toneladas, sendo a Rússia o principal destino da commodity, informou nesta segunda-feira a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). As vendas para a Rússia saltaram 79% em julho sobre um ano antes, para 41 mil toneladas. A receita também totalizou 181 milhões de dólares, alta de 113% na mesma base de comparação. Hong Kong, o segundo maior importador no período, comprou 35 mil toneladas e registrou receita de 152 milhões de dólares. "O destaque do período foi a Rússia, maior comprador em julho e segundo maior importador do produto brasileiro no acumulado do ano", afirmou a Abiec em nota. 
A Rússia anunciou na semana passada o embargo às importações de alimentos de vários países, incluindo Estados Unidos e Austrália, em retaliação às sanções que vem sofrendo devido a crise da Ucrânia. Com isso, o governo russo praticamente triplicou o número de unidades brasileiras habilitadas para a venda. "A Rússia consolidou sua posição como um dos maiores importadores do nosso produto, com um incremento muito representativo no último mês", disse o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli. "As novas habilitações dadas pelo Serviço Veterinário da Rússia para plantas industriais brasileiras, assim como a autorização para exportar tripas e miúdos, seguramente resultarão em resultados ainda mais significativos nos próximos meses", acrescentou.
A Abiec informou ainda nesta segunda-feira, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior, que o faturamento com as exportações de carne bovina do Brasil aumentou 19% em julho ante o mesmo período do ano anterior, para 691,9 milhões de dólares, favorecido pelo aumento no preço médio da tonelada embarcada.
(Com agência Reuters)
http://veja.abril.com.br/

Demanda da Rússia vai impulsionar preços da carne suína e de aves no Brasil

Quarta-feira, 13 de Agosto de 2014, 08:44:25EconomiaMercado Interno
A decisão da Rússia durante a semana passada de aumentar rapidamente as importações de alimentos do Brasil deve levar a um aumento dos preços para a carne suína e de aves no Brasil, mas terá efeito limitado no preço de carne bovina, de acordo com analistas da indústria. O preço da carne de frango brasileira deve aumentar mais rápido do que outros segmentos de proteína, porque possui a maior lacuna a ser preenchida para a Rússia.
Os Estados Unidos foram os maiores exportadores de carne de frango para a Rússia em 2013, com 266 mil toneladas de um total de 527 mil toneladas importadas, enquanto o Brasil embarcou 54 mil toneladas apenas para a Rússia no ano passado. “Há aqui uma imensa oportunidade, mas precisamos aguardar como será o ritmo de compras dos russos; caso venham aumentos de pedidos nos próximos meses, acho que os preços irão subir”, disse Cesar de Castro Alves, analista da consultoria MB Agro, para CarneTec. "A carne de frango está defasada em relação à suína e à bovina em termos de preço e a indústria tem condições de responder com maior alojamento com relativa velocidade”, disse Castro Alves. “Acho que os frigoríficos de carne de frango não precisarão optar onde vender pois têm condições de atender todos, sobretudo porque alguns destinos externos importantes estão relativamente fracos, caso do maior deles: os Emirados Árabes.” Oitenta e sete frigoríficos no Brasil para carne bovina, suína e de frango e suas miudezas foram aprovados para exportação pela Rússia no último dia 6 de agosto, quase triplicando o número de processadores brasileiros previamente aprovados, após uma proibição total das importações de proteína dos Estados Unidos, Austrália e outros países por um ano inteiro.
Entre os dias 8 e 12, mais cinco plantas brasileiras foram aprovadas, de acordo com o Serviço Sanitário da Rússia, o Rosselkhoznadzor, elevando o total para 92 unidades aprovadas na última semana. Os cortes de aves com maior demanda na Rússia, como coxa e sobrecoxa, devem mostrar os maiores aumentos de preços imediatamente. Com os preços de carne de frango no Brasil atualmente cerca de 5% abaixo do mesmo período do ano passado, o mercado tem espaço para aumentar, disse Domingos Martins, presidente do sindicato do setor avícola no estado do Paraná (Sindiavipar), em entrevista à Reuters Brasil. O preço médio por quilo de carne de frango resfriada subiu 3% desde o dia 6 em Toledo (PR), onde o maior produtor e exportador do produto no Brasil está situado, após o anúncio da Rússia na semana passada. O preço médio de carne suína por quilo aumentou 2,2% desde a mesma data, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
O Brasil já é o maior exportador de carne suína e bovina para a Rússia, mas o potencial para aumentos de preços é forte porque a disponibilidade de ambos, bovinos e suínos, será limitada no Brasil durante o resto deste ano, e a nova demanda de exportação solicitará aumentos de preços no mercado interno, disse Castro Alves. Para o setor de carne bovina, o impacto da demanda da Rússia sobre os preços de exportação deve ser mínimo, porque a demanda doméstica tem sido lenta, disse Alex Silva, analista da Scot Consultoria, à Reuters. A economia brasileira estagnada limitou as vendas domésticas de carne bovina, e a demanda russa é tipicamente por cortes de carne bovina dianteiros, que são considerados os mais baratos, disse ele.
http://www.suinoculturaindustrial.com.br/
Fonte:  CarneTec

Em exibições, Brasil tenta substituir fornecedores em Moscou

13/08/2014 Giovanni Lorenzon, especial para Gazeta Russa
Empresas brasileiras apresentarão seus produtos em eventos do ramo alimentício para mostrar que podem ajudar a suprir a Rússia com o embargo a americanos e europeus.

Em exibições, Brasil tenta substituir fornecedores em Moscou

As duas maiores exibições alimentícias russas que movimentarão Moscou na segunda quinzena de setembro não poderiam acontecer em melhor hora para algumas empresas brasileiras.
Com avisos públicos de que o Brasil substituirá boa parte dos fornecedores dos Estados Unidos, União Europeia, Canadá e Austrália em resposta às sanções desses países devido à crise ucraniana, a World Food Moscow, que ocorre de 15 a 18 de setembro, e a United Coffee and Tee Industry Event, de 15 a 16 de setembro, servirão de vitrines para potenciais players no cobiçado mercado do Leste europeu.
Do maior produtor mundial de carnes, JBS, ao microprodutor de café Camocim, cerca de 25 companhias estão arrumando as malas.
Inicialmente, estavam previstas apenas as participações dos setores de carnes - bovina, suína e aves - e café, por meio de suas entidades de classe. Mas agora, diante dos interesses por frutas, legumes e mesmo laticínios, haverá maior diversidade no estande exclusivo do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).
Na semana passada, as carnes, que representam o item mais tradicional do comércio bilateral, foram beneficiadas com a liberação recorde de 87 plantas exportadoras  para a Rússia, entre estabelecimentos embargados e novas permissões, além de dois produtores de laticínios.
“Os russos são exigentes nas questões sanitárias, portanto temos que mostrar que estamos aptos a aumentar nossos volumes”, diz o diretor financeiro do frigorífico Frisa, Marcos Coutinho.
A empresa do Espírito Santo exporta há cinco anos para a Rússia, e junto a outros produtores de carne bovina, em 2013 embarcou 303 mil toneladas ao país, o equivalente a US$ 1,2 bilhão.
Com esse volume, os russos ficaram na segunda posição entre os maiores compradores do Brasil. A Frisa participou com US$ 80 milhões, em um mercado dominado por grandes produtores. Mas agora, como a mediana Frigol, de Lençóis Paulista, a Frisa espera fincar bases na Rússia durante a World Food Moscow.
As duas compartilharão o estande da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), juntamente com os frigoríficos Barra Mansa, Cooperfrigu, Frialto e os já conhecidos por seu grande porte JBS, Marfrig e Minerva.
A Frigol, que teve sua planta do interior paulista liberada recentemente pelo serviço sanitário da Rússia, leva a Moscou um portfólio que inclui cortes convencionais,  especiais e produtos industrializados, segundo o gerente de marketing Rafael Pinheiro.
Frangos e suínos
Produtores de suínos e de frangos têm as melhores expectativas, já que são os negócios em que o Brasil mais perdeu nos últimos anos. Os primeiros exportaram 134 mil toneladas no ano passado, pouco mais metade de anos anteriores, e os segundos caíram de 142 mil toneladas, em 2010, para 65 mil, em 2013.
As listas das empresas desses setores não foram fechadas pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), embora as empresas citadas também trabalhem com esses tipos de carnes.
Mesmo assim, o Frigorífico Pif Paf, de Minas Gerais, confirmou à Gazeta Russa que apresentará durante a feira seus produtos avícolas. O gerente de marketing da empresa, Rogério Valério, acredita que a World Food deste ano abrirá uma tendência de crescimento para as exportações da Pif Paf.
“Íamos mesmo sem saber das novas possibilidades de exportação. Assim, vamos trabalhar na feira contando com nossas qualidades”, disse Valério.
O presidente da ABPA, Francisco Turra, lembra que a participação brasileira na feira é algo estrategicamente definido há anos. Além disso, produtores de suínos e de frangos já estiveram bem representados em edições anteriores, mesmo nos “piores períodos" das relações comerciais bilaterais, segundo Turra.
Mesmo com as necessidades russas de suprimento sendo imediatas, Turra explica que o serviço russo sanitário não liberaria novas plantas e tiraria as restrições temporárias de outras.
Já na exibição United Coffee and Tee, os cafeicultores do brasileiros estão de olho na possibilidade de ampliação do boicote russo, que pode atingir os reexportadores europeus que entram no país com café torrefado. Além de grandes empresas, um grupo de produtores 'gourmets' estará presente.
Entre eles, a Fazenda Camocim, que com apenas 28 hectares produz um arábica orgânico feito de grãos ingeridos e expelidos pelo pássaro jacu. Daí sua marca, a Jacu Bird Coffee. “Vamos com tudo, inclusive com contatos adiantados com distribuidores e redes de cafeterias”, explica o produtor Henrique Sloper.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Rússia volta a ser o principal destino para carne do Brasil

Vendas de carne bovina para o país saltaram 79%, somando 41 mil toneladas no mês de julho


Operário manipula carne em um frigorífico da Marfrig em Promissão, São Paulo
Operário manipula carne em um frigorífico da Marfrig em Promissão, São Paulo

São Paulo - A Rússia voltou a ser o principal destino para a carne bovina do Brasil em julho, posição que não registrava desde setembro de 2013, ajudando a aumentar as vendas externsa do país no mês, informou nesta segunda-feira a associação que reúne a indústria.
"O destaque do período foi a Rússia, maior comprador em julho e o segundo maior importador do produto brasileiro no acumulado do ano", disse a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
As vendas para a Rússia saltaram 79 por cento no mês, na comparação anual, somando 41 mil toneladas, com receita 113 por cento maior, totalizando 181 milhões de dólares, segundo a Abiec.
Na última vez em que apareceu na liderança, em 2013, a Rússia importou 31,1 mil toneladas, com receita de 122,56 milhões de dólares.
O número, porém, ainda está abaixo do recorde de 58.977 toneladas de importações pela Rússia de novembro de 2006.
"A Rússia consolidou sua posição como um dos maiores importadores do nosso produto, com um incremento muito representativo no último mês", disse Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec em nota.
As exportações do Brasil à Rússia cresceram no mês passado antes de o governo russo anunciar um embargo a produtos dos Estados Unidos e da União Europeia, em meio à crise na Ucrânia.
Recentemente, após anunciar o embargo, o governo russo praticamente triplicou o número de unidades brasileiras habilitadas para a venda, o que indica um potencial de maior crescimento.
"As novas habilitações pelo Serviço Veterinário russo de plantas industriais brasileiras, assim como a autorização para exportar tripas e miúdos, irão seguramente refletir em resultados ainda mais significativos nos próximos meses."
Embarques Totais 
O crescimento nos embarques para a Rússia ajudou a elevar as exportações de carne bovina do Brasil, que aumentaram 8,6 por cento em julho ante um ano atrás, somando 144,7 mil toneladas, maior volume desde outubro de 2007.
O faturamento no mês subiu 19 por cento, para 691,9 milhões de dólares, também favorecido por um aumento no preço médio da tonelada embarcada, como mostra acompanhamento da Secretaria de Comércio Exterior.
Hong Kong, o segundo maior importador no mês, comprou 35 mil toneladas, com receita de 152 milhões de dólares.
Em relação ao volume exportado, o acumulado de janeiro a julho atingiu 909,2 mil toneladas, um aumento de 12,4 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
No acumulado dos sete primeiros meses de 2014, a indústria brasileira de carne bovina faturou 14,4 por cento ante igual período do ano passado, somando 4,1 bilhões de dólares.
Neste período, Hong Kong foi o principal destino (com 228,7 mil toneladas), seguido pela Rússia (com 184,4 mil toneladas) e a Venezuela (98,8 mil toneladas).
http://exame.abril.com.br/

Exportações para a Rússia aquecem mercado de carne no Paraná

Primeiro semestre teve aumento de 20% nas exportações para o país.
Com o aumento da demanda, empresas lucram mais e abrem vagas.


Os frigoríficos do Paraná estão com a produção a plenos vapores, depois que a Rússia decidiu deixar de comprar carne de outras partes da Europa e dos Estados Unidos. Em todo o Brasil, 87 empresas estão aptas a exportar carne bovina e de frango. Só nos frigoríficos paranaenses, a produção cresceu 20%, no primeiro semestre deste ano.
Um dos motivos para o Paraná ter um bom crescimento nas exportações de carne é o fato de o estado cumprir todas as normas de qualidade exigidas pelo mercado russo. “Produção grande no Brasil, produção de qualidade e produção sanitariamente adequada. Não devemos nada a ninguém. E se tivermos agora competência comercial, certamente poderemos nos beneficiar no curto e no longo prazo, exportando mais carne para aquela união aduaneira [Rússia]”, explica o secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara.
Em apenas uma indústria de Colorado, no norte do Paraná, dos 100 caminhões que saem por mês com cargas destinadas a exportação, 90 têm como destino a Rússia. Além dos cortes nobres, que já eram vendidos para o país euroasiático, a empresa também pretende vender miúdos e aumentar ainda mais a lucratividade. “Em questão de valores, de 20% a 25% melhor que o mercado interno”, explica Tiago Ravazzi gerente de exportação da empresa sobre a rentabilidade em comparação com o que é vendido dentro do Brasil.
Com mais lucro e produção aumentando, a cadeia de empregos na área também vem crescendo. “Nós tivemos um aumento de 20 a 30 colaboradores, somente na desossa, somente neste mês, com o aumento das exportações. E completando as exportações, teremos mais um aumento de uns 40 colaboradores, na desossa, para atender a demanda da Rússia”, conta o gerente industrial Sérgio Martins Filho.
http://globo.com/ 

domingo, 10 de agosto de 2014

Consumo e concorrência podem limitar 'boom' de exportação de carnes à Rússia

Atualizado em  7 de agosto, 2
Vladimir Putin | Crédito: EPA
Na quarta-feira, Putin restringiu compras de países que impuseram sanções a Moscou devido à Ucrânia
O embargo da Rússia a importações dos Estados Unidos e da Europa beneficia as vendas de carne brasileira, mas uma série de obstáculos pode acabar limitando a eventual alta dessas exportações - celebrada por vários setores desde o anúncio do governo de Vladimir Putin.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, o aumento das vendas brasileiras dependerá da capacidade dos produtores russos de ampliar a produção para atender à demanda interna, do nível de consumo da população e da concorrência de outros latino-americanos, como Argentina e Chile.

Em entrevista à BBC Brasil, Peter Jilinski, diretor-regional da Câmara de Fomento das Relações Brasil-Rússia, na cidade russa de São Petersburgo, disse acreditar que as vendas de carnes brasileiras possam "triplicar" após o embargo decretado por Moscou.
Na quarta-feira, a Rússia anunciou um veto a importações dos Estados Unidos e da União Europeia em represália a sanções que haviam sido impostas pelo Ocidente a Moscou por causa da crise na Ucrânia. A medida é válida por um ano.
"A maior oportunidade de negócios será do setor de carne bovina, que não terá muito mais concorrência e possui mais chances de aumentar consideravelmente seus volumes de vendas", diz Jilinski.
Até o ano passado, a Rússia era o principal destino das exportações de carne bovina brasileiras, mas perdeu espaço para Hong Kong, na China. As vendas totalizaram 1,2 bilhão de dólares (R$ 3,7 bilhões), o equivalente a 303 mil toneladas.
Jilinski lembra, no entanto, que o eventual aumento das vendas brasileiras de carne bovina para a Rússia dependeria do potencial de consumo das famílias russas.
"A carne bovina não é acessível financeiramente a toda a população. As exportações brasileiras vão crescer se o consumo interno do produto, que vem aumentando, se mantiver", afirma o diretor.
Ricardo Santin, vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que reúne as principais produtoras de carne suína e de aves do país, cita outras barreiras que prejudicariam o crescimento das vendas. Ele acredita, no entanto, que só de carne de frango o Brasil consiga quadruplicar o volume exportado em relação ao ano passado (passando de 47 mil para 200 mil toneladas).
"O eventual aumento das exportações dependerá de quanto os produtores de frango na Rússia conseguirão elevar a produção para atender ao mercado interno", afirma.
Nos últimos anos, o governo russo passou a incentivar a produção desse tipo de carne. Como resultado, as exportações brasileiras de carne de frango, por exemplo, caíram mais de 80% entre 2005 e 2013.
Santin acrescenta ainda que outro fator que poderia limitar o aumento nas vendas brasileiras à Rússia é a concorrência com outros exportadores de frango, como Argentina e Chile.
No caso da carne suína, Santin vê pouca margem de crescimento, uma vez que o Brasil não tem a mesma capacidade de aumentar a produção ou desviar estoques.

Sanções

O veto da Rússia às exportações dos Estados Unidos e da União Europeia ocorreu em retaliação às sanções ocidentais por causa da crise na Ucrânia. O Ocidente acusa a Rússia de apoiar rebeldes separatistas pró-Moscou no leste ucraniano.
O estopim foi o endurecimento das restrições, em julho deste ano. Estados Unidos e União Europeia acusam a Rússia de ter fornecido o míssil que teria sido usado por insurgentes para abater um avião da Malaysia Airlines que ia de Amsterdã, na Holanda, a Kuala Lumpur, na Malásia. O governo russo e os rebeldes negam a acusação.
O embargo russo foi anunciado via decreto presidencial na última quinta-feira e contempla uma série de produtos agrícolas.
Segundo dados da Eurostat, a agência europeia de estatísticas, só do bloco econômico a Rússia absorve 10% de todas as exportações agrícolas e agroalimentares, por um valor anual de 12 bilhões de euros.


http://www.bbc.co.uk/portuguese 

Campeã em doações, Friboi virou gigante da carne com R$ 10 bi do BNDES

Guilherme Balza
Do UOL, em São Paulo
  • Cristiano Borges/O Popular/Folhapress
    Evento de filiação de José Batista Júnior, o Júnior da Friboi, ao PMDB, em maio de 2013, repleto de políticos de vários partidos; o empresário entrou para a sigla influenciado pelo vice-presidente da República, Michel Temer
    Evento de filiação de José Batista Júnior, o Júnior da Friboi, ao PMDB, em maio de 2013, repleto de políticos de vários partidos; o empresário entrou para a sigla influenciado pelo vice-presidente da República, Michel Temer
Maior processadora de carnes do mundo, a JBS --mais conhecida pela marca Friboi--, é a empresa que mais distribuiu dinheiro a partidos e candidatos nestas eleições até agora, com R$ 51 milhões em doações, segundo dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os números referem-se à primeira parcial de doações. Até a realização do pleito, em 5 de outubro, haverá uma segunda parcial. Os números consolidados com o total de doações só serão divulgados em novembro, após a realização do segundo turno.
O montante doado neste ano, entretanto, já supera de longe o que a JBS distribuiu ao todo em 2010: R$ 30 milhões. Naquele pleito, o grupo já figurava entre as dez maiores doadoras de campanha.

Grupo não faz discriminação ideológica nas doações

Os dados do TSE mostram que a JBS não discrimina ao doar: partidos de diferentes ideologias, governistas, da oposição e até os que se postulam à terceira via, como o PSB, receberam aportes do grupo.
O mais beneficiado pelo grupo, que tem o cantor Roberto Carlos e o ator Tony Ramos como garotos-propaganda, foi o PMDB, que recebeu R$ 13,6 milhões, dos quais R$ 6,6 milhões foram direcionados ao diretório da sigla no Rio de Janeiro, que tem Luiz Fernando Pezão como candidato ao governo. Outros R$ 5 milhões foram doados ao diretório pemedebista no Mato Grosso, Estado em que Nelson Trad Filho disputa o governo pelo partido.
José Batista Júnior, o Júnior Friboi, um dos irmãos que são donos do conglomerado, filiou-se ao PMDB no ano passado. Era cotado para disputar o governo de Goiás, mas foi preterido por Íris Rezende.
O PP, sigla de Paulo Maluf, é a segunda na lista de beneficiados pelas doações, com R$ 10 milhões, todos remetidos ao diretório nacional do partido. O PSD de Gilberto Kassab vem em seguida, com R$ 9 milhões, também enviados ao comando da legenda. O PR ganhou R$ 5 milhões e o nanico PRB foi abastecido com R$ 300 mil.
Todas as siglas acima listadas pertencem à base de sustentação ao governo de Dilma Rousseff no plano nacional. O PT recebeu do grupo R$ 5 milhões, todos direcionados para a campanha de Dilma à reeleição.
Já o PSDB ganhou R$ 7 milhões da Friboi, dos quais R$ 5 milhões foram para a campanha de Aécio Neves e R$ 2 milhões para o diretório de Minas Gerais, onde Pimenta da Veiga disputa o governo do Estado e Antonio Anastasia concorre ao Senado. 
O PSB recebeu R$ 1 milhão para a campanha do presidenciável Eduardo Campos e mais R$ 370 mil, direcionados para o diretório baiano, onde a candidata ao governo é Lídice da Mata.
Procurada pela reportagem, a JBS afirmou, por meio de sua assessoria, que faz doações por acreditar "que pode contribuir com o debate político do Brasil."
Doações da JBS
  • PMDB
    13,6 milhões
  •  
  • PP
    R$ 10 milhões
  •  
  • PSD
    R$ 9 milhões
  •  
  • PSDB
    R$ 7 milhões
  •  
  • PT
    R$ 5 milhões
  •  
  • PR
    R$ 5 milhões
  •  
  • PSB
    R$ 1,4 milhão
  •  
  • PRB
    R$ 300 mil

Ascensão meteórica

A trajetória da Friboi, empresa pouco conhecida até meados da década passada, coincide com a chegada do PT ao poder.
Mais do que mera coincidência, na realidade, o crescimento do grupo está diretamente relacionado com uma política declarada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de eleger "campeãs nacionais", empresas líderes de setores considerados estratégicos, e torná-las gigantes internacionalmente, como ocorreu com a Oi e com as empresas de Eike Batista.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), banco público cuja finalidade é estimular a infraestrutura do país, foi o instrumento utilizado para aplicar tal política. Entre 2005 e 2013, a JBS recebeu empréstimos de R$ 2,1 bilhões do banco, segundo o próprio BNDES.
O valor é equivalente a cinco vezes o que foi emprestado ao Corinthians para a construção do Itaquerão (R$ 400 milhões).
O maior aporte de recursos do BNDES na JBS, entretanto, ocorreu por meio da compra de papéis do grupo: R$ 8,5 bilhões. Hoje, o banco detém 24,6% do capital do grupo. Neste período de parceria com o BNDES, a JBS tornou-se o maior frigorífico do mundo, comprando mais de 20 grandes empresas nacionais e internacionais do setor. Em 2013, o volume de vendas da JBS chegou a R$ 93 bilhões.
A política é criticada por concorrentes da JBS e até pela CNA (Confederação Nacional da Agricultora e Pecuária), que veem cartel na prática, embora o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não veja irregularidades.
Questionada sobre se há conflito ético em receber altas quantias de um banco público e ser campeã de doações eleitorais, a JBS respondeu: "Todas as doações são registradas e seguem as regras do TSE, não havendo por isso qualquer tipo de conflito de interesse."
Números da JBS
93

bilhões

receita líquida da JBS em 2013
2,1

bilhões

total de empréstimos feitos pelo BNDES ao frigorífico desde 2005
8,5

bilhões

é o valor que o BNDES pagou à JBS em troca de papeis do grupo

O que dizem os candidatos

O mesmo questionamento direcionado à JBS foi feito às campanhas de Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos entre quinta e sexta-feira. A reportagem ainda perguntou às campanhas se pretendem manter a política de investimentos em empresas "campeãs nacionais".
A assessoria da campanha da presidente afirmou que "o comitê da candidata tem cumprido rigorosamente o que determina a legislação eleitoral no que diz respeito à captação de recursos" e que "todas as contas têm sido apresentadas ao TSE e tratadas com máxima transparência". A segunda pergunta não foi respondida.
A assessoria da campanha de Aécio informou, na sexta-feira, que o senador estava em Botucatu (SP) e que não conseguiu fazer contato com ele para responder às questões. Já a assessoria de Campos não respondeu às perguntas.
http://click.uol.com.br/?rf=eleicoes-2014_logo-uol&u=http://www.uol.com.br/