sexta-feira, 8 de maio de 2009

Pecuaristas em MT mantém bloqueio contra "calote" de R$ 6 milhões

Desde segunda-feira (4) cerca de 100 produtores, com propriedades em Araputanga, Juara, Mirassol D’Oeste, Figueirópolis, Comodoro, Pontes e Lacerda, Barra do Bugres e São José dos Quatro Marcos se revezam em frente a sede do Frigorífico Quatro Marcos, em protesto contra o "calote" na venda de bovinos. Eles alegam ter créditos da industria frigorífica na ordem de R$ 6 milhões. O bloqueio do empreendimento está sendo feito com tratores e caminhões, entre outros automóveis, para impedir a entrada de caminhões com novos lotes de bois para o abate. Nesta quarta-feira, uma comitiva formada por membros da diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso - Famato esteve nesta quarta-feira (6) na cidade de São José dos Quatro Marcos, reunida com produtores da região a fim de intermediar uma negociação entre o frigorífico Quatro Marcos e pecuaristas que aguardam pelo recebimento de dívidas em atraso. Após conversar com representantes da comissão de credores, os diretores foram até a planta frigorífica com o propósito de obter uma posição da empresa, porém os diretores não foram encontrados no local. Por telefone, o presidente da Famato, Rui Prado, conversou com o proprietário do grupo, Sebastião Douglas Sorjes Xavier, que garantiu tomar um posicionamento e comunicá-los nesta quinta (7). “Nós estamos aqui para somar, pois sabemos a importância de uma indústria como esta para o município de São José dos Quatro Marcos. Uma indústria é composta pela estrutura física, por seus funcionários e pela matéria-prima fornecida por nós pecuaristas. Portanto, viemos em busca de encontrar uma solução principalmente para preservar os empregos e garantir o pagamento dos produtores pelo seu produto. A ideia é chegar a um consenso”, disse Prado. De acordo com o presidente do Sindicato Rural, Alessandro Casado, só houve o bloqueio após uma reunião realizada na semana passada com representantes da empresa, em que não foi apresentada proposta alguma. Cerca de 80% desses produtores que aderiram ao movimento não recebem desde o final do ano passado e mesmo assim continuaram entregando seus bois (à vista), na tentativa de restabelecer o funcionamento em sua normalidade. “Nós tentamos de todas as maneiras uma negociação. Não defendemos que produtores fechem porta de empresa alguma. Mas infelizmente eles não deram nenhuma justificativa e se mantiveram em silêncio”. A dívida da unidade está estimada em R$ 8,3 milhões, referentes aos bois comprados e não pagos entre os meses de agosto e dezembro. Só para pecuaristas do município o montante é de aproximadamente R$ 6 milhões. E apenas para o pecuarista Argentino Ferreira, a planta deve cerca de R$ 467 mil, referentes a uma venda realizada em dezembro. Ele conta que de lá para cá, do montante de valores atrasados foram acertados apenas R$ 20 mil. Não restando outra saída, teve de vender outras criações para sanar suas dívidas e continuar produzindo. por 24 Horas News