terça-feira, 3 de novembro de 2009

Noroeste de Mato Grosso tem 100% do abate

Levantamento Acrimat/Imea revela impacto do fechamento das plantas

Onze das 39 plantas frigoríficas instaladas em Mato Grosso, com selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), estão paralisadas desde o início deste ano, o que restringe em cerca de 30% a capacidade de abate no Estado. No noroeste mato-grossense, a situação atinge o pior nível, já que 100% das unidades estão desativadas.

Os números foram divulgados ontem pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) que fez um levantamento da situação em que se encontram os pecuaristas das oito regiões pólos representativas do Estado - centro sul, médio norte, nordeste, norte, noroeste, oeste, sudeste e Arinos -. A aferição da realidade local foi realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária (Famato).

“Atualmente, quase 30% dos frigoríficos estão fechados. O impacto disso na vida do produtor é grande, pois a pressão dos frigoríficos, principalmente dos oportunistas na hora da compra do boi, baixa o preço da arroba de forma significativa”, afirma o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

A capacidade de abate atual, em Mato Grosso, é de 37.816 mil cabeças/dia, se todas elas estivessem em operação. Com o fechamento das 11 plantas, 8.961 mil cabeças deixam de ser abatidas diariamente.

O impacto da crise econômica mundial sobre o segmento industrial da cadeia da bovinocultura é ainda pior quando os números revelam que a região noroeste, composta por oito municípios e com mais de 2 milhões de cabeças de gado, está com a única planta fechada e ele pertencia ao do grupo Independência.

“Os pecuaristas desta região estão abatendo seu gado nos municípios de Sinop e Juara e isso compromete a competitividade de seu gado, pois a distância influencia na qualidade dos animais e encarece o frete”, frisa Vacari.

ICMS - A situação da região noroeste chegou nesse ponto depois que o beneficio da redução de ICMS de 7% para 3,5% nas operações relativas à saída interestaduais de gado em pé destinado para abate, não foi mais prorrogado pelo Estado. “A redução do ICMS foi concedida de abril a setembro e aumentou a comercialização na região em quase 400%. O impacto econômico foi grande e a justificativa para a Acrimat ter solicitado a redução do ICMS foi justamente tornar mais competitivo o mercado do boi, não deixando o pecuarista nas mãos dos frigoríficos, como ocorre agora”, argumenta Vacari. Para Laércio Fassoni, “seria importante o retorno do benefício, pois empresas de São Paulo e Goiânia deixaram de comprar o nosso gado depois que esse incentivo acabou”.