quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

França quer estimular exportações de carne bovina


A França decidiu entrar forte nas exportações de carne bovina e concorrer com o Brasil
 e a Argentina nos cortes de maior qualidade. A estratégia é compensar a queda do consumo
no país e na Europa.
O ministro da agricultura francês, Bruno Le Maire, disse ontem em Genebra que
a "salvação" da pecuária do país passa agora pela exportação, "já que o consumo
na Europa não será suficiente para oferecer uma renda adequada aos pecuaristas.
 Isso é algo totalmente novo para nós, já que exportávamos pouco", declarou.
Le Maire revelou que o governo está implementando programas agressivos para estimular
 as vendas externas, incluindo incentivos para reduzir o custo de produção e fortalecer a
colaboração entre produtores, a rigidez no controle sanitário e a ação diplomática para
derrubar embargos que existiam até agora ao produto francês.
Sobretudo, ele se refere ao empenho do presidente Nicolas Sarkozy, que acionou
 o mais alto escalão para conquistar mercados. "Para você ter ideia do nível em que
 tratamos esse tema, o presidente Sarkozy levou a questão diretamente aos p
rimeiros-ministros Vladimir Putin, da Rússia, e a Recep Ergodan, da Turquia", comentou.
Além desses dois países, a França está conquistando os mercados do Cazaquistão
e da África do Norte. "Haverá uma concorrência sadia com o Brasil e a Argentina.
Mas, em geral, os mercados são diferentes, pois nosso enfoque é em carne superior e
 mais cara", disse.
O consumo de carne bovina na Europa estagnou (ou declinou, dependendo do país) devido
 ao aumento nos preços e à queda no poder de consumo diante da crise financeira. Outra
razão é a mudança nos hábitos alimentares, que privilegiam cada vez mais o consumo de
 produtos de origem vegetal.
Le Maire diz que "todo mundo dá subsídios para a agricultura", mas pondera que o objetivo
da França não é garantir preços e sim apoiar produtores especiais nas montanhas.
O ministro francês continua preocupado com a forte volatilidade de preços nos mercados
agrícolas e espera que o G-20 implemente acordos acertados no ano passado.
Fonte:  Valor Econômico