sábado, 4 de julho de 2009

Frigoríficos se recusam a assinar TAC proposto pelo Ministério Público

Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) assegurou que os frigoríficos do Pará associados à entidade não vão assinar o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) proposto pelo Ministério Público Federal (MPF). Coincidentemente, são as maiores e mais importantes indústrias de carne instaladas em território paraense, como os grupos Bertin e Frigol, além de Minerva e Mercosul (que iniciram investimentos no sul do Pará, mas que se encontram paralisados).

O presidente da Federação da Agricultura do Estado (Faepa), Carlos Xavier, também avalia que o documento deve excluir três proposições unanimamente consideradas impossíveis de cumprimento pelo conjunto de pecuaristas. São elas: a inclusão no Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), que é competência do Ministério da Agricultura, e restrito à exportação de gado para a União Européia; a certificação de origem, também efetuada pelo Ministério da Agricultura, e a identificação na carne da propriedade de origem. 'Não existe uma cabeça de boi do Pará no Sisbov e tão cedo não haverá', disparou Otávio Cançado, reiterando que essas exigências dos procuradores denotam 'falta de conhecimento e de conversa'.

O diretor da Abiec, aliás, voltou a metralhar o MPF do Pará com a mesma pergunta da última audiência pública das comissões realizada no dia 23 de junho. Ele questionou 'como o Ministério Público Federal conseguiu a relação de clientes dos frigoríficos no Brasil e no mundo inteiro'. 'Houve quebra de sigilo das empresas?', indagou, afirmando que a recomendação da Procuradoria da República é entendida pelo setor como 'intimidação'. 'Fiscalizem o abate clandestino de boi, fiscalizem os que estão à margem da lei', recomendou.

A governadora Ana Júlia Carepa, que apenas participaria da abertura do encontro, ficou até o final da primeira etapa da audiência e saiu de lá desolada com o rumo dos debates. Ela continua defendendo a assinatura do TAC, mas procura uma solução conciliatória. Hoje pela manhã, pecuaristas, frigoríficos, governo do Estado e MPF retomam as negociações. Fonte: O Liberal