quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Interconf: veja como foi o debate com frigoríficos

No último dia do Interconf 2009, foi realizada uma Mesa Redonda com representantes dos principais frigoríficos brasileiros, Miguel da Rocha Cavalcanti participou do encontro e transmitiu o debate através do Twitter,. Veja os melhores momentos.JBS anunciou compra da Pilgrim's e fusão com Bertin. Paulo H. Amorim brinca com José Batista Junior, do Friboi: "Eram os maiores do Brasil, do mundo. Agora são os maiores do sistema solar".A JBS se fundindo ao Bertin emprega hoje 125 mil pessoas, fatura US$ 40 bilhões, abate cerca de 16 milhões de cabeças no mundo, por ano. Entre Brasil, Austrália e EUA, hoje a JBS Friboi confina mais de 1 milhão de cabeças. JBS com fusão: 52% Friboi, 8% Bertin, 24% BNDES e 16% minoritários. Fernando Galletti de Queiroz, CEO do Minerva: "Perspectivas do mercado da carne brasileira no mundo são muito favoráveis". Murilo, CEO do Mataboi: "Questão ambiental vai acelerar aumento da produtividade da pecuária brasileira". Paulo Henrique Amorim brinca que Jr. do JBS está satisfeito com as perspectivas do mercado da carne no mundo ? Jr. do JBS: "Estamos fazendo isso para o Brasil. Nosso país será o controlador das 4 principais proteínas animais do mundo. O mundo inteiro está de olho no Brasil hoje (16), com essas duas grandes aquisições que fizemos (Pilgrim's e Bertin)". Ele acrescentou ainda que "a JBS tem metas estratégicas: plataforma global de produção de proteína, plataforma global de vendas e distribuição e branding". "Vamos criar um sistema de distribuição porta a porta de carnes, com vans com duas moças uniformizadas"."Cada um de vocês pode ser dono da JBS. Estamos abertos para vocês investirem", Jr. do JBS. Na mesa redonda final do Interconf, JBS domina as atenções da plateia. Bertin, Mataboi e Minerva brilham pouco nesse momento do evento. Fernando, CEO do Minerva: "Precisamos aproveitar a produtividade do Brasil e ampliar o confinamento. O Brasil tem vantagens competitivas que são únicas. Vamos crescer, ou com mais vacas, ou com mais confinamento." Murilo, CEO do Mataboi: "Estamos próximos do pecuarista, enquanto o JBS está muito ocupado com os bilhões" (Aplausos da plateia. Até o momento, apenas Jr. do JBS tinha ganhado aplausos)Murilo, CEO do Mataboi: "Criamos a opção de confinamentos para pecuaristas, em forma de parceria". Plateia pergunta o que o JBS oferece ao Norte do Brasil, para deixar de ser "destruidor da Amazônia" e "Rei do boi pirata" e Jr. do JBS afirma não saber a resposta para a pergunta e diz que não tem atividade lá. JBS tem plantas em Rondônia e Acre. Bertin tem 4 plantas no Pará. Cristiano Botelho fala do trabalho de sustentabilidade do Bertin.Fernando, CEO do Minerva: fala da exportação de gado em pé, como forma de melhorar remuneração do pecuarista. "Não podemos deixar ONGs ambientalistas ditarem o que faremos", complementa Fernando. (Aplausos da plateia) Murilo, CEO do Mataboi: "3 empresas abriram capital e outras tentaram focar em aumento do faturamento e não na operação".O mantra era "Cresça rápido" e não "Caixa é rei". Isso afetou a sustentabilidade de vários frigoríficos. Murilo, CEO do Mataboi: "Nosso maior interesse é ter parceiros confinadores e não apenas a própria empresa confinando". "Nosso objetivo é ter 10-20% de gado em confinamento próprio". Jr. do JBS: "Hoje temos um percentual muito baixo de gado em confinamento próprio, em relação ao total abatido". "Nosso foco em confinamento não é ampliar. Temos (o confinamento) para mostrar a clientes e saber mais sobre esse negócio". (O comentário não convenceu o público). Paulo Henrique Amorim pergunta sobre o varejo e brinca que não há nenhum varejista na plateia. Cristiano Botelho, do Bertin: "Varejo tem margens altas. A saída é exportar mais". Fernando, CEO do Minerva, investe em pequenos varejos e treinamentos. Pequeno varejo cresce no Brasil.Alguém da plateia comenta que falta marketing. (Aplausos) Fernando, do Minerva: "Rússia quis ser autossuficiente em suínos, agora tem que importar milho e soja". Murilo, do Mataboi: "Suínos e aves podem ser criados em pequenos espaços. Na pecuária, precisamos de grande área para cria". Paulo Henrique Amorim, brinca e depois pergunta para Jr. do JBS: "Com 17% do mercado, você pretende estrangular o pecuarista?"Jr. do JBS responde: "Não vamos estrangular o pecuarista, queremos ganhar juntos. O cliente vai pagar um pouco mais pela nossa carne". Paulo Henrique Amorim pergunta ao Fernando do Minerva, se ele prefere uma picanha de boi de 2 anos, ou de 4 anos.Fernando do Minerva não responde e passa a pergunta sobre pagar prêmio pelo boi de 2 anos. Murilo do Mataboi reponde: "Não temos competitividade para pagar grandes prêmios. Mas vai haver um boi ecológico". "Essa maior necessidade de área da pecuária de cria é uma vantagem do Brasil no mercado mundial". Fernando do Minerva: "Fora do Brasil, compradores tinham grande estoque. Países venderam na crise e não repuseram estoques, então, agora compradores têm menor estoque, o que dá vantagem ao Brasil". "Estamos focando em países em crescimento, em especial os que sofreram menos com a crise".Rússia é um dos países com maiores problemas. Nosso maior comprador passa por problemas, importa muito menos."Real valorizado, rublo desvalorizado. Na Rússia estão com baixo estoque, querem e precisam comprar, mas está caro", Murilo do Mataboi.Jr. do JBS: "Brasil é bastante similar a Austrália. Ambos foram pouco afetados pela crise". "Brasil e Austrália operavam mais na produção, no real, do que no "virtual", como nos EUA, por isso tiveram menos crise". Jr. do JBS disse ainda que enquanto os EUA não melhorarem, o mundo não "conserta". Em 2010, recupera. Em 2011 volta a operar no "real". Paulo Henrique Amorim: "Não gostava que o Brasil fosse comparado com os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China)". Fernando, do Minerva: "Não precisamos ter medo de país nenhum".Juan da Assocon finaliza: "O melhor de tudo nessa mesa redonda é que não brigamos, mas sim construímos". Em seguida ele agradece a participação de todos, inclusive de outros países.Fábio Dias, da Assocon: "Interconf 2009 foi melhor que 2008. E essa aproximação da cadeia é fundamental". "O produtor brasileiro corre muitos riscos. Aproximar a cadeia reduz riscos".Ricardo Merola, da Assocon: "Precisamos reformar o sistema de comercialização. Não queremos mais preço, e sim mais previsibilidade".