terça-feira, 24 de agosto de 2010

Apoio à "Carne Legal"

Sociedade civil divulga carta em prol da campanha do Ministério Público (PA)


 Em junho, o Ministério Público Federal do Pará lançou a campanha Carne Legal, que deu o que falar. Nela, o órgão incentivava o consumo de carne bovina de origem regularizada e certificada, em peças publicitárias polêmicas. Em resumo: que essa produção fosse feita fora de áreas de desmatamento e sem uso de mão de obra escrava
 
Houve até meios de comunicação levantando bandeira contra a atitude do MP (ancorados no discurso dos produtores rurais). A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) esbravejou e a senadora Kátia Abreu até moveu uma ação na Justiça contra a campanha.
 
Polêmicas à parte, uma carta assinada por vários representantes da sociedade civil e apresentada agora, traz dados numéricos para mostrar não só a validade como a importância desse tipo de iniciativa.
De acordo com o Programa de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 700 mil quilômetros quadrados da cobertura florestal da Amazônia foram desmatados nos últimos 40 anos (para efeitos comparativos, o Estado de São Paulo possui 248 mil quilômetros quadrados).
 
Outro instituto, o do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), ressalta que aproximadamente 80% das áreas desmatadas naquela região do País são hoje destinadas à pecuária. Só no intervalo de 1996 a 2006 a área ocupada pelo pasto na Amazônia legal duplicou, chegando a 550 mil quilômetros quadrados (informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE).
 
Num outro trecho da carta, o documento diz que a atitude da CNA contra o projeto Carne Legal só comprova que a campanha tocou no ponto fraco da parcela dos pecuaristas que desmata e escraviza. Entre os que assinam o documento estão pessoas ligadas ao WWF-Brasil, à Frente em Defesa da Amazônia (PA), agrônomos do INCRA, comissão Pastoral da Terra, entre outros participantes.