quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Consumo doméstico de carne de frango mantém-se nos níveis de 2002/03

Campinas, 22 de Dezembro de 2010 - Enquanto os segmentos produtores de arroz e feijão constatam, assustadíssimos, que nos últimos seis anos o consumo doméstico dos dois produtos apresentou queda de 40% e 26%, respectivamente, a avicultura de corte observa que o consumo doméstico da carne de frango praticamente não se alterou: passou de 12,792 kg per capita em 2002/03 para 12,774 kg per capita em 2008/2009, o que significa que recuou apenas 0,14%.
Mas isso só já não é motivo de preocupação? De forma alguma – o que vale tanto para a carne de frango como para o arroz e o feijão. Esses dados, levantados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (2002/03 e 2008/09) do IBGE, se referem apenas às aquisições de alimentos para consumo no lar. E como a industrialização e a urbanização são continuamente crescentes (assim como os índices de ocupação da mulher fora do lar), é natural que o consumo doméstico de produtos in natura apresente redução no decorrer do tempo.
Isso aceito, a simples estabilidade no consumo doméstico da carne de frango já é um avanço. Mas que, provavelmente, deve ser creditado ao aumento do poder aquisitivo do consumidor. Que deve ter permitido também, por exemplo, um aumento de 0,85% no consumo doméstico de carne bovina.
Como aponta o quadro abaixo, no período analisado as carnes avícolas apresentaram o maior índice de retração (-4,75%). Mas essa retração ficou restrita a carnes que não a de frango, pois a participação deste no consumo total de carnes de aves, que era de 92% em 2002/03, subiu em 2008/09 para, praticamente, 97%.
Em relação à carne de frango, especificamente, houve significativa queda (já esperada, de 18%) no consumo do frango inteiro, com aumentos expressivos em todos os cortes. A maior expansão (+169%) ocorreu entre os cortes não-especificados (no quadro, N/E), o que dificulta apontar com mais precisão onde ocorreram as maiores expansões.