terça-feira, 14 de junho de 2011

Frigorífico denuncia abate e comercialização ilegal de carnes


14/06/2011 - 11:43:19

Fonte: De Rondonópolis - Débora Siqueira/ Olhar Direto




O diretor do frigorífico Frigovale, instalado em Jaciara, Claudio Machado de Souza, denunciou ao Ministério Público Estadual (MPE) o abate e a comercialização ilegal de carnes nos municípios de Dom Aquino e Campo Verde. A medida foi tomada há mês depois de cansar de cobrar a fiscalização da vigilância sanitária dos municípios.

“Em Juscimeira, o pessoal da vigilância sequer aceitaram assinar a denúncia. Quando você cobra o andamento, descobre que o documento sumiu”. O município só não foi denunciado ao MPE porque o abatedouro local conseguiu a inspeção municipal e contratou um veterinário.

A situação é mais crítica em Dom Aquino. Caminhonetes transportam carne em cima das carrocerias. Os animais são mortos no chão, ao lado de animais que se alimentam dos restos e sem qualquer supervisão de um profissional habilitado. “Eu nunca vi uma cultura como daquele pessoal. A população já se habituou em comprar carne ‘quentinha’. Eles não gostam da carne congelada. Os comerciantes que vender o produto legalmente sofrem com a resistência dos consumidores”, relata.

Grande parte dos mercados e açougues de Dom Aquino e Campo Verde adquire carne sem inspeção e cobra preços 30% abaixo de quem compra dentro da legalidade. “É uma concorrência desleal que não esperávamos encontrar aqui na região”, lamenta Souza.

O reflexo disso afeta a produção da indústria. Embora a capacidade de abate mensal seja de 2,5 mil cabeças por dia, o frigorífico opera com metade do potencial, cerca de 1,2 mil cabeças/mês. “O comércio não deslancha, parte por esse problema. Mantemos uma equipe de 40 funcionários, dois veterinários e uma folha de pagamento de R$ 30 mil por mês. Alguém precisa tomar providências e parar com esse comércio ilegal de alimentos, que além de causar prejuízos econômicos, afeta a saúde humana”, argumenta o diretor.

A Frigovale iniciou as suas operações em setembro de 2010 e foram investidos cerca de meio milhão de reais na obra.