quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Suínos: frigorífico recolhe caminhões na fronteira com Argentina

AE
Aumento de exigências burocráticas para importação na Argentina poderá causar prejuízo, diz gerente do frigorífico Riosulense
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O frigorífico Riosulense (Pamplona), sediado em Rio do Sul (SC), confirmou ter trazido de volta caminhões que estavam na fronteira com a Argentina aguardando liberação do governo argentino para liberação de cargas de carne suína. O gerente comercial do Riosulense, Cleiton Pamplona, em entrevista à Agência Estado evitou dar detalhes sobre volumes que deixaram de ser exportados pela empresa desde o dia 1º deste mês, quando entraram em vigor as restrições impostas pelos argentinos às exportações brasileiras.
Mas ele reconhece que haverá prejuízo nas operações com a Argentina. Desde o início deste mês o governo argentino suspendeu as licenças automáticas e aumentou as exigências burocráticas, como apresentação de declaração juramentada junto à Receita Federal e envio de e-mail à Secretaria de Comércio Exterior para liberação das cargas por parte do importador argentino. Pamplona diz que as informações sobre os negócios são dados confidenciais da empresa e observou que as restrições afetam todos produtos brasileiros exportados para o mercado argentino.
Segundo informações de mercado, a paralisação de caminhões na fronteira se deve ao fato de os argentinos estarem proibindo a entrada de cortes nobres de suínos, como pernil, e liberando apenas os "retalhos" que são utilizados na fabricação de embutidos pela indústria local. Em janeiro, quando não havia restrição ao comércio, as exportações brasileiras de carne suína para o mercado argentino cresceram 21,2% em volume (para 4.272 toneladas) e 32,87% em receita (para US$ 13,9 milhões), com aumento de 9,61% no preço médio (para US$ 3.275 por tonelada). Os dados são do Ministério da Agricultura.