terça-feira, 17 de maio de 2011

MARFRIG CONSEGUE INVERTER RESULTADO DO PRIMEIRO TRIMESTRE

Lucro líquido de R$ 25,2 milhões 
Sinergias da Seara, resultados da Keystone, desempenho na Europa e redução de custos 
A Marfrig, companhia global de alimentos, obteve lucro líquido de R$ 25,2 milhões (o equivalente a R$ 0,07 por ação) no primeiro trimestre deste ano, resultado bem acima do prejuízo líquido de R$ 52 milhões (ou R$ 0,15 por ação) registrados nos três primeiros meses de 2010. Ainda assim, o resultado ficou abaixo do alcançado no quarto trimestre do ano passado, que somou R$ 161,1 milhões (ou R$ 0,45 por ação). 
A companhia foi impulsionada pelas sinergias da Seara, os resultados da Keystone, o desempenho na Europa, além de medidas para reduzir custos, que a ajudaram a repassar o aumento dos custos e a compensar a alta nos preços de grãos e o impacto dos juros acumulados, de acordo com nota. 

Sazonalidade 

A receita líquida da companhia totalizou R$ 5,25 bilhões, aumento de 64,3% em relação aos R$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre de 2010, dos quais 17,7% são referentes ao crescimento orgânico originado pelo aumento da utilização de capacidade das plantas de bovinos, Seara e Moy Park; os 46,6% restantes podem ser explicados pela aquisição de Keystone e do frigorífico irlandês O"Kane. Ainda assim, a receita do trimestre terminado em março ficou 1,2% abaixo dos R$ 5,32 bilhões obtidos no último trimestre do mesmo ano, o que pode ser explicado pela sazonalidade do período. 
"A Marfrig registrou, no primeiro trimestre de 2011, seu melhor desempenho em termos de receita para primeiros trimestres, que são sazonalmente os períodos mais fracos do ano. Em um ambiente desafiador, nós continuamos a construir nossa receita ao redor do mundo e a expandir nosso alcance através de nossa presença local em diversos países para alcançar sinergias entre nossas divisões", afirmou o CEO e fundador da Marfrig, Marcos Molina, em nota. 
A Europa representou a maior participação (37,7%) na receita de exportação no primeiro trimestre deste ano, seguida pelo Oriente Médio (21,9%) e Ásia (17,2%). As exportações totalizaram R$ 1,9 bilhão e cresceram 31,9% e 6,4% se comparadas com o quarto e primeiro trimestre de 2010, devido à maior presença da marca nos principais mercados. 
A companhia reportou Ebitda de R$ 337,3 milhões no trimestre analisado, aumento de 5,7% em relação aos R$ 319,2 milhões do primeiro trimestre de 2010. A margem Ebitda atingiu 6,4% no trimestre, contra 10% do mesmo período do ano anterior. 

Divisões 

Os produtos bovinos, ovinos e de couro foram beneficiados pelo melhor desempenho das operações internacionais, que estão recuperando gradualmente os volumes e margens em relação a 2010. "Nossas receitas demonstram nossa habilidade de enfrentar condições adversas. Nossa estratégia agora é garantir que continuaremos a equilibrar os efeitos dos preços de grãos nos preços para clientes, controlar o capital de giro, melhorar o fluxo de caixa e continuar aumentando nossa oferta de produtos de alta qualidade e elaborados", disse Molina. 
A receita consolidada das operações de bovinos, ovinos e couro atingiu R$ 1,92 bilhão no primeiro trimestre, aumento de 41,7% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. As melhoras no mercado brasileiro, o crescimento das exportações e a recuperação gradual das operações internacionais impulsionaram o aumento das vendas, refletindo em um crescimento de 40,3% no volume vendido e de 0,1% nos preços. O Ebitda no segmento totalizou R$ 157,3 milhões, ou 8,2% da receita no primeiro trimestre de 2011. 
As operações internacionais de bovinos geraram receita de R$ 481 milhões, crescimento de 21,7% e 11% em relação ao primeiro e quarto trimestre, respectivamente, o que pode ser explicado pela gradual recuperação da demanda nos mercados internacionais e domésticos em que a companhia atua, especialmente Uruguai e Argentina. 
A divisão bovinos - Brasil (excluindo couro) apresentou receita líquida de R$ 1,12 bilhão no trimestre analisado, 61,6% superior ao primeiro trimestre de 2010, mas 10% inferior ao quarto trimestre. 
A receita consolidada das operações de aves, suínos e produtos processados e elaborados atingiu R$ 3,33 bilhões, 80,9% acima do R$ 1,84 bilhão registrado no primeiro trimestre de 2010, explicado pelo crescimento orgânico da Seara e Moy Park e a incorporação da O"Kane e Keystone Foods. Na comparação com o quarto trimestre, a receita cresceu 0,8% e as receitas das operações do Brasil aumentaram 6,5%, enquanto as receitas das operações internacionais diminuíram 1,9%. 
As operações de aves e suínos - Brasil (Nova Seara) apresentaram receita líquida de R$ 1,34 bilhão, 13,7% superior ao primeiro trimestre de 2010, aumento impulsionado pelo avanço das operações no mercado interno brasileiro, pelo crescimento de 23,1% das exportações, seguindo a estratégia de focar as vendas nos mercados mais rentáveis e pelo o aumento da participação dos produtos processados e elaborados, que atingiram 70,9% das vendas no mercado doméstico, contra 60,1% no primeiro trimestre do ano passado. 
As operações internacionais de aves e suínos registraram receita líquida de R$ 1,65 bilhão, aumento de 181,3% comparada aos três primeiros meses do ano passado, mas com decréscimo de 1,9% em relação aos últimos meses de 2010, refletindo a maior demanda na Europa e as incorporação da O"Kane Poultry e Keystone. 
A produção de aves internacional da Marfrig cresceu 128,7% em relação ao primeiro trimestre do ano passado para 95,3 milhões de aves, devido as incorporações já citadas e a maior demanda no Reino Unido, e 4,3% comparada ao quarto trimestre do ano passado, refletindo a sazonalidade do período.