quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Demanda por carne de cordeiro é maior que a produção nacional



Expositores de ovinos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo participam desta edição da Expointer, uma das principais mostras da ovinocultura do país. Para a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), a feira deve trazer resultados positivos para o setor.

Raça de dupla aptidão, o corriedale produz carne e lã e responde por 65% da produção gaúcha de ovinos, que tem no Sul do país a principal região de criatórios. Aproveitando a grande demanda pela carne ovina, na edição anterior da Expointer a Associação Brasileira de Criadores de Corriedale ( ABCorriedale) contratou uma certificadora exclusiva e lançou um programa de certificação da carne. O programa está baseado no mesmo padrão da carne angus e deve agregar valor ao produto.


– Aproveitando que temos a mesma qualidade do nosso visitando Uruguai, não tem porque nós não conquistarmos o mesmo mercado. Baseado nisso fizemos esse programa de certificação para atingir esse mercado. Isso vai agregar renda aos nossos produtores – diz a presidente da ABCorriedale, Elizabeth Amaral Lemos.


Já a raça britânica Hampshire Dow é rústica e se adapta em todas as regiões do Brasil. Produz uma carne especializada e, entre os ovinos, é considerada a raça que apresenta o melhor marmoreio. De acordo com a associação nacional de criadores da raça, a demanda é maior do que a produção, por isso, é um bom nicho de investimentos.


– Haja vista que hoje quem abastece o mercado com as melhores carnes é o Uruguai, porque não temos produção suficiente pra atender o mercado brasileiro, esse mercado é sedento por carne de qualidade – aponta o vice-presidente da entidade, Silvio Rosa de Souza.


Nesta terça, dia 2, começou o julgamento dos cordeiros ideal, uma forma de disseminar a genética dessa raça que também possui dupla aptidão, mas têm foco na produção de lã. Depois da corriedale, esta é a raça mais representativa na produção da matéria-prima. A associação que representa a raça diz que os preços – em torno de R$ 11 o quilo – estão em um bom patamar e o mercado está em alta.


– O mercado da carne está com índices bem interessantes, estamos com 80 anos, nossa raça está preparada para o que vem por aí. Nós realizamos um congresso em abril, feito com o Uruguai e a Argentina, que nos mostrou que o ideal está muito bem nestes outros países, mas está também muito bem no Brasil – aponta a presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ideal, Cleusa Ferreira Piegas.


De acordo com a Arco, os gargalos do setor passam pela informalidade. Para Márcio Oliveira, o desafio de aumentar a produção é organizar a cadeia produtiva. Ainda não há controle do abate e o comércio da carne é feito sem passar por frigoríficos.


– Existe uma informalidade e esse se torna um problema quando a gente pensa na organização da cadeia produtiva. Faltam dados e isso faz com que a cadeia não se desenvolva em determinados elos. O Brasil é um grande consumidor de carne ovina, nós temos algumas regiões de consumo maior, como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, grandes centros consomem grandes quantidades e a produção não atende a demanda. O potencial para produzir é grande, o que é outro desafiO para a cadeia, aumentar a produção de cordeiros – analisa Oliveira.


Fonte: Canal Rural