sexta-feira, 4 de junho de 2010

Brincagem para identificar animais pode ter causado infecções em SC

Criador quer trocar método; veterinário sugere usar brinco quando gado estiver mais crescido
Pecuaristas do Sul do de Santa Catarina decidiram suspender a brincagem para identificar animais livres da febre aftosa sem vacinação até que seja marcada uma reunião com a Secretaria de Agricultura. Eles atribuem aos brincos as infecções que têm provocado perda de gado, tanto de corte quanto leiteiro, desde 2008.
Durante audiência pública realizada em Sombrio, na segunda-feira, os criadores sugeriram a substituição do método de identificação para erradicar as doenças. De acordo com o pecuarista João Cezar Luchina, o problema com a brincagem não foi exposto antes pelo temor de serem casos isolados. O procedimento é obrigatório e a não colocação do brinco implica no sacrifício do gado.
O criador Vilmar Eufrásio, 54 anos, dono de 380 cabeças de gado da raça Brahman, afirma ter perdido três terneiros, em 2009, e uma vaca este ano, o que resultou num prejuízo aproximado de R$ 3 mil.
— A orelha do gado não cicatriza após a colocação do brinco porque ele se debate demais. A orelha fica bichada e aplicamos remédio, tanto antisséptico e antibiótico — resume Eufrásio.
Em Santa Rosa do Sul, na localidade de Forquilha do Cedro, César Silva da Cunha, 26 anos, e a prima Elisa Borba, 30, gastaram R$ 1,5 mil em remédios para curar as feridas no rebanho das raças Jersey e Holandesa da família. Oito animais adoeceram e um terneiro morreu.
— A inflamação foi tão violenta em um dos animais que precisamos amputar uma das orelhas. É uma doença que deixa o gado irritado, tem mau cheiro e causa dor ao animal, por isso a dificuldade de tratar — reclama César.