segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

RS: países africanos são alternativas de mercado para frigoríficos

O embargo russo às carnes brasileiras fez os frigoríficos do Brasil perderem o principal importador. No entanto, o problema surgido com a restrição encontrou na diversificação de mercados uma solução. Países como Egito, Angola, Líbia, Ucrânia e Hong Kong se tornaram se tornaram alternativa para o escoamento da produção.

O embargo chegou a assustar o diretor de exportação do Frigorífico Silva, com matriz em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, Matheus Corrêa da Silva. Principal importador de cortes dianteiros, a Rússia deixou de ser cliente com a decisão do governo. Países africanos que nem eram atendidos pelo frigorífico viraram os grandes compradores, com destaque para Egito e Angola. Os egípcios, que não tinham negócios com a empresa, se transformaram em principal cliente em menos de um ano.

A Líbia, que também não fazia parte do grupo de importadores, entrou no mercado. Por meio de parcerias, garantiu bons negócios. No Leste Europeu, outro nicho, a Ucrânia passou a importar cortes gaúchos e Hong Kong virou compradora de miudezas, que normalmente não geram boas vendas no Brasil.

O mercado interno também recebeu atenção. Houve fortalecimento, especialmente nos cortes traseiros, como picanha e filé, mais requisitados pelos brasileiros, que têm alto valor de comércio, superior, inclusive, ao dos estrangeiros. Mesmo assim, o fim do embargo é aguardado com ansiedade.
"Estivemos em uma feira na Alemanha e tivemos uma procura muito grande do mercado russo. Eles pagam bons preços. Será um acréscimo grande" diz Silva.