sexta-feira, 16 de julho de 2010

Joaçaba procura comprador para frigorífico desativado há mais de um ano

Pelo menos 200 postos de trabalho foram fechados


Joaçaba, no Meio-Oeste de Santa Catarina, busca um comprador para o frigorífico local desativado pela Aurora em abril de 2009, que resultou na demissão dos 200 funcionários. Uma comitiva de políticos e lideranças da cidade tem uma reunião com a Brasil Foods na quarta-feira, em São Paulo.

O presidente da comissão, o vereador Luiz Vastres, afirma ter informações extraoficiais de que a Brasil Foods estaria planejando transferir o abate de animais de Herval d'Oeste para Campos Novos.

A ideia é convencer a agroindústria a escolher o frigorífico de Joaçaba, que reuniria melhores condições para a Brasil Foods por ser próprio para o abate e a preparação de carcaças.

A unidade poderia ser arrendada ou comprada. Neste segundo caso, a diretoria da Aurora teria estipulado o valor do negócio em R$ 35 milhões.

Arrecadação

Como não tem participação no frigorífico, Joaçaba ganharia com a movimentação da economia e a arrecadação de impostos.

Além disso, comissão calcula que a prefeitura tenha investido R$ 7 milhões com a compra do terreno no distrito industrial, doado à Aurora, e com os serviços de terraplanagem, construção de redes de água e de energia elétrica — o frigorífico abriu as portas em 2002.

A intenção de encontrar um comprador para a unidade desativada ganhou força em maio, depois de uma reunião em que diretoria da Aurora não teria mostrado interesse na reabertura do frigorífico, pelo menos nos próximos dois anos.
Sem negociações 
O presidente da Aurora, Mario Lanznaster, confirmou que o frigorífico está à venda. Mas foi categórico ao afirmar que a Brasil Foods nunca o procurou e que não há negociações encaminhadas.

— Se tem uma comissão que vai viajar para vender alguma coisa, vão tentar vender uma propriedade privada. Isso (a Aurora) é uma propriedade — disse sobre a ida dos representantes de Joaçaba a São Paulo.

Lanznaster acrescentou que não está descartada a possibilidade de investir, futuramente, no frigorífico e reabri-lo, caso a unidade não seja vendida e o mercado externo de carnes melhore.