terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O aumento da carne bovina já se refletiu no bolso do agricultor e pecuarista Gerson Locatelli, de Chapecó. Ele já registrou um ganho de 25% nos animais que vende para os frigoríficos. –Antes recebia R$ 2,60 a R$ 2,80 por quilo, agora recebo R$ 3,30- afirmou Locateli. Ele atualmente tem 570 bois em confinamento na propriedade da família, em Chapecó. Os animais estão sendo engordados para abate antes das festas do final de ano. Um lote de 300 bovinos vai para um frigorífico de Pouso Redondo Com o dinheiro, o pecuarista vai investir na aquisição de mais bois. Ele aumentou o plantel de outra fazenda, no Rio Grande do Sul, de 800 para mil cabeças. –Estamos apostando na pecuária- disse. Ele acredita que a carne bovina vai seguir valorizada em virtude de que a demanda está maior do que a ofetra. Até para comprar animais jovens para engorda já está mais caro, segundo Locatelli.

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Puxada pela alta no preço da carne, a inflação medida pelo Índice do Custo de Vida (ICV) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) foi de 1,04% em novembro, aumento de 0,11 ponto percentual em relação a outubro, que registrou inflação de 0,93%.

Segundo o Dieese, o principal fator de pressão em novembro foi a alta no grupo alimentação, de 2,81%. As carnes (10,79%) foram as principais responsáveis pela carestia, puxada pelo preço da carne bovina, com aumento de 11,01%, e pela suína, de 6,26%. A carne bovina já acumula alta de 26,12% em quatro meses.

A elevação dos preços de frutas, (6,09%), açúcar (11,98%) e farinha de trigo (5,65%) também contribuiu para formar a taxa de inflação.

A segunda maior alta no período ocorreu no grupo transportes (0,61%), resultado do reajuste do preço dos combustíveis (1,49%), principalmente o álcool (3,84%). Em seguida aparece o grupo habitação, com aumento de 0,4% puxado pelos aluguéis, impostos e taxas de condomínio (1%). Na saúde, a alta foi de 0,35%.

Entre dezembro do ano passado e novembro deste ano, o ICV registrou alta de 6,31%, com taxas anuais maiores (6,95%) para as famílias de menor poder aquisitivo, com renda inferior a R$ 377,49. Para as famílias de maior poder aquisitivo, com renda superior a R$ 2.792,90, a inflação foi menor: 5,95%. No acumulado do ano, entre janeiro e novembro, o aumento atinge 6,23%, puxado pelos grupos alimentação (10,25%) e habitação (6,38%). O aumento extraordinário do feijão este ano (94%), da carne (31,08%) e das aves (14,29%) contribuíram para a alta inflacionária em 2010.

Edição: Vinicius Doria

Agência Brasil