terça-feira, 5 de abril de 2011

Argentinos querem cotas para carne suína brasileira

AE - Agencia Estado
BUENOS AIRES - A Federação Agrária Argentina (FAA), uma das mais combativas associações ruralistas do país, exigiu que o governo da presidente Cristina Kirchner aplique um sistema de cotas para a entrada de carne suína brasileira. Segundo o líder da Federação, Eduardo Buzzi, caso o governo não aplique cotas os ruralistas marcharão à fronteira com o Brasil para evitar a entrada de caminhões com carne suína.
"Estamos dispostos a brecar os caminhões que entrem na Argentina com leitões", disse Buzzi, famoso por sua capacidade de mobilização desde que, entre 2008 e 2099, foi um dos principais protagonistas dos protestos ruralistas contra o governo Kirchner. Buzzi afirmou que a presidente Cristina "primeiro fala em acrescentar valor e depois abre o ?porcoduto?, que liquida os pequenos e os médios produtores suínos". O líder ruralista alertou: "Vamos ficar de vigias, para que não deixem que entrem porcos que afetem nossos produtores nacionais."
A Federação sustenta que está ocorrendo uma invasão de polpa suína brasileira no país e afirma que a importação nos primeiros dois meses deste ano foi de 11 mil toneladas (80% a mais do que no mesmo período do ano passado), volume substancialmente superior à marca de 4 mil toneladas do ano passado. Outros dados, do Serviço Nacional Sanitário e de Qualidade Agroalimentar (Senasa), indicam que as importações no primeiro bimestre de 2011 chegaram a 9,5 mil toneladas, quase o dobro do mesmo período de 2010.
"Estamos preocupados, pois ficamos sabendo que nas últimas semanas os frigoríficos locais estão trazendo polpa de leitão do Brasil. É preciso dar uma brecada nesta manobra comercial, caso contrário será um atentado contra as possibilidades de nossos pequenos e médios produtores irem para a frente", afirmou Ciriaco Fortuna, diretor da Comissão de Produtores Suínos da FAA. Segundo a Federação, o Ministério da Agricultura da Argentina "tomará providências" sobre o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo