sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Produção de carne tem impulso no Tocantins

Tradicionalmente, a pecuária de corte está no topo das atividades econômicas do Tocantins, se alternando com a produção agrícola na liderança da pauta de exportações. Após algumas baixas em 2008, com o fechamento de vários frigoríficos bovinos, o setor de carnes ganha agora novo fôlego, com novas novas plantas industriais se reestruturando e ampliando suas atividades. Um exemplo é o Frigorífico Minerva, em Araguaína, reinaugurado dia 27 com escala de produção três vezes maior. Na cidade de Paraíso, também este mês, abriram as portas os frigoríficos Plena e Cesilio. Em Nova Olinda, onde o frigorífico Margem fechou as portas, o Master Boi já está operando e, em Paraíso, onde duas unidades fecharam, o Plena e o Cesilio estão realizando abates. De acordo com secretário estadual da Indústria e Comércio, Eudoro Pedroza, no fim do ano passado, devido à crise financeira mundial, os mercados importadores de carne bovina ficaram apreensivos, o que afetou o setor e gerou fechamento de algumas unidades, porém, na contramão da crise, alguns frigoríficos apostaram em novos investimentos e os resultados já podem ser contabilizados. No âmbito das unidades que contam com SIE - Serviço de Inspeção Estadual, realizado pela Adapec - Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins, no ano passado, de janeiro a abril, oito plantas industriais abateram 39.550 cabeças. Este ano cinco frigoríficos produziram, no mesmo período, 35.120 animais - em torno e 4 mil cabeças a menos. Com isso, o Tocantins acompanhou a queda nacional nas exportações (de janeiro a maio 2009 o Brasil exportou o equivalente a US$ 1,53 bilhão, enquanto no mesmo período de 2008 a cifra alcançou US$ 2,06 bilhões, uma variação de -25,71%). As plantas industriais com SIE que operam no Tocantins se localizam em Araguaína (Socarne), Palmas (Frigocapa), Porto Nacional (Ideal e Marajó) e Gurupi (Paulom e Maia). A carne produzida é toda colocada no mercado interno, pois os frigoríficos com SIE só podem comercializar a produção nos limites no próprio Estado. Outras sete empresas tem selo do SIF – Serviço de Inspeção Federal e estão habilitadas a exportar a carne para outros estados. Novos empreendimentos Atuando no Estado de Goiás e no Distrito Federal, o frigorífico Cesilio começa a operar sua nova unidade no município de Paraíso gerando inicialmente 150 empregos diretos e abatendo uma média diária de 400 cabeças. Cerca de R$ 15 milhões foram investidos na nova unidade. A previsão é que dentro de um ano o número de empregos diretos cheguem a 300 e a capacidade de abates/dia duplique. Para isso, está prevista a aplicação de mais R$ 15 milhões no segundo semestre desse ano. Segundo o diretor administrativo da empresa, Ednilson José Cesilio, nesta fase inicial a unidade trabalhará apenas com a carne in natural, que vai ser processada e exportada pela unidade de Brasília. Ele explica ainda que o grupo pretende montar um curtume no Estado, para exportar o couro já industrializado. A escolha do Tocantins, segundo o diretor, foi devido à logística, à oferta de animais, à posição geográfica do Estado e o apoio do governo, por intermédio dos incentivos fiscais concedidos pelo Estado. A empresa já tem o SIF – Serviço de Inspeção Federal e a licença do Naturatins para operar. O grupo atua há mais de 30 anos no mercado brasileiro de carnes bovinas. Ampliação No sábado (20), também na cidade de Paraíso, o grupo Plena Alimentos vai inaugurar a sua terceira unidade de produção. Com investimentos de R$ 12 milhões e a geração de 220 empregos diretos, a previsão inicial é que sejam abatidas 450 cabeças por dia. Segundo o gerente Antonio Mourão, para 2010 está prevista a ampliação da estrutura física do frigorífico, com a construção de novos prédios e a ampliação do número de funcionário para 450. O número de abate saltará para 600 cabeças. Ainda de acordo ele, a meta é exportar direto do Tocantins. Por enquanto, a unidade de Paraíso vai fornecer a carne in natura para a empresa em Minas Gerais, que fará todo o processo de desossa e exportação da carne tocantinense. Há 20 anos no mercado, até 2008, a Plena concentrava suas atividades industriais na região Sudeste do País, nas cidades de Contagem e Pará de Minas, ambas em Minas Gerais. Já o grupo Minerva reinaugurou sua unidade de Araguaína investindo R$ 40 milhões na reestruturação e ampliação do frigorífico. Com isto, o número de empregos diretos vai saltar de 400 para 1.000. A mão-de-obra que está sendo contratada é do próprio município, em parceira com o Senai –Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, que está capacitando os funcionários. Sediado na cidade de Barretos, ao norte do Estado de São Paulo, o grupo Minerva é composto por sete complexos industriais, que juntos desossam até 24.800 quartos por dia e geram 7.000 empregos diretos. Atualmente, o Minerva exporta para o Líbano, Egito, Iraque, Arábia Saudita, Argélia, Kuwait, e Hong Kong, com pretensões para começar a exportar para Venezuela, Irã, Jordânia e Rússia. A História da empresa se mescla com a da pecuária brasileira, já que seus fundadores participaram ativamente do desenvolvimento do segmento no país, sendo reconhecidos pela excelência no seu segmento. Fonte: ABN