quinta-feira, 4 de junho de 2009

Importação de gado paraguaio gerará 6 mil empregos

A proposta do governador André Puccinelli de importar gado do Paraguai para suprir a demanda reprimida de “matéria prima” dos frigoríficos de Mato Grosso do Sul, encontrou respaldo junto aos trabalhadores (empregados e desempregados) desse setor. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Campo Grande e Região, Rinaldo de Souza Salomão, essa medida, que encontrou resistência dos produtores do Estado, poderia gerar, de imediato, a reabertura de 6 mil ofertas de trabalho que foram fechadas desde o início da crise da carne. O líder sindical teceu duras críticas à Acrissul e Famasul, que estariam pressionando para impedir a negociação com o país vizinho. “Ora, se eles não têm gado para oferecer para abate, ou estão segurando o produto para que o preço da arroba suba cada vez mais, nada melhor que o livre mercado para regular essa situação atípica”,criticou. Além disso, Rinaldo Salomão questiona o fato do Brasil subsidiar a vacinação em massa de gado paraguaio numa larga faixa de fronteira, contra a febre aftosa (principal entrave para o comércio com o mercado externo e interno). “Afinal, para que investimos do lado de lá se num momento como este não podemos desfrutar desses gastos que foram tirados dos impostos pagos pelo consumidor sulmatogrossense?”, questiona. O sindicalista lembrou também que o Paraguai possui status de área livre de febre aftosa e isso garante uma importação segura do gado para abate nos frigoríficos situados não só na faixa de fronteira como também “outros tantos” da região que estão operando com baixa capacidade de abate, por falta de matéria prima. Outros, segundo Rinaldo, que estão até fechados, poderiam ser reabertos. “Para que serve o Mercosul se em um momento como este, de falta de gado para abate no Estado, não podemos comercializar o produto com os países vizinhos”, questiona o sindicalista que critica o novo presidente da Acrissul, Francisco Maia e o presidente da Famasul, Ademar Silva Junior que não querem “nem pensar” numa possível importação de gado do Paraguai. “É lógico que eles não vão querer. Afinal, está cômodo para a classe produtora ditar, sozinha, as regras de mercado. Essa mamata tem que acabar”, comenta. Rinaldo Salomão disse que todos ganhariam com a importação. Haveria mais emprego, mais renda e poderia permitir que estabelecimentos fechados reabrissem e aqueles que estão operando com capacidade mínima, aumentassem a produção. Isto sem contar com o consumidor que poderia consumir mais e pagar menos por isso. “O criador também ganharia. Afinal, ele alega que não tem gado para abate no momento e que importância teria se o mercado fosse suprido com a importação? O bom senso diz que nenhuma”, responde o sindicalista, que espera que o governador André Puccinelli leve adiante sua proposta que tem o apoio também do prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra (PSDB) e certamente dos demais da região de fronteira. A posição do senador Valter Pereira (PMDB), presidente da Comissão de Agricultura do Senado, durante reunião com representantes dos produtores, de que a classe deveria sentar com o governador e ouvir o por que de sua intenção de importar gado para suprir o mercado interno, mereceu elogios do representante dos trabalhadores nas indústrias de alimentação. “O senador demonstrou bom senso ao não sair de pronto favorável ao pedido dos produtores de ajudar a impedir a importação”, afirmou. Fonte: Da Redação (PC)