sexta-feira, 9 de julho de 2010

Comércio: Ministro quer que bloco flexibilize regra sobre fornecimento de gado e maior tolerância com OGMs Mauro Zanatta, de Brasília O governo vai tentar convencer as autoridades da União Europeia a reduzir as exigências para a importação de carne bovina e produtos transgênicos origem nacional. Desde 2008, quando a UE impôs uma lista prévia de fazendas autorizadas a vender gado aos frigoríficos habilitados, os embarques caíram de 20 mil para menos de 4 mil toneladas mensais. E os exportadores têm sofrido com o rigor na detecção de grãos transgênicos em seus embarques ao bloco. Na segunda-feira, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, inicia um périplo de três dias por gabinetes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu para "dialogar" com as autoridades locais. No caso da carne, Rossi atuará em duas frentes. Na primeira, tentará um acordo, com prazos definidos, para "flexibilizar" a regra que obriga a habilitação individual das fazendas e submete a lista à administração da UE. "Vamos solicitar que possamos indicar um número maior de fazendas. O credenciamento muito limitado foi responsável pela redução muito forte das vendas para a Europa", diz Rossi. O governo estima que as empresas deixaram de vender US$ 1 bilhão com a restrição. "Eram critérios temporários. Não há motivos para preocupações exageradas". Hoje, o ministério audita as fazendas, envia a lista e a UE credencia o embarque. "Vamos propor a administração da lista e que eles continuem a fazer as inspeções", afirma. Nas reuniões, Rossi também solicitará mudanças nos critérios da chamada "Cota Hilton", cujas vendas pagam taxa de 20% para entrar na UE - no extra-cota, o imposto chega a 12,8%, mais € 3.041 por tonelada. O objetivo é permitir a alimentação do gado com ração vegetal para terminação em confinamentos. "Isso nos levaria a usar toda a nossa cota de 10 mil toneladas, que deixamos de cumprir nos últimos três anos", explica. Pelo pedido, o boi ficaria só 100 dias de seus 30 meses antes do abate sendo alimentado com ração. No caso de transgênicos não liberados na UE, o ministro tentará elevar ao mínimo de 0,1% o nível de contaminação permitido para ingressar na UE. "Eles têm tolerância zero para transgênico não aprovado lá", diz Rossi. "Mas tem alguns, que nunca vão chegar lá porque são adaptados a microclimas específicos, poderia haver tolerância de 0,1% para não eliminar a entrada. Hoje, a simples contaminação impede a venda", observa. Ao declarar "apoio enfático" à retomada das negociações UE-Mercosul, o ministro Rossi aproveitará para convidar membros do Parlamento Europeu ligados a agricultura e comércio internacional para "conhecer" a pecuária brasileira. "Até são simpáticos ao Brasil, mas não têm informações suficientes sobre a pecuária", diz. "Vamos trazer mais gente para superar preconceitos, implantados pelos irlandeses. Ainda persiste certa confusão da pecuária com desmatamento da Amazônia".

Empregados do frigorífico JBS S/A – Unidade II, sediada na Capital, denunciaram a empresa ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) por assédio moral e exploração excessiva de trabalho.
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Campo Grande (STIC-CG), os abusos seriam cometidos por supervisores das áreas de desossa, embalagem, miúdos, triparia e abate. Ainda de acordo com o sindicato, as denúncias recaem sobre o gerente-geral também.
“A sobrecarga de trabalho pesado, como são esses setores que estão sendo pressionados a trabalhar mais de 8 horas todos os dias a cada funcionário que deve cumprir tarefas que normalmente seria desempenhada por até três funcionários, provoca aumento da incidência de acidentes graves e até fatais”, explica a presidente do sindicato, Gilberta Gimenes.
Capital News entrou em contato com Gilberta, que repassou informações via assessoria de imprensa. Ela informa que os supervisores e o gerente-geral do JBS vêm expondo os funcionários a situações humilhantes e constrangedoras durante o trabalho. “De acordo com as denúncias, o relacionamento interno tornou-se insuportável. Há casos em que eles forçaram tanto a baixa estima de funcionários que alguns deles acabaram deixando a empresa.” Muitos funcionários estariam ainda em depressão, conforme a documentação encaminhada às instituições competentes.

Nossa equipe tenta entrar em contato com o frigorífico. Ligamos diversas vezes para o número de telefones fixo e celular da assessoria de imprensa disponível no site. A ligação para o fixo dava sinal de ocupado todas as vezes e para o móvel caia na caixa.
Por: Marcelo Eduardo