sexta-feira, 9 de julho de 2010

Dependente da Rússia, setor vê queda de volume exportado em 2010

Bruno Merlin reportagem
 
Embora os exportadores brasileiros de carne suína tenham faturado maior receita no primeiro semestre deste ano em relação aos seis primeiros meses de 2009, o volume de produtos enviados ao exterior caiu 8,42% neste mesmo período, refletindo a dependência dos compradores russos e a perda de competitividade diante da União Europeia. Os produtores de carne de porco estão vendo no mercado interno uma opção mais interessante do que exportar, o que acaba diminuindo aparticipação brasileira no comércio internacional de carne suína.
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O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, acredita que o segundo semestre apresentará pequena melhora no desempenho externo da indústria que representa. Para maiores evoluções, entretanto, é preciso superar as barreiras sanitárias impostas por diversos países que dificultam a compra de carne suína produzida no Brasil.
Com a intenção de viabilizar o processo de abertura para a carne brasileira, Camargo Neto conta com o apoio de peso do ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Eles viajam neste sábado (10) a Bruxelas, na Bélgica, com o objetivo de acompanhar as reuniões do governo brasileiro com as autoridades sanitárias da União Europeia. O processo de abertura desse importante mercado para as exportações de Santa Catarina está em fase final, pois o Brasil tem respondido a todos os questionamentos. A União Europeia pode, inclusive, promover a abertura imediata ou, caso resolva atrasar o processo, determinar nova missão veterinária.
Números
De janeiro a junho deste ano, os embarques de carne suína para o exterior somaram cerca de 279 mil toneladas e uma receita de US$ 661,30 milhões - queda de 8,42% em volume e aumento do valor de 13,42%, em relação a igual período do ano passado.