segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Aval dos Estados Unidos para carne suína catarinense deve sair este mês

Produtores catarinense devem receber o sinal verde para exportar até o dia 30


alexandre.lenzi@diario.com.br

Receita das vendas no exterior subiu 4% em relação ao ano passado
Foto:Alan Pedro / clicRBS


A carne suína catarinense está prestes a carimbar passaporte para os Estados Unidos. A expectativa é de que a abertura do mercado americano aos produtos de Santa Catarina seja formalizada até o fim deste mês.

A medida também facilitaria a entrada no disputado Japão. Mas o secretário de Estado da Agricultura, Enori Barbieri, avalia que as agroindústrias não terão pressa para aumentar o volume das exportações neste ano por causa do mercado interno aquecido.

Ele afirma que elevar muito as vendas ao exterior agora reduziria a oferta no país e levaria a um aumento do preço da carne ao consumidor brasileiro.

— A vantagem do mercado nacional estar aquecido é que as agroindústrias podem iniciar novas negociações no exterior sem a pressão de estar trabalhando com prejuízo — acrescenta Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

Apesar de aguardar o aval dos EUA até o dia 30, ele acredita que o setor vá esperar a comprovação da liberação antes de iniciar as tratativas comerciais para os primeiros negócios.

— Após a liberação, ainda demora um pouco para os embarques. É necessária, também, uma aprovação, pelos EUA, de cada fábrica catarinense interessada em vender para eles — destaca Camargo Neto.

Novos mercados são melhores pagadores
O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina, Ricardo Gouvêa, lembra que a demanda e o consumo de carne suína tradicionalmente crescem nesta época, com a proximidade das festas de fim de ano. Por conta disso e dos trâmites burocráticos, ele acredita que as vendas para os EUA comecem apenas no próximo ano.

Após visita ao Estado no final do ano passado, o governo americano abriu uma consulta pública a indústrias e consumidores dos EUA. Segundo Barbieri, foram registradas cerca de 150 manifestações, a maioria favorável à liberação. Agora, só falta oficializar a processo de abertura.

Ele explica que a liberação dos EUA representa o reconhecimento da validade da certificação de Santa Catarina como área livre de aftosa sem vacinação.

Os EUA são um grande importador de carne suína, mas o seu aval ao produto catarinense é importante porque pode embasar também as decisões de países como Japão, Coreia do Sul, México e Canadá. Apenas o Japão importa cerca de 1,2 milhão de toneladas de carne suína por ano, o dobro da estimativa de embarques brasileiros em 2010. Estes mercados em prospecção pagam melhor.

Entre janeiro e julho deste ano, a receita das exportações de carne suína catarinense cresceu, em dólar, 4%, embora o volume tenha caído 20%. O preço médio da tonelada subiu de US$ 1,98 mil em agosto de 2009 para US$ 2,43 mil no mês passado, o que tem compensado o câmbio.