quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Crise faz JBS vender unidades na Argentina

A crise da pecuária argentina vai deixando feridos pelo caminho. Fazendas de corte e de leite desistiram da atividade ou então deram um breque na produção. Agora foi a vez do diretor de relações com os investidores e integrante do comitê executivo do frigorífico JBS, Jerry O’Callaghan, confirmar que o grupo pretende fechar as três unidades na Argentina. A produção já foi suspensa. “A questão é que na Argentina a rentabilidade do negócio está reduzida por uma restrição do abate e das exportações”, disse o executivo.
Segundo O’Callaghan, a situação foi provocada pela retração do rebanho bovino e pelas barreiras oficiais para exportação. O diretor do JBS deu entrevista durante o Congresso Mundial da Carne, realizado em Buenos Aires na semana passada. Na ocasião, eu ouvi fazendeiros argentinos e a queixa deles é com o governo de Cristina Kirchner, acusado de populista pelo campo.
Mas não é todo mundo que está descontente com o governo. Um taxista portenho me contou que a classe mais pobre defende a presidente. Aliás, afirmou o profissional, o PIB da Argentina cresceu quase 12% no segundo trimestre deste ano. Eu confirmei esse número. Segundo o loquaz motorista, “a política de Cristina lembra um pouco à do presidente Lula, voltada para os menos favorecidos”.

Sebastião Nascimento