quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Empregados do Bertin denunciam abates em local sem higiene

A empresa está sendo acusada de trazer 80 empregados de Naviraí para fazer o abate. Os agentes do SIF/Ministério da Agricultura estariam fazendo vista grossa à falta de higiene local


Empregados do frigorífico Bertin em Campo Grande, em greve há 4 dias, denunciam a empresa por abate de bovinos em locais não higienizados. A empresa teria trazido funcionários “fura-greves” da unidade em Naviraí para promover o abate de bovinos na Capital, enquanto o pessoal responsável pela higienização do ambiente no período noturno da empresa, está em greve. Mesmo assim, com o local impróprio para o trabalho de manuseio da carne, a empresa está tocando as atividades.

A denúncia é do presidente eleito e empossado ontem, do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Carnes e Derivados, Vilson Gimenes Gregório. Segundo ele, os agentes do Serviço de Inspeção Federal – SIF, do Ministério da Agricultura, estariam fazendo “vista grossa” a essa situação calamitosa que pode colocar a vida dos consumidores em risco.

Segundo Vilson Gimenes, o próprio Estado de Mato Grosso do Sul corre risco de perder contratos com o mercado externo se comprovada a falta de higiene nos ambientes de abate e manuseio da carne. “Temos informações de que a higiene não está sendo feita no local. A empresa só está abatendo com o apoio de cerca de 80 funcionários que chegaram de Naviraí. O pessoal especializado na limpeza está todo em greve”, garante Vilson.

Truculência policial – Hoje pela manhã a empresa teria usado forte policiamento para impedir que os grevistas barrassem os ônibus com funcionários que foram levados para a empresa para trabalhar. “Nosso direito de greve prevê que paremos os ônibus com empregados e que procuremos conversar com eles para aderir à greve. O policiamento não pode nos impedir de falar com os empregados”, afirmou Vilson que está em frente ao frigorífico e mais de 400 empregados empunhando a bandeira da greve que já dura 4 dias.

Essas denúncias foram encaminhadas para o Ministério Público do Trabalho, que segundo Vilson Gimenes, não tomou nenhuma atitude até agora. “Esperamos que o Ministério venha aqui e cumpra seu papel”, pede o sindicalista.

Membros da CUT também estão no local em apoio à greve dos trabalhadores. Alexandre Costa, diretor da central, confirmou a informação de truculência policial e da falta de higiene no frigorífico que está abatendo e manuseando a carne em locais inadequados.


Fonte:  Assessoria WA