quinta-feira, 14 de julho de 2011

Exportação de carne encerra em R$ 2,6 bi

Resultado significa alta de 7,7% ante US$ 2,490 bilhões no mesmo período

As exportações do setor de carne bovina encerraram o primeiro semestre do ano com uma receita cambial de US$ 2,595 bilhões. O resultado significa uma alta de 7,7% ante US$ 2,490 bilhões no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados na tarde dessa terça, dia 12, em São Paulo, pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Em volume, entretanto, houve queda de 16,04%, passando de 647.77 mil toneladas para 534.883 mil toneladas. De acordo com a Abiec, o aumento de receita foi impulsionado pelo incremento de 28,28% no preço médio da carne exportada em relação à primeira metade de 2010.
O Brasil nunca vendeu carne com preço tão bom. O nosso faturamento tem aumentado no último semestre apesar do volume ser um pouco menor, tanto porque o preço está alto como a gente tem hoje uma escassez de matéria-prima que é fruto de um abate de matrizes de quatro anos atrás e alguns problemas de seca do ano passado também – explica o diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio.
Para o diretor de relações com investidores JBS, Jeremiah O’Callahann, confirma este cenário e diz que a indústria conseguiu repassar a alta nos preços.
Nós vimos um menor volume em função da escassez de matéria-prima, mas o preço estava num nível bem maior. Se a gente comparar o primeiro semestre de 2011 com o mesmo período em 2010, a alta foi de US$ 1 mil, o que é bastante expressiva. Isso mostra que a indústria está trabalhando bem e consegue compensar a alta do boi e a valorização da moeda e repassar isso para os seus clientes lá fora – relata o empresário.
A suspensão de compras de carnes brasileira em junho não impediu que a Rússia encerrasse o primeiro semestre como o maior comprador da carne bovina brasileira. A expectativa é de que o embargo seja encerrado ainda neste mês.
O pessoal do ministério teve reuniões com os russos e o ministério se comprometeu a melhorar alguns controles e responderam tecnicamente às questões que foram levantadas, mas o importante é que pelo menos no bovino a gente conseguiu manter e até aumentar os volumes mesmo com o embargo – diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio.
Os executivos da Abiec destacaram ainda as vendas para a China, que quase triplicaram nos primeiros seis meses deste ano em relação ao primeiro semestre do ano passado. Atualmente, nove frigoríficos exportam para o país asiático. A expectativa é de que outros sete sejam habilitados.
Já a queda em volume é consequência, segundo a entidade, dos conflitos no Oriente Médio no começo do ano, em especial no Egito, um dos cinco principais mercados para carne bovina brasileira.
Em virtude do clima de tensão que se instalou na região no início do ano, as exportações brasileiras para o Oriente Médio caíram a quase zero. Com a retomada do turismo no país, porém, os embarques foram normalizados – explica a Abiec.
No consolidado do primeiro semestre de 2011, a queda em volume ficou em 5,5% no Oriente Médio.
(com informações do Portal Canal Rural/RS)