segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cariocas querem frango


Faltando menos de um mês para o Natal, o consumidor já pensa na festa de 25 de dezembro: além dos presentes para toda a família, amigos e agregados, é hora também de se pensar na tradicional ceia natalina. A tradição fala em perus, rabanadas, castanhas e - pelo menos no Brasil - a ave Chester, entre tantas opções da farra gastronômica do final de ano. Porém, um tradicional companheiro dos almoços dominicais também marca presença nas mesas de muitas famílias: o popular frango assado.
Seja comprado na padaria ou preparado em casa, o frango é uma opção barata para quem não quer entrar de cabeça na sanha consumista das festividades que ocorrem nessa época do ano. O setor supermercadista espera um aumento de até 10% no volume de vendas em relação ao ano passado. Entretanto, o aquecimento do consumo no Natal deve resultar em um aumento médio de 9% no preço do frango, o que não impede que a ave chegue às mesas ainda mais barata do que em 2009, visto que o frango acumula queda total de quase 18% este ano. O preço mais em conta faz com que os famosos "bichos de pena" sejam os preferidos do brasileiro, que consumiu no ano anterior, em média, mais de 38 quilos de frango, contra 35 quilos de carne bovina.
Pequenos comerciantes otimistas
Estes são alguns dos fatores que animam os comerciantes de Volta Redonda a investirem ainda mais no frango. Exemplo desse otimismo vem de Amarildo Souza de Oliveira, proprietário de um açougue no bairro Retiro. Ele acredita que o consumo de produtos avícolas será incrementado pelo alto preço da carne bovina - principalmente as mais nobres -, que não devem recuar antes de 2011. A expectativa de crescimento, segundo ele, é compartilhada por outros pequenos comerciantes.

"O frango sempre vende bem nessa época, ano passado vendemos 50% a mais que em 2008 no período do Natal. Porém, se o preço da carne não abaixar, o pessoal vai investir no frango e no pernil, já está escrito - declarou, lembrando que a procura por carne bovina já diminuiu entre 20 e 25% em outubro".
Amarildo também disse que o frango é o preferido das classes mais baixas para a ceia de Natal, em detrimento de pratos mais tradicionais como o Chester e o Peru.
"As pessoas de menos condição financeira costumam comprar entre dois e três frangos para o Natal, pois é a opção mais barata, e pedem sempre as unidades maiores", revelou.
Segundo o comerciante, ele chega a vender 150 unidades na véspera do dia 25 de dezembro, contra a média de 40 por semana.
Vendas maiores nos supermercados
Gerente da filial de uma rede de supermercados no Aterrado, Adílio Espiridião Monteiro prevê que as vendas de carne avícola aumentem entre 30 a 40% este ano.
"Antes mesmo do Natal já vendemos mais frangos do que carne bovina, já encomendamos para o final de ano 40% a mais que no ano passado", revelou, acrescentando que a venda da ave deve representar 30% do total do setor de açougue.

Assim como Amarildo, Adílio disse que a população de baixa renda é a que mais procura o produto, com as classes economicamente mais abastadas ´rocurando as aves mais nobres.
"Quem pode procura o Chester e outras carnes. A vendo de peru, mesmo, até que é boa - disse, acrescentando que as vendas do supermercado costumam aumentar na semana que antecede o Natal, com o pico de vendas sendo alcançado nos dias 23 e 24".

Trabalhando há 12 anos em um supermercado no Retiro, o açougueiro Alexandre Henrique de Almeida disse que, com a ampliação da unidade, a venda de frangos irá aumentar ainda mais.
"É normal faltar carne de frango no final de ano, e a procura deve aumentar ainda mais com a carne no preço atual. Acredito em um aumento de 10 a 15% nas vendas, virou tradição mesmo. Tem gente que chega a levar cinco peças, fora o pessoal que sempre deixa para comprar na última hora, como é normal no Brasil", declarou Alexandre.
Resta saber, agora, quem vai vencer a batalha pra comer as coxas e as asinhas na noite de Natal.
Diário do Vale