quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Faturamento do Marfrig deve triplicar e ir a R$ 29 bi em 2011

SÃO PAULO - O Grupo Marfrig deve triplicar o faturamento em 2011, em comparação ao ano passado, e atingir a marca de R$ 29 bilhões, conforme declaração do diretor de Planejamento daempresa, Ricardo Florence, que atribuiu a informação ao "consenso de mercado". Com a mesma base de previsão, espera-se fechar este ano com R$ 16 bilhões, ante os 9,6 bilhões de 2009. Este crescimento é atribuído principalmente a aquisição da empresa americana Keystone Foods, em junho deste ano, que deve alavancar a área de produtos industrializados, responsável por 35% da receita.

Uma das maiores empresas do setor de alimentos do País, a Marfrig afirmou que está apostando em produtos industrializados para expandir seus negócios tanto no mercado interno como externo. Após adquirir a Keystone, a multinacional passou a tratar do fornecimento de carnes para redes de food service como a KFC, a Subway, o Outback e até o McDonald's comentou Florence.

A Marfrig que já atua diretamente em mais de 22 países, e atende mais de 200, está de olho na operação mundial das grandes redes de food service. "Nossos clientes de food service tem operação no mundo inteiro e querem um atendimento global. Com essa plataforma mundial que possuímos, podemos atender, por exemplo, clientes na China, na Europa, nos EUA e na América do Sul", garantiu o presidente da companhia Marcos Molina.

Para Molina, a empresa pretende, usando a plataforma de atendimento da Keystone, reforçar a sua importância como fornecedora global do McDonald's, que segundo ele, tem fortes planos para aumentar o numero de lojas na China. "Com o crescimento esperado pela rede na China, a nossa idéia é acompanhá-la nessa jornada e nos transformar em um grande fornecedor no mercado chinês".

Além disso, o presidente também confidenciou que Marfrig também está buscando a parceria com o Burger King considerado o maior rival do McDonald's no segmento. "Sem duvida o McDonald's é um grande cliente, mas o Burger King (BK) também. Há um mês nós fechamos um contrato com o BK para vender peixe e podemos vender carne bovina também. Sendo uma empresa quase brasileira vamos ver se eles nos dão preferência agora", brincou Molina.

O Brasil é considerado o maior exportador de carne bovina e de frango do mundo e o quarto fornecedor de suínos. A Marfrig afirmou que a aposta para os próximos anos ficará a encargo dos ovinos.

Crescimento

A participação da empresa nas exportações de carne de frango do Brasil saltou de 8,2%, registrado no primeiro trimestre de 2009, para 19,6% no terceiro trimestre deste ano. "O Brasil é o maior exportador mundial de frango, que é uma proteína com ausência de restrições e tem um ciclo curto de produção. Com isso, ele tende a ser uma das bases do nosso negócio", contou Ricardo Florence.

Ele também destacou o crescimento das outras proteínas, nesse período. A participação da carne bovina saltou de 11,4% para 18,9% no terceiro trimestre deste ano. E a carne suína que registrava apenas 5% de participação nas exportações brasileiras, atingiu 14%, no 3T10. No Brasil, a Marfrig está atrás apenas da JBS em relação a carne de boi, e no setor de frango e suínos ela figura na segunda posição, perdendo para a Brasil Foods.

Gargalos

Em relação ao crescimento da economia brasileira, Molina destacou que problemas logísticos tanto rodoviários quanto portuários ainda são limitadores importantes para sua evolução. Para ele, o cambio também atrapalha bastante a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.

No entanto, o maior problema enfrentado pela multinacional, no Brasil, é a falta de mão de obra. A Marfrig é responsável por empregar mais de 90 mil pessoas no mundo todo, sendo que somente no Brasil, esse montante ultrapassa a casa dos 50 mil.

De acordo com o diretor e Planejamento e Relações com Investidores da companhia, Ricardo Florence, existem três mil vagas abertas, que abrangem o complexo Seara/Marfrig, num total de 34 unidades, em 15 Estados brasileiros, sendo 14 da Seara e 20 da Marfrig. "Temos vagas desde a linha de produção, passando pelo frigorífico até os cargos de gerência, e estamos com dificuldades para arrumar mão de obra especializada", disse.

Além de faltar pessoas qualificadas nas cidades em que o Grupo Marfrig atua, segundo Florence, a densidade populacional é pequena, ampliando a rivalidade com a demanda das indústrias residentes, que também buscam profissionais.

Grupo Marfrig deve triplicar o faturamento em 2011, em comparação a 2009, e chegar a R$ 29 bilhões, conforme declaração do diretor de Planejamento da empresa, Ricardo Florence.