segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Oferta de ovinos não acompanha demanda

O final de ano de muitas pessoas também terá como alternativa em suas mesas os pratos a base de carne de ovinos, muito apreciados pela qualidade e sabor diferenciado. Em Mato Grosso, porém, de acordo com o presidente da Associação Mato-grossense dos Criadores de Ovinos (Ovinomat), Antônio Carlos Carvalho de Sousa, apesar da ser grande a expectativa de aumento na comercialização deste tipo de produto neste final de ano no estado, há uma preocupação quanto à oferta. Hoje, segundo ele, está havendo uma demanda muito grande dessa carne, mas a oferta não está sendo suficiente. Por isso, como o consumo nesta época aumenta tradicionalmente e pode faltar o produtos nas prateleiras dos mercados.

Nos dias de hoje, a carne de ovinos está mais acessível em função da queda no preço nos mercados. O produto está sendo comercializo numa média de R$ 10,00 a R$ 40,00 o quilo, dependendo do corte. O produtor está vendendo por um preço que varia entre R$ 8,00 a R$ 12,00 o Kg. O plantel do Estado é de cerca de 1 milhão de cabeças de ovinos. O setor em Mato Grosso se aperfeiçoa a cada dia com estudos e trabalhos de melhoramento genético. O que tem que ser implementado, segundo Antônio Carvalho, é o estimulo para que novas pessoas passem a criar ovinos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho de ovinos existente no país hoje é de cerca de 16 milhões de cabeças, insuficiente para atender o consumo nacional. A boa notícia é que este ano os produtores estão se beneficiando de cotações nunca antes vistas no mercado, o que deve estimular a produção. Em São Paulo, onde a carne de cordeiro é apreciada pela alta gastronomia, a indústria está pagando até R$ 5,00 pelo quilo vivo ou R$ 11,00 pelo mesmo peso em carcaça.

O Brasil conta com um excelente acervo genético, tecnologias, pesquisas e indústrias especializadas, faltando apenas produção em grande escala. Dessa forma, em franco crescimento mundial, a ovinocultura de corte é hoje uma excelente oportunidade de negócio, já que a carne de cordeiro é considerado um produto "premium" em todos os países importadores, sendo consumida por um público fiel, de alto poder aquisitivo.

Segundo especialistas, produzir em escala comercial é uma necessidade. Porém, é preciso atentar ao consumidor que deseja um produto de boa procedência, com sabor acentuado e de qualidade. O melhoramento genético é fundamental neste processo, proporcionando ganhos a grandes e pequenos produtores. O progresso genético do rebanho reduz o ciclo de produção e proporciona maior rendimento no abate, principalmente nos cortes nobres. Algumas raças estão ganhando terreno no Brasil por sua capacidade de produzir cordeiros prontos para o abate entre os 100 e 150 dias e com peso aproximado de 40 Kg de peso vivo.